Bitcoin: o que é e como investir de forma segura

Nos últimos anos, vimos o Bitcoin passar de cerca de R$ 80.000 para R$ 150.000, ou seja, um aumento de mais de 60% em apenas 9 meses. Esse crescimento aconteceu em um contexto de inflação e incertezas nos mercados globais, razão pela qual muitos continuam a ver o Bitcoin como um ativo de refúgio, comparando-o com o "ouro digital".

Embora ainda seja muito cedo para equiparar o Bitcoin diretamente ao ouro, que nos acompanha há séculos, não há dúvida de que o Bitcoin é interessante, ao menos como uma forma de acompanhar sua evolução. Neste artigo, explicaremos como investir em Bitcoin de forma segura no Brasil em 2024.

Lembre-se de que este conteúdo é meramente informativo. As informações aqui fornecidas não devem ser consideradas como recomendação de compra ou venda.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin é a criptomoeda mais antiga e conhecida do mercado. Foi criada em 2008 por Satoshi Nakamoto, um pseudônimo usado por uma pessoa ou grupo cuja identidade real ainda é desconhecida. O objetivo inicial do Bitcoin era criar uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, oferecendo um método de pagamento descentralizado, ou seja, que não dependesse de bancos centrais ou governos.

Uma das características mais marcantes do Bitcoin é que ele é um ativo finito: existem apenas 21 milhões de unidades, e cerca de 91% desse total já foi minerado. O fato de ser limitado o torna escasso e, portanto, valioso. Além disso, o Bitcoin é suportado pela tecnologia blockchain, que funciona como um livro-razão digital no qual todas as transações realizadas com Bitcoin são registradas de forma pública e segura.

Como funciona o Bitcoin?

O Bitcoin funciona como qualquer outra moeda, permitindo a compra de bens e serviços. Porém, diferentemente das moedas tradicionais, ele é descentralizado, o que significa que nenhuma autoridade central tem controle sobre sua emissão ou seu valor. Cada transação com Bitcoin é registrada em um bloco, que é ligado ao bloco anterior, formando assim uma cadeia contínua de registros, chamada blockchain.

Como investir em Bitcoins de forma segura em 5 passos?

Investir em Bitcoin pode parecer complicado à primeira vista, mas pode ser feito de forma segura seguindo alguns passos essenciais. Aqui está um processo genérico que você pode seguir, independentemente da plataforma que escolher:

1. Escolha uma corretora ou exchange confiável

O primeiro passo é escolher uma corretora de criptomoedas disponível em Brasil ou exchange confiável, regulada e com boa reputação. É importante verificar se a plataforma tem medidas de segurança robustas, como autenticação de dois fatores (2FA) e criptografia avançada para proteger os dados. Também prefira exchanges que tenham um histórico comprovado de segurança, como não sofrer grandes ataques ou violações.

2. Crie uma conta e verifique sua identidade

Depois de escolher a plataforma, será necessário criar uma conta e passar pelo processo de verificação de identidade. Esse passo é essencial para garantir a segurança de suas transações e para cumprir com as regulamentações de KYC (Know Your Customer), que evitam fraudes e lavagem de dinheiro.

3. Deposite fundos na conta

Uma vez que sua conta esteja criada e verificada, você precisará depositar fundos. Normalmente, as exchanges aceitam transferências bancárias, cartões de crédito/débito ou até mesmo pagamentos via PIX no Brasil. Lembre-se de depositar apenas um valor que esteja dentro de sua estratégia de investimento e do seu perfil de risco.

4. Compre Bitcoin

Com os fundos disponíveis na sua conta, agora você pode comprar Bitcoin. Monitore o preço e decida o melhor momento para realizar a compra. Você pode comprar uma fração de Bitcoin, já que ele é divisível em até oito casas decimais. Uma dica é evitar colocar todo o seu capital de uma vez, optando por uma estratégia de compras escalonadas para diminuir o impacto da volatilidade.

5. Armazenar Bitcoins com segurança

Após a compra, a etapa mais crítica é o armazenamento seguro. Você pode optar por carteiras quentes (online) ou carteiras frias (offline):

• Carteiras quentes: ideais para quem realiza transações frequentes, pois são acessíveis a qualquer momento, mas mais vulneráveis a ataques cibernéticos.
• Carteiras frias: armazenam os Bitcoins offline, sem conexão com a internet, oferecendo maior segurança contra hackers. As carteiras frias podem ser dispositivos físicos (como um USB) ou até mesmo papéis com códigos QR.

Se for manter uma grande quantidade de Bitcoin por longo prazo, as carteiras frias são altamente recomendadas.

Melhores formas de investir em Bitcoin no Brasil

No Brasil, existem várias maneiras de investir em Bitcoin. Abaixo, explicamos as opções mais populares:

Comprar Bitcoin diretamente

A maneira mais simples e comum de investir em Bitcoin é através da compra direta em uma exchange. No Brasil, algumas das principais exchanges são:

• Binance
• Mercado Bitcoin
• Coinbase

Ao comprar Bitcoin diretamente, você armazena a moeda em sua carteira digital e espera que ela se valorize ao longo do tempo. A vantagem dessa estratégia é que você tem controle total sobre seus Bitcoins, mas é fundamental garantir que eles sejam armazenados de forma segura, como veremos a seguir.

ETPs e ETFs de Bitcoin no Brasil

Outra forma de investir em Bitcoin no Brasil é através dos ETPs (Exchange Traded Products) e ETFs (Exchange Traded Funds). Ambos permitem investir em Bitcoin de forma mais indireta, sem a necessidade de comprar e armazenar a criptomoeda diretamente.

Os ETPs replicam o comportamento do Bitcoin ou de um índice que o inclui, sendo negociados em bolsa de valores. Um exemplo de ETF muito popular no Brasil é o HASH11, que segue o desempenho de um índice de criptomoedas.

Fundos de investimento em Bitcoin

Os fundos de investimento são outra alternativa para quem quer investir em Bitcoin sem lidar diretamente com a compra ou a segurança da criptomoeda. Esses fundos são geridos por profissionais que compram Bitcoin e outras criptomoedas em nome dos investidores. É uma boa opção para quem quer diversificar suas aplicações sem se preocupar com o armazenamento.

Mineração de Bitcoin

Uma maneira mais técnica de obter Bitcoin é através da mineração, que envolve o uso de computadores de alta potência para resolver problemas matemáticos complexos e validar transações na rede blockchain. Os mineradores são recompensados com novos Bitcoins pela sua contribuição à rede. No entanto, a mineração se torna mais difícil e menos lucrativa à medida que mais Bitcoins são extraídos.

CFDs de Bitcoin

Os CFDs (Contratos por Diferença) permitem especular sobre o preço do Bitcoin sem possuí-lo diretamente. Ao investir em CFDs, você pode assumir uma posição longa (apostando que o preço subirá) ou uma posição curta (apostando que o preço cairá). Essa modalidade de investimento permite o uso de alavancagem, o que pode aumentar os ganhos, mas também envolve riscos maiores.

Por que investir em Bitcoin neste ano?

Existem várias razões para considerar investir em Bitcoin neste ano, e algumas delas são fundamentais para entender a evolução do ativo. Abaixo, exploramos os principais motivos.

• Adoção institucional: nos últimos anos, grandes empresas e fundos de investimento têm decidido apostar no Bitcoin, usando-o como reserva de valor ou como forma de diversificar suas carteiras. A entrada do dinheiro institucional é um fator relevante que pode aumentar a confiança dos investidores e, consequentemente, o preço da criptomoeda.
• ETF de Bitcoin: a aprovação de ETFs de Bitcoin por grandes reguladores também é um passo importante na adoção institucional. ETFs spot, que são apoiados diretamente por bitcoins reais, aumentam a pressão de compra, pois drenam bitcoins do mercado. Isso pode aumentar o valor do ETF e também o preço do Bitcoin no mercado.
• Maior consciência e aceitação: o Bitcoin já não é apenas um ativo especulativo. Há alguns anos, era impensável que grandes empresas ou plataformas aceitassem Bitcoin como meio de pagamento. Hoje, no entanto, vemos um crescente número de negócios, tanto no Brasil quanto no mundo, que aceitam pagamentos em criptomoedas. Além disso, muitos influenciadores digitais e empresas de tecnologia estão promovendo o Bitcoin como parte do futuro financeiro.
• Oferta predefinida: o Bitcoin é limitado a 21 milhões de unidades, das quais cerca de 91% já foram extraídas. Essa característica é crucial, pois garante que o Bitcoin seja um ativo escasso, e a escassez costuma gerar valorização ao longo do tempo, principalmente à medida que a demanda aumenta.
• Expectativa de queda das taxas de juros: com as taxas de juros globais, especialmente nos EUA, em níveis elevados, o mercado financeiro está esperando uma queda nos próximos anos. Uma queda nas taxas de juros facilita o acesso ao capital e torna investimentos em ativos como o Bitcoin mais atrativos para investidores que buscam retornos maiores.
• Volatilidade: embora a volatilidade possa parecer um fator negativo, ela também representa uma oportunidade. Muitos investidores veem no Bitcoin uma chance de obter retornos significativos em um curto período de tempo, algo que seria mais difícil em mercados tradicionais. Aqueles dispostos a correr mais riscos podem ser recompensados com um potencial de valorização maior.

Em abril de 2024, aconteceu o tão esperado halving do Bitcoin, que reduziu pela metade a recompensa recebida pelos mineradores por validarem transações na rede. Esse evento é programado para ocorrer aproximadamente a cada quatro anos e historicamente tem influenciado o preço do Bitcoin, já que a diminuição da oferta de novos Bitcoins tende a aumentar sua escassez no mercado. Para os próximos anos, os impactos do halving ainda podem ser sentidos à medida que a oferta se torna mais limitada e a demanda potencialmente cresce.

Opiniões sobre o Bitcoin

Assim como acontece com qualquer outro ativo, as opiniões sobre o Bitcoin são mistas. Enquanto alguns veem o Bitcoin como uma oportunidade revolucionária, outros ainda estão céticos sobre o futuro da criptomoeda.

• Opinião positiva: muitos acreditam que o Bitcoin representa uma forma de se proteger contra a inflação, especialmente por ser um ativo finito e descentralizado. Investidores e grandes empresas que apostam na criptomoeda veem nela um ativo de longo prazo.
• Opinião negativa: críticos apontam a volatilidade do Bitcoin como um grande risco. Além disso, há preocupações sobre a segurança e o uso de Bitcoin para atividades ilícitas, devido à sua natureza anônima.

A seguir, te ofereço as vantagens e desvantagens de investir em Bitcoin, similares às que estavam no artigo original:

Impostos sobre os lucros obtidos com Bitcoin

No Brasil, os ganhos obtidos com a venda de Bitcoin e outras criptomoedas estão sujeitos à tributação. Se você realizar a venda de Bitcoin com lucro, deverá pagar o Imposto de Renda sobre o ganho de capital, dependendo do valor movimentado e do período em que os Bitcoins foram mantidos.

Impostos sobre ganho de capital com Bitcoin no Brasil:

1. Isenção para vendas menores que R$ 35.000 por mês: se você vender Bitcoin ou qualquer outra criptomoeda e o valor total das vendas no mês não superar R$ 35.000, os lucros são isentos do Imposto de Renda. Para se beneficiar dessa isenção, a soma de todas as vendas deve estar abaixo desse limite.
2. Ganho de capital tributado: para vendas que superem R$ 35.000 em um mês, o imposto sobre o ganho de capital (a diferença entre o preço de compra e o preço de venda) será o seguinte:
   • 15% para ganhos até R$ 5 milhões.
   • 17,5% para ganhos entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
   • 20% para ganhos entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões.
   • 22,5% para ganhos acima de R$ 30 milhões.
3. Declaração anual de Imposto de Renda: mesmo que você não venda suas criptomoedas, deve declarar a posse de Bitcoin e outras criptomoedas no Imposto de Renda anual se o valor de suas criptomoedas exceder R$ 5.000 no final do ano. Essa informação deve ser incluída na ficha "Bens e Direitos" usando o código específico para criptomoedas (código 81).
4. Imposto sobre permutas de criptomoedas: as permutas entre diferentes criptomoedas também podem estar sujeitas ao imposto sobre ganho de capital, pois são tratadas como uma venda seguida de uma compra de outra criptomoeda.

Alternativas ao Bitcoin

Embora o Bitcoin seja a criptomoeda mais conhecida, existem várias outras opções viáveis para diversificar seus investimentos em criptomoedas:

• Ethereum: é a segunda maior criptomoeda por capitalização de mercado, e se destaca por sua plataforma que permite a criação de contratos inteligentes.
• Litecoin: uma das primeiras altcoins, é vista como uma alternativa mais rápida e com menor custo de transação em comparação ao Bitcoin.
• Ripple (XRP): focado em facilitar transações bancárias, o Ripple busca ser uma ponte entre criptomoedas e o sistema financeiro tradicional.

Para quem deseja entrar no mundo das criptomoedas, o Bitcoin oferece uma oportunidade única de investimento com grande potencial de valorização. No entanto, como vimos ao longo do artigo, é fundamental entender as diferentes formas de investir e, principalmente, as medidas necessárias para garantir a segurança dos seus ativos. Desde a compra direta até o uso de ETFs e fundos de investimento, há diversas maneiras de se expor ao Bitcoin, cada uma com seu nível de risco e retorno. Além disso, armazenar seus Bitcoins corretamente, seja em carteiras quentes ou frias, é essencial para proteger seu patrimônio de possíveis ataques cibernéticos.

Em 2024, com o recente halving, a escassez do Bitcoin deve aumentar, o que pode influenciar positivamente seu preço a longo prazo. Também vimos que a adoção institucional e a crescente aceitação da criptomoeda em transações comerciais fortalecem sua posição como um ativo digital de relevância global. No entanto, a volatilidade e os riscos regulatórios são fatores que o investidor deve considerar antes de alocar capital. Para quem busca diversificar sua carteira, o Bitcoin pode ser uma alternativa interessante, mas é sempre importante fazer uma análise cuidadosa e, se necessário, buscar orientação financeira especializada.