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O que é Capital de Giro: Entenda a Importância para a Saúde Financeira das Empresas

O que é Capital de Giro

O capital de giro representa a parte do ativo corrente financiado com recursos permanentes (passivos não correntes) e de certa forma mede se a empresa terá problemas financeiros a curto prazo.

Para explicar melhor, o capital de giro pode ser entendido como o excedente de ativo corrente, uma vez que todas as obrigações de curto prazo (passivo corrente) foram atendidas.

Na imagem acima, vemos um exemplo de como o capital de giro pode ser obtido, o qual é de duas maneiras:

Ativo Corrente — Passivo Corrente: 60.000-50.000=10.000
Recursos Permanentes (Patrimônio Líquido + Passivo não Corrente) — Ativo não Corrente: 20.000+20.000-30.000=40.000-30.000=10.000

Interpretação do resultado do capital de giro

O capital de giro pode ser calculado de duas maneiras, como vimos no exemplo anterior, então também temos duas interpretações:

  • CG = Ativo Corrente — Passivo Corrente: O capital de giro mede o excesso de capacidade de uma empresa para atender às obrigações de curto prazo com os ativos correntes. Portanto, quanto mais excedente de ativo corrente existir, maior a saúde financeira de uma empresa, pois haverá mais margem para enfrentar os pagamentos a curto prazo.
  • CG = Recursos Permanentes (Patrimônio Líquido + Passivo não Corrente) — Ativo não Corrente: sob este método de cálculo, o capital de giro é interpretado como a quantidade de ativo corrente que está sendo financiado com recursos permanentes ou, dito de outra maneira, é o excedente de recursos permanentes após cobrir o ativo não corrente.

Resultados

Dependendo do sinal do capital de giro, este pode ser positivo, negativo ou com valor zero.

  • FM > 0: parte dos ativos circulantes são financiados com recursos permanentes, de modo que é possível cumprir as obrigações de curto prazo. Isso, mesmo que haja algum atraso na cobrança de clientes ou na venda de estoques.
  • FM = 0: quando o capital de giro é igual a zero, diz-se que existe equilíbrio financeiro. No entanto, isso implica certo risco, pois todo o ativo circulante é financiado com passivo circulante e isso implica que, se não for possível cobrar ou realizar (converter em dinheiro) algum item do ativo circulante, não será possível cumprir as obrigações.
  • FM < 0: parte do ativo não circulante está sendo financiado com recursos de curto prazo, levando a uma situação de desequilíbrio financeiro. Isso poderia dificultar no pagamento das obrigações de curto prazo.

Considerações importantes

Em relação ao capital de giro, deve-se considerar os seguintes pontos:

  • Pode ocorrer a situação em que uma empresa tenha um capital de giro positivo devido ao acúmulo de estoques que não consegue vender, mas contabilizados como ativo circulante.
  • O capital de giro deve ser suficientemente amplo, de modo que a empresa tenha uma margem de segurança caso atrase a cobrança de alguma conta do ativo circulante. As obrigações de curto prazo são de pagamento seguro em sua quantia e em uma data determinada. Por outro lado, existe incerteza sobre a cobrança de certos itens do ativo circulante (clientes e estoques)
  • O capital de giro também não deve ser excessivo, pois os recursos permanentes com os quais é financiado têm um custo maior do que a rentabilidade proporcionada pela posse de ativo circulante (dinheiro, estoques, etc.). De outra forma, um capital muito grande significa que existem recursos que poderiam ser usados em novos investimentos e gerar rendimento.
  • Em algumas empresas, um capital de giro negativo não implica problemas financeiros, depende do setor. Os supermercados, por exemplo, costumam cobrar à vista enquanto adiam seus pagamentos para 30, 60,90 ou até 180 dias, então não é raro observar um valor de passivo circulante maior que o de ativo circulante. No entanto, isso não é um problema porque sabem que no dia do pagamento das obrigações terão o valor necessário para cumpri-las.

Como melhorar o capital de giro?

Se a empresa tem um fundo de maneio negativo (ou positivo e quer aumentá-lo), existem formas de gerir a situação. Pode aplicar, por exemplo, as seguintes medidas:

  • Solicitar um adiamento das dívidas com o fisco (ou Fazenda). É uma forma de reduzir obrigações de curto prazo.
  • Usar ferramentas como o factoring. Ou seja, vender ao banco (ou instituição financeira) faturas ou contas a receber de clientes. Isso, em troca de liquidez imediata.
  • Negociar com os fornecedores para poder atrasar os pagamentos pendentes.
  • Oferecer descontos aos clientes por pagamento antecipado. Ou seja, oferecer um desconto em relação ao valor da venda se o devedor cancelar antes do vencimento o valor pendente. Isso poderia ajudar a obter liquidez rapidamente.
  • Vender ativos não correntes.
  • Pedir aos sócios contribuições adicionais. Isso aumenta o patrimônio líquido da empresa.
  • Refinanciar as dívidas com o banco, por exemplo, reduzindo as parcelas periódicas e estendendo o período de endividamento. A longo prazo, pagam-se mais juros, mas com esta opção alivia-se a carga financeira no curto prazo.
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