O mercado financeiro brasileiro oferece diversas certificações que funcionam como porta de entrada ou como diferenciais de carreira. Esses títulos são exigidos ou reconhecidos por bancos, corretoras e gestoras, e comprovam que o profissional domina determinados conteúdos técnicos.
Cada certificação tem um objetivo específico, requisitos próprios e está direcionada a perfis diferentes, desde quem começa na distribuição de produtos até quem deseja atuar com planejamento financeiro pessoal ou gestão de fundos.
Antes de mergulhar nos detalhes técnicos, é importante entender o perfil de cada certificação e para quem ela é mais indicada:
A escolha da certificação depende do seu perfil e objetivo: se você planeja seguir carreira em bancos ou corretoras de varejo, comece pela CPA-10, se quer especializar-se em atender investidores de alta renda, continue até a CEA; para ser um planejador financeiro pessoal, foque no CFP; e para investir na carreira de gestor de fundos, pense na CGA.
CPA-10 (Anbima) | Distribuição de investimentos para varejo | Caixa bancário, agente comercial, assistente de gerência. | Nenhum formal: basta ter 18 anos, inscrever-se no site da ANBIMA e pagar a taxa. | ||||
CPA-20 (Anbima) | Distribuição de investimentos para clientes high-end. | Gerente de conta, supervisor, gerente de agência. | Igual à CPA-10. Inclui todo o conteúdo da CPA-10. | ||||
CEA (Anbima) | Especialista em investimentos. | Assessor/Consultor de investimentos em bancos e corretoras | Ensino médio completo e inscrição + pagamento. É comum ter experiência anterior, mas não exigido formalmente. | ||||
CFP (Planejar) | Planejamento financeiro pessoal. | Planejador financeiro sênior, consultor autônomo, gerente de patrimônio | Ensino superior completo, aprovação em exame CFP, curso obrigatório de planejamento financeiro e experiência profissional. Também exige código de ética. | ||||
CGA (Anbima) | Gestão profissional de fundos de investimento | Gestores e diretores de fundos, profissionais de alta gestão em asset management | Exame CGA e possuir outra certificação de gestor. |
Certificação | Foco/Atividades | Público-alvo & Carreira | Pré-requisitos |
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CPA-10 (Anbima) | Distribuição de investimentos para varejo | Caixa bancário, agente comercial, assistente de gerência. | Nenhum formal: basta ter 18 anos, inscrever-se no site da ANBIMA e pagar a taxa. |
CPA-20 (Anbima) | Distribuição de investimentos para clientes high-end. | Gerente de conta, supervisor, gerente de agência. | Igual à CPA-10. Inclui todo o conteúdo da CPA-10. |
CEA (Anbima) | Especialista em investimentos. | Assessor/Consultor de investimentos em bancos e corretoras | Ensino médio completo e inscrição + pagamento. É comum ter experiência anterior, mas não exigido formalmente. |
CFP (Planejar) | Planejamento financeiro pessoal. | Planejador financeiro sênior, consultor autônomo, gerente de patrimônio | Ensino superior completo, aprovação em exame CFP, curso obrigatório de planejamento financeiro e experiência profissional. Também exige código de ética. |
CGA (Anbima) | Gestão profissional de fundos de investimento | Gestores e diretores de fundos, profissionais de alta gestão em asset management | Exame CGA e possuir outra certificação de gestor. |
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Preparar-se para uma certificação financeira exige disciplina, organização e o uso de materiais confiáveis. Embora cada exame tenha suas próprias particularidades, existem pontos em comum: estudar o conteúdo programático oficial, resolver simulados e reservar tempo suficiente para revisão. A seguir, veja orientações práticas para cada certificação.
De modo geral, a disciplina e a consistência são cruciais. Para todas as certificações, boas práticas de estudo incluem resolução de questões, revisão constante e participação em grupos de estudo. E não deixe para estudar em cima da hora: um período de 1 a 3 meses de preparação costumam ser adequados para CPAs, enquanto CEA pode demandar um pouco mais e CFP/CGA, vários meses até anos.
Há diversos recursos no mercado para cada certificação:
Passos para se inscrever nos exames:
Em todos os casos, planeje com antecedência: confirme prazos de inscrição, revise documentos necessários, e escolha datas que permitam tempo suficiente de estudo. Mantenha também o controle de renovações: as certificações da ANBIMA precisam de atualização periódica por cursos, e a CFP exige educação continuada a cada 2 anos.
O mercado financeiro brasileiro está em plena expansão, o que eleva a demanda por profissionais certificados. Nos últimos anos, por exemplo, o número de investidores pessoa física na bolsa (B3) saltou de cerca de 583 mil em 2015 para mais de 3,7 milhões em 2023. Esse aumento estimula bancos, corretoras, fintechs e gestoras a contratar mais gerentes de relacionamento, analistas e planejadores financeiros. Ter certificações reconhecidas nesse contexto é um diferencial competitivo.
Grandes instituições frequentemente exigem certificações ANBIMA para cargos de contas e vendas de investimentos. Por exemplo, o Banco Central orienta que supervisores e gerentes tenham CPA-20 ou CEA. Candidatos sem nenhuma certificação dificilmente avançam nas promoções de carreira. Profissões comuns incluem atendente bancário, caixa, vendedor de agências até assistente de gerência e gerência privada. Muitas vagas internas exigem atualização periódica via cursos de educação continuada.
Escritórios de consultoria de investimentos e gestão de patrimônio valorizam CFP e CEA. Um planejador CFP pode atuar em consultorias financeiras pessoais ou empresas de Family Office, oferecendo pacotes de serviços. Certificações como CFP comprovam ao cliente que o profissional tem amplo conhecimento além de simplesmente “vender um produto”. O desempenho anual financeiro dessas carreiras costuma ser alto, já que planejar financeiro frequentemente resulta em remuneração atrativa.
O CGA é exigido por regulamentação para gestoras de fundos de investimento. Assim, quem almeja cargos em asset management precisa dessa certificação. A remuneração na gestão de fundos é uma das maiores do setor financeiro, alguns gestores experientes chegam a ganhar valores superiores a R$ 20-30 mil mensais, especialmente em grandes gestoras ou bancos, graças a altos bônus e participação nos resultados. Contudo, oportunidades de CGA são mais restritas, pois são poucos os profissionais que atuam nesse nível.
Com o crescimento das fintechs e corretoras digitais, surgem vagas para profissionais certificados venderem produtos financeiros online ou gerirem carteiras de clientes de forma independente. Embora para atuar legalmente no mercado financeiro seja preciso vínculo a uma instituição autorizada, conhecimentos em certificações como CPA-20/CEA podem garantir vagas em canais digitais de bancos e em empresas de serviços financeiros online.
Em resumo, as certificações financeiras abrem portas em todas as frentes do mercado de capitais: varejo bancário, private banking, corretoras, gestoras de investimentos e consultoria financeira. Os salários variam muito, mas seguem a ordem de complexidade e exigência das certificações: profissionais só com CPA-10 ganham menos, quem tem CPA-20 pode chegar a ~R$ 6 mil em cargos de gerência, especialistas com CEA giram em torno de R$ 7-8 mil iniciais planejadores CFP têm média alta e gestores CGA ficam no topo da tabela. Além do salário, há benefícios de mercado: promoção interna em bancos, bônus por metas de vendas e participação em lucros nas gestoras.