ETFs com Fator Momentum: vale a pena investir?

Nos últimos anos, os ETFs de fator ganharam força no mercado brasileiro como uma alternativa inteligente para diversificação de carteira. Entre os fatores mais conhecidos estão Value, SmallCap e o Growth, impulsionado pela alta recente das empresas de tecnologia. Mas e o Momentum, você já ouviu falar? Pouco popular entre investidores comuns, esse fator tem se destacado por entregar retornos acima da média em diversas regiões e classes de ativos.

Aqui, vou explicar o que é o fator momentum, como ele funciona, suas vantagens e riscos. Além disso, você verá em quais momentos ele pode fazer a diferença na sua estratégia e conhecerá os principais ETFs de momentum disponíveis no Brasil.

O que é o fator momentum?

Sabe aquela máxima de que "tendência é sua amiga"? O fator momentum se baseia exatamente nisso. Ele identifica ativos que tiveram um bom desempenho recente e que, estatisticamente, têm maior chance de continuar subindo no curto prazo. Por outro lado, os ativos de baixo desempenho tendem a seguir em baixa.

O conceito foi formalizado por Narasimhan Jegadeesh e Sheridan Titman em 1993, quando demonstraram que uma estratégia de "comprar os vencedores e vender os perdedores" poderia gerar retornos significativos em períodos de 3 a 12 meses. Desde então, outros estudos confirmaram a força desse fator em diferentes mercados e ativos.

Desempenho histórico e evidência empírica do fator momentum

Se analisarmos a performance histórica, o momentum supera frequentemente outros fatores. O índice MSCI World Momentum, por exemplo, teve uma performance acima do índice de referência desde 2011. Claro, não está isento de riscos – em momentos de alta volatilidade, ele pode enfrentar quedas acentuadas –, mas raramente passa por longos períodos de baixo retorno, ao contrário do fator Value e SmallCaps.

E sabe o que é interessante? Muitos investidores ignoram esse fator por não estar baseado em métricas financeiras tradicionais, e sim em análise de preço. Esse preconceito já custou a eles oportunidades de lucros consideráveis.

Como funciona o momentum

O momentum funciona pela persistência das tendências de mercado. Normalmente, os índices selecionam ativos com os melhores ou piores desempenhos nos últimos 6 a 12 meses, ignorando o mês mais recente para evitar reversões bruscas.

Mas não é só o mercado que explica o momentum. A psicologia dos investidores também tem um papel importante. O excesso de confiança, a aversão a perdas e a inércia nas decisões de compra e venda criam um efeito de extensão das tendências, reforçando o comportamento dos preços.

Vantagens e desvantagens do fator momentum

Quando e onde usar ETFs de fator momentum?

Os ETFs de momentum são especialmente úteis em mercados com tendências definidas. Se o mercado está subindo de forma consistente, esse fator tende a entregar retornos melhores. Já em períodos de recuperação, como após uma crise, ele pode capturar as altas rapidamente.

Mas atenção: evite aplicá-lo em momentos de alta volatilidade ou em períodos de reversão de tendência, pois o risco de perdas aumenta. Dito isso, aqui vão alguns cenários favoráveis para utilizar o fator momentum:

• Ciclos de mercado em alta: ideal para longos períodos de alta sustentada.
• Momentos pós-crise: excelente para capturar a recuperação de ativos vencedores.

Principais ETFs de momentum no Brasil

Se você ficou interessado em explorar essa estratégia, confira alguns dos ETFs de fator momentum disponíveis no Brasil:

Se você está buscando diversificar sua carteira e aproveitar as tendências do mercado, os ETFs de fator momentum podem ser uma excelente adição à sua estratégia. Mas lembre-se: estude o mercado, entenda os riscos e avalie o momento certo para entrar.