Contratos futuros de Ethereum e Solana agora são realidade na B3

A B3 acaba de abrir uma nova porta para os traders brasileiros de criptoativos. Os contratos futuros de Ethereum e Solana estão disponíveis na bolsa com liquidação financeira em dólares americanos. A proposta? Dar mais ferramentas para quem busca se expor às criptomoedas sem sair do mercado regulado.

E o mais interessante: com tamanhos reduzidos de contrato, exigência mínima de garantia e possibilidade de day trade. A seguir, explico como funcionam esses contratos, quanto custam para operar e quais perfis podem se beneficiar deles.

Como funcionam os contratos futuros de Ethereum (ETR) na B3

O contrato de Ethereum é uma alternativa mais acessível em comparação com os grandes lotes oferecidos lá fora. Ele é cotado em dólares, mas com garantia em reais, o que facilita muito a vida do trader local. Confira a estrutura completa:

Em outras palavras, o trader pode especular a direção do Ethereum no curto prazo, aproveitando a volatilidade sem necessariamente deter o ativo digital.

Contrato futuro de Solana (SOL): mais acessível, margem maior

Para quem busca uma alternativa ainda mais barata, mas com potencial de movimentação intensa, o contrato de Solana pode ser o ideal. Veja os detalhes técnicos:

A maior diferença aqui é a margem um pouco mais elevada: R$ 60 contra R$ 40 no ETH, mas, em contrapartida, a exposição é a 5 SOL por contrato, o que pode atrair quem busca alavancagem com menor capital.

B3 aposta na institucionalização do mercado cripto

O lançamento dos contratos futuros de Ethereum (ETR) e Solana (SOL) marca mais um passo da B3 na direção de consolidar os criptoativos como parte do mercado financeiro tradicional. Depois do sucesso com o futuro de Bitcoin (BTC), a bolsa amplia sua oferta com produtos dolarizados, reforçando seu papel como ponte entre o universo digital e o sistema financeiro regulado.

Essa expansão tem dois objetivos claros: atrair investidores institucionais e aumentar o leque de estratégias possíveis para quem opera no Brasil. Com a custódia feita por entidades reguladas e garantias em reais, o investidor não precisa mais recorrer a corretoras internacionais nem lidar com carteiras digitais para se expor às criptos.

Além disso, a presença desses ativos na B3 facilita operações como arbitragem com mercados externos, hedge cambial e diversificação de portfólio. Isso ganha ainda mais importância num momento em que criptomoedas vêm apresentando correlação crescente com outros mercados globais, como ações e commodities.

Em resumo, a B3 se posiciona como uma das primeiras bolsas da América Latina a oferecer contratos futuros cripto com liquidação em dólar, um movimento que acelera a convergência entre o tradicional e o digital.

Por que operar futuros de cripto na B3 e não em corretoras internacionais?

Há alguns fatores que tornam essa oferta da B3 interessante:

• Liquidação em dólar com margem em real: isso reduz a necessidade de mandar dinheiro para fora ou ter conta em stablecoin.
• Ambiente regulado e transparente: sem surpresas como suspensão de saques, bloqueios ou riscos de exchange.
• Tributação simplificada: tudo declarado via informe da corretora, com consolidação dos resultados mensais.
• Alavancagem moderada: margem reduzida permite day trade com pouco capital, mas sem exageros de risco.

De fato, pode ser um bom “meio termo” para quem quer operar volatilidade, mas com as regras do mercado tradicional.

Quem pode se beneficiar desses contratos?

Esses novos futuros são indicados principalmente para:

• Traders de curto prazo, que buscam oportunidades em movimentos de preço no intraday.
• Investidores experientes em cripto, que querem proteger posição ou operar vendido.
• Operadores profissionais, que já usam contratos futuros e desejam diversificar a carteira com ativos digitais.

É importante reforçar que esse tipo de instrumento não é ideal para iniciantes ou quem não tem controle de risco. A volatilidade das criptos pode jogar contra rapidamente.

O que muda para o investidor com os futuros de Ethereum e Solana na B3

A liberação dos futuros de Ethereum e Solana na B3 não é só uma notícia para o mercado, é também uma oportunidade tática para o investidor pessoa física. Mesmo quem não opera cripto diariamente pode tirar proveito dessa mudança de cenário. Veja algumas ideias práticas:

• Experimentar uma nova classe de ativos sem sair da B3: se você já opera contratos de índice ou dólar, adicionar ETH ou SOL pode ser uma forma de diversificar. A curva de aprendizado é baixa, já que a lógica operacional segue o mesmo padrão dos demais futuros da bolsa.
• Proteger posições em cripto que você já tem fora da bolsa: tem Ethereum ou Solana em uma corretora internacional? Com os futuros da B3, você pode montar estratégias de hedge direto aqui, sem precisar mandar os ativos pra fora. Isso reduz exposição cambial e risco de contraparte.
• Ganhar com a volatilidade, mesmo sem possuir o ativo: a volatilidade segue alta no mundo cripto, e com margem de apenas R$ 40 ou R$ 60, já dá pra entrar em operações especulativas com pouco capital. Isso abre espaço para trades táticos curtos, sem a necessidade de comprar os tokens no mercado à vista.
• Planejar sua entrada nas criptos com mais estrutura: se você ainda não investe em cripto por falta de segurança ou receio com corretoras não reguladas, esse pode ser o momento certo. A B3 oferece um caminho mais estruturado, com custódia garantida, transparência tributária e compliance local.
• Começar pequeno, com controle de risco: os contratos são fracionados (0,25 ETH ou 5 SOL), o que permite testar o mercado sem se comprometer demais. Ideal para quem quer começar com o pé no chão, observando como esses ativos se comportam em cenário local.

Como isso impacta sua carteira atual de investimentos

Antes de sair operando, vale refletir sobre o papel desses contratos dentro da sua alocação de ativos. Os futuros de ETH e SOL são instrumentos de alto risco e volatilidade, ideais para operações táticas de curto prazo, e não para compor o núcleo da carteira.

Se você já investe em ações, fundos imobiliários ou renda fixa, pense nesses futuros como uma camada de diversificação agressiva, que pode representar entre 1% e 5% do seu capital total de risco, especialmente se você está começando nesse tipo de operação.

Evite concentrar posição ou operar alavancado sem controle: contratos futuros são potentes, mas exigem gestão ativa e disciplina. A melhor estratégia é entrar pequeno, testar, e só aumentar exposição conforme ganha confiança e consistência.