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Julho de 2025 chega com um cenário macroeconômico mais favorável para ativos de risco como criptomoedas. A inflação nos EUA desacelerou para ~2,4% ao ano e as taxas de juros estabilizaram-se (Fed em torno de 4,25–4,50% a.a.), indicando previsibilidade e possível alívio monetário no fim do ano.
No front regulatório, a União Europeia implementou o pacote MiCA e, nos EUA, ETFs de Bitcoin à vista foram aprovados, permitindo entrada oficial de investidores institucionais. Com isso, o risco regulatório global caiu significativamente. Esses fatores combinados criam um ambiente de investimento “estável porém seletivo”, em que o capital retorna gradualmente ao mercado cripto, mas privilegiando projetos com aplicação real na economia.
Nesse contexto, observamos uma mudança de foco: ao invés de especulação pura, crescem em relevância as redes cripto que funcionam como infraestruturas reais de pagamento, oferecendo transferências rápidas, baratas e integradas ao sistema financeiro tradicional. Não à toa, o primeiro semestre de 2025 foi marcado pela recuperação das principais criptomoedas.
Investir em criptomoedas exige ainda mais cautela, especialmente diante da volatilidade natural do mercado cripto e das incertezas econômicas globais. Para o mês de julho de 2025, destacamos três criptoativos com alto potencial de valorização, selecionados com base em análises recentes, fundamentos tecnológicos sólidos e projeções positivas para o curto e médio prazo.
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O Bitcoin dispensa introduções: criado em 2009, é a maior criptomoeda do mundo e referência para todo o mercado. Em 2025, o BTC consolida-se como um ativo macro de destaque, frequentemente chamado de “ouro digital”. Após o halving de abril de 2024, a oferta de novos bitcoins diminuiu e, aliado ao aumento da demanda institucional, seu preço ultrapassou a marca histórica, atualmente negociando na faixa de US$ 105–110 mil (cerca de 50% acima do pico anterior de 2021). O Bitcoin conta com aproximadamente 640 mil usuários ativos diários na rede, refletindo uma base global de usuários em crescimento estável.
Além disso, a aprovação de ETFs de Bitcoin nos EUA mudou a dinâmica de mercado: em apenas 15 meses desde seu lançamento, esses fundos já acumularam mais de US$ 128 bilhões em BTC sob gestão. Com oferta total limitada a 21 milhões de BTC e alta liquidez, o Bitcoin permanece como o principal ativo em carteiras de investidores institucionais, sendo cada vez mais comparado a uma reserva de valor escassa e descentralizada.
O Ethereum consolidou-se como a segunda maior criptomoeda e a principal plataforma de contratos inteligentes do mercado. Lançado em 2015, o Ethereum expandiu os casos de uso das blockchains, permitindo a criação de aplicações financeiras descentralizadas (DeFi), tokens NFT, jogos e muito mais em seu ecossistema. Desde setembro de 2022, o Ethereum migrou do mecanismo de consenso PoW para Prova de Participação (PoS), mudança conhecida como The Merge, o que reduziu em mais de 99,9% o consumo de energia da rede e abriu caminho para melhorias de escalabilidade. Em 2025, a rede Ethereum continua liderando o setor de “dinheiro programável” com milhares de desenvolvedores ativos e diversas soluções de camada 2 (como Optimism, Arbitrum, Polygon) aumentando sua capacidade para centenas de transações por segundo.
Os indicadores on-chain também reforçam sua dominância: o valor total bloqueado (TVL) em protocolos DeFi sobre Ethereum ultrapassa US$ 112 bilhões, quase o dobro do ano anterior, graças ao retorno de investidores a plataformas de empréstimo, staking e corretoras descentralizadas. Esse crescimento no uso impulsionou o token ETH, que valorizou cerca de 12% apenas no mês de junho.
Atualmente o Ether é negociado em torno de US$ 2.500, ainda abaixo da sua máxima histórica (~US$ 4.890 em 2021), mas com tendência de alta sustentada. No horizonte técnico, a comunidade se prepara para a atualização “Pectra” (implementação de Verkle Trees), prevista para o final de 2025, que deverá reduzir o tamanho dos dados armazenados pelos nós e abrir caminho para o danksharding, um avanço significativo em performance e capacidade de processamento.
O XRP, criptomoeda nativa do XRP Ledger, foi lançado em 2012 pela empresa Ripple (antiga Ripple Labs) com o propósito de facilitar pagamentos internacionais de forma quase instantânea e a baixo custo. Diferentemente do Bitcoin, o XRP não depende de mineração: seu protocolo de consenso único (Proof-of-Association/Federated Consensus) valida transações em questão de segundos com uma taxa insignificante (frações de centavo de dólar).
Isso atraiu desde cedo o interesse de instituições financeiras que buscavam uma alternativa eficiente para transferências transfronteiriças, em especial bancos e empresas de remessas. Em 2025, o XRP figura entre as maiores criptos do mercado (no top 5 em valor de mercado), e voltou aos holofotes graças a avanços tecnológicos e jurídicos. A empresa Ripple implementou integração do XRP Ledger com o protocolo Wormhole, permitindo transferir XRP, stablecoins e até ativos do mundo real tokenizados entre mais de 35 redes diferentes (como Ethereum, Solana, Avalanche), de forma rápida e com obediência às regras de cada cadeia.
Essa interoperabilidade multichain amplia significativamente a utilidade do XRP, posicionando-o como uma espécie de ponte universal de liquidez. Paralelamente, após anos de batalha legal com a SEC nos EUA, o caso caminha para um desfecho em 2025, com expectativas de que a Ripple obtenha clareza regulatória sobre o status do XRP, abrindo caminho para um possível IPO (oferta pública de ações) da empresa. Analistas projetam que, se confirmada, a abertura de capital da Ripple poderia avaliar a companhia em até US$ 100 bilhões, o que “deverá impulsionar também o preço do XRP” segundo o advogado John Deaton.
Algumas projeções otimistas citadas pela BTCNews chegam a vislumbrar o token acima de US$ 10 num cenário de adoção acelerada (embora isso represente um cenário extremamente bullish de longo prazo). No curto prazo, o XRP já mostrou força: em junho de 2025 rompeu a resistência de US$ 2,20 e estabeleceu um novo suporte acima de US$ 2,00, algo não visto desde 2018. A crescente confiança se reflete em movimentos de grandes players, por exemplo, uma holding internacional (Webus International) alocou US$ 300 milhões em XRP como parte de sua tesouraria corporativa, e o banco canadense CIBC iniciou projetos-piloto para remessas internacionais usando a rede XRP.
Para facilitar a visualização, a seguir está uma tabela comparando algumas métricas e características dos três criptoativos abordados:
Bitcoin (BTC) | ~US$ 2,1 trilhões | Reserva de valor (“ouro digital”) | Adoção institucional crescente; ETFs e compras de grandes investidores impulsionam demanda | ||||
Ethereum (ETH) | ~US$ 300 bilhões | Plataforma de contratos inteligentes e DeFi | Expansão do DeFi (TVL > US$ 112 bi); Atualização de escalabilidade (Pectra) prevista | ||||
Ripple (XRP) | ~US$ 110 bilhões (estimado) | Rede global de pagamentos instantâneos | Integração multi-chain (Wormhole) amplia uso; Possível conclusão do caso SEC e IPO da Ripple no horizonte |
Criptomoeda | Valor de Mercado (Jul/2025) | Foco Principal | Catalisadores Recentes |
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Bitcoin (BTC) | ~US$ 2,1 trilhões | Reserva de valor (“ouro digital”) | Adoção institucional crescente; ETFs e compras de grandes investidores impulsionam demanda |
Ethereum (ETH) | ~US$ 300 bilhões | Plataforma de contratos inteligentes e DeFi | Expansão do DeFi (TVL > US$ 112 bi); Atualização de escalabilidade (Pectra) prevista |
Ripple (XRP) | ~US$ 110 bilhões (estimado) | Rede global de pagamentos instantâneos | Integração multi-chain (Wormhole) amplia uso; Possível conclusão do caso SEC e IPO da Ripple no horizonte |
Em suma, Bitcoin, Ethereum e XRP despontam entre as criptomoedas mais promissoras para acompanhar em julho de 2025, cada uma em seu papel específico no ecossistema cripto. O Bitcoin consolida-se como ativo macro e reserva de valor digital, o Ethereum impulsiona a inovação em finanças descentralizadas e aplicações blockchain, enquanto o XRP foca em revolucionar a infraestrutura de pagamentos globais. Todos apresentam fundamentos reforçados recentemente – seja por avanço tecnológico, adoção ou melhora no sentimento de mercado.
No entanto, é importante ressaltar que o mercado de criptomoedas permanece volátil e não há garantias de retornos. Os prospectos positivos dessas três moedas devem ser ponderados com seus respectivos riscos e contrapartidas. Investidores devem fazer uma análise cautelosa, levando em conta seu próprio apetite ao risco e horizonte de investimento. Diversificação e estudo aprofundado continuam sendo práticas recomendadas, especialmente em um domínio YMYL (Your Money or Your Life) como o financeiro.
Este artigo tem caráter informativo e analítico, não constituindo recomendação de investimento. Dito isso, as perspectivas atuais indicam que Bitcoin, Ethereum e XRP estão bem posicionados no mercado cripto em julho de 2025, cada qual com potencial de trazer benefícios aos participantes – seja pela segurança de um porto seguro, pela oportunidade em novas aplicações descentralizadas, ou pela eficiência nas transações que conectam o mundo. Com fundamentos sólidos e desenvolvimentos recentes promissores, elas figuram entre as principais candidatas a ter desempenhos de destaque neste mês e no restante do ano, desde que o cenário macro e regulatório permaneça favorável.