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O que é uma oferta pública inicial e quais foram as últimas no Brasil?

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Antes de investir na Bolsa, é importante entender como as empresas conseguem cotizar no mercado de ações. Um dos processos chave é a oferta pública inicial, mais conhecida como IPO por suas siglas em inglês (Initial Public Offering), onde uma empresa privada vende suas ações ao público pela primeira vez. Este passo abre as portas para novos investidores e permite à companhia obter capital fresco para sua expansão.

O que é uma IPO?

Uma oferta pública inicial (IPO) é um momento crucial na vida de uma empresa. É quando uma companhia, que até então era privada, decide entrar no mercado e oferecer ações ao público em geral, listando-se na bolsa de valores. Basicamente, através de uma IPO, a empresa vende uma parte de sua propriedade aos investidores para arrecadar fundos que a ajudem a crescer, expandir-se ou até mesmo facilitar a saída de alguns sócios que buscam recuperar seu investimento.

Para que você entenda melhor, imagine que a empresa é como um bolo. No início, esse bolo é apenas para os fundadores e os primeiros investidores, que geralmente são familiares, amigos ou investidores privados (conhecidos como business angels). À medida que a empresa cresce, pode precisar de mais capital para ampliar suas operações, contratar mais talentos ou desenvolver novos produtos. É nesse momento que decide “cortar uma fatia do bolo” e vendê-la através de uma IPO.

O processo não é nada simples nem rápido. Pode levar meses de preparação e requer a participação de uma equipe especializada: advogados, contadores, consultores financeiros e bancos de investimento. A empresa deve preparar uma declaração de registro para os reguladores financeiros, onde detalha seus estados contábeis e elabora um prospecto de investimento para os possíveis compradores de suas ações.

O preço das ações em uma IPO não é definido ao acaso. É estabelecido por meio de um processo rigoroso que considera vários fatores, como a situação financeira da empresa, suas perspectivas de crescimento, as condições do mercado e a negociação com os bancos de investimento que a assessoram.

Como funciona o processo de uma IPO?

O processo de uma IPO é complexo e deve cumprir com regulamentações rigorosas. A seguir, explicamos os passos mais importantes:

  1. Seleção de um banco de investimento (subscritor): A empresa escolhe uma instituição financeira que atuará como intermediário e assessor durante o processo de emissão de ações. Este banco ajudará a estruturar a oferta e a definir a estratégia de colocação no mercado.
  2. Auditoria e preparação de documentação: É realizada uma auditoria financeira exaustiva para assegurar a transparência da empresa. Além disso, é elaborado o prospecto de oferta pública, um documento chave que detalha a situação financeira da companhia e as razões para realizar a IPO.
  3. Aprovação regulatória: O prospecto é submetido à análise e autorização dos órgãos reguladores. No caso do Brasil, esse processo é conduzido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É essa etapa que assegura que as informações divulgadas ao mercado sejam verdadeiras, completas e suficientes para apoiar a tomada de decisão dos investidores.
  4. Determinação do preço das ações: É fixado um preço inicial levando em conta a demanda esperada, as condições do mercado e a avaliação da empresa. Nesta fase, são realizadas reuniões com investidores para medir o interesse na oferta.
  5. Lançamento da IPO: As ações são colocadas à disposição de investidores institucionais e de varejo. Se houver uma alta demanda, a empresa pode decidir emitir mais ações do que as inicialmente previstas.
  6. Início da negociação na bolsa: Após a conclusão da oferta, as ações passam a ser negociadas na B3: Brasil, Bolsa, Balcão, permitindo que os investidores comprem e vendam os papéis livremente no mercado secundário.

Por que as empresas realizam um IPO?

As empresas que optam por abrir capital fazem isso por diversas razões estratégicas. Aqui estão algumas das mais importantes:

  • Captação de capital: A principal razão é obter recursos financeiros. Este capital pode ser usado para investir em tecnologia, adquirir outras empresas, expandir para novos mercados ou fortalecer as operações atuais.
  • Ampliação da base de acionistas: Ao fazer um IPO, as ações deixam de estar nas mãos de poucos investidores e se tornam acessíveis ao público em geral, o que diversifica a estrutura acionária e pode dar maior estabilidade financeira à empresa.
  • Saída para investidores iniciais: Fundos de capital de risco ou investidores anjo costumam aproveitar o IPO como uma oportunidade para recuperar seu investimento e obter ganhos por sua participação inicial na companhia.
  • Mais visibilidade e credibilidade: Uma empresa listada na B3 ou em bolsas internacionais conquista reconhecimento e prestígio no mercado, o que pode facilitar a atração de novos clientes, parceiros estratégicos e profissionais-chave. Esse posicionamento também fortalece a confiança de fornecedores, instituições financeiras e investidores.
  • Liquidez para os acionistas: Ao negociar na bolsa, as ações podem ser compradas e vendidas facilmente, o que dá maior flexibilidade tanto para a empresa quanto para seus investidores.

Em resumo, embora existam diversas razões para realizar um IPO, todas têm um objetivo comum: conseguir capital para potencializar o crescimento do negócio e assegurar sua expansão a longo prazo.

Vantagens e desvantagens de listar uma empresa na bolsa

Embora realizar uma IPO traga consigo múltiplos benefícios, também implica certos desafios que as empresas devem avaliar antes de tomar a decisão de listar na bolsa. Aqui explicamos os principais prós e contras deste processo:

Prós

  • Acesso a capital: A empresa pode obter grandes somas de financiamento para impulsionar seu crescimento e expansão.
  • Maior reconhecimento de marca: Estar na bolsa melhora a imagem e reputação da companhia, o que facilita a atração de clientes e investidores.
  • Liquidez para os investidores: Os acionistas podem vender suas participações com maior facilidade, o que incrementa a flexibilidade financeira.
  • Possibilidade de emitir mais ações no futuro: Uma empresa listada pode realizar ofertas secundárias para obter mais financiamento à medida que necessitar.

Contras

  • Regulamentações rigorosas: A empresa deve cumprir com normas e relatórios financeiros periódicos.
  • Custos elevados: O processo de abrir capital implica honorários legais, auditorias, comissões bancárias e outros gastos relacionados, o que pode ser muito caro.
  • Perda de controle: Os fundadores podem perder influência na tomada de decisões, especialmente se cederem uma parte significativa do capital social a novos acionistas.
  • Volatilidade do mercado: O preço das ações pode flutuar drasticamente, o que poderia afetar a estabilidade financeira da empresa e complicar sua gestão a longo prazo.

A decisão de lançar uma IPO não depende apenas das necessidades de financiamento, mas também da disposição da empresa para cumprir com regulamentações mais rigorosas e gerenciar as expectativas dos novos acionistas.

Quais agentes participam de uma IPO?

Realizar uma IPO não é tarefa fácil. O processo envolve tempo, esforço e múltiplas gestões, o que pode ser exaustivo e complexo para os diretores da empresa. Por isso, em uma oferta pública inicial participam diferentes atores-chave para garantir que tudo seja feito de forma ordenada e transparente.

A seguir, explicamos quem são e qual é sua função:

AgenteDescrição
Empresa emissoraA empresa que decide abrir capital na B3 com o objetivo de captar recursos precisa preparar uma série de documentos, passar por auditorias independentes e definir o preço por ação com base na demanda dos investidores e nas condições de mercado.
Banco de investimentoEntidade financeira que assessora a empresa durante todo o processo, ajuda a determinar o melhor momento para a IPO, promove a oferta e define o preço das ações.
InvestidoresOs compradores das ações durante a IPO. Podem ser investidores institucionais (fundos de investimento, seguradoras, bancos) ou varejistas (o público em geral).
Autoridade reguladora do mercado de valoresSupervisiona o processo para garantir o cumprimento das normas.
Bolsa de valoresMercado onde as ações são negociadas uma vez que a IPO tenha concluído. Algumas empresas optam por listar também em mercados internacionais, como o NYSE ou o Nasdaq.

Cada um desses atores é fundamental para que a IPO seja transparente, justa e benéfica para todas as partes. Coordenar seus esforços corretamente é chave para que o processo culmine com sucesso.

Quem pode realizar uma IPO?

Qualquer empresa que cumpra com certos critérios e regulamentações pode realizar uma IPO. No entanto, as companhias que optam por esse caminho costumam compartilhar algumas características chave:

  • Maturidade: Não é necessário que a empresa tenha décadas no mercado, mas seu modelo de negócio deve estar consolidado e ser rentável. Dado que a IPO é um processo complexo e custoso, apenas empresas com uma base financeira sólida podem assumi-lo com sucesso.
  • Tamanho da empresa: Apesar de não haver um porte mínimo exigido por regra, o processo de listagem na B3 envolve custos relevantes com estrutura, auditoria, compliance e comunicação com o mercado. Por isso, quem decide abrir capital geralmente são empresas de médio ou grande porte, com planos robustos de crescimento e necessidade de captar volumes significativos de recursos.
  • Rentabilidade: Embora algumas startups tecnológicas tenham aberto capital sem serem rentáveis, o ideal é que a empresa tenha um caminho claro para a geração de lucros. Os investidores buscam empresas com planos sólidos para gerar retornos a médio e longo prazo.
  • Transparência: Para abrir capital, a empresa deve estar disposta a divulgar seus demonstrativos financeiros, auditorias e outras informações chave que inspirem confiança nos investidores.
  • Conformidade regulatória: Cada bolsa de valores tem seus próprios requisitos para aceitar novas empresas.

As IPOs não estão restritas a um único tipo de empresa. Desde startups tecnológicas até grandes companhias industriais optaram por esse caminho para fortalecer seu crescimento e financiamento.

Requisitos para realizar uma IPO

Para realizar um IPO, a empresa precisa atender a uma série de requisitos regulatórios e financeiros. Embora alguns detalhes variem conforme o segmento da B3 escolhido (como Novo Mercado ou Nível 2), alguns pontos são fundamentais:

  • Preparação dos demonstrações financeiras auditadas por empresa registrada na CVM.
  • Elaboração de um prospecto completo, detalhando a situação econômica da empresa, os riscos do negócio e o destino dos recursos captados.
  • Aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da B3, que avaliam a consistência e a transparência das informações divulgadas.
Passos para uma IPO bem-sucedida
Passos para uma IPO bem-sucedida

Abrir capital é um marco estratégico na trajetória da companhia. Com o planejamento correto e o suporte de profissionais experientes, esse movimento pode acelerar a expansão e fortalecer a presença no mercado.

Exemplos de ofertas públicas iniciais bem-sucedidas

Algumas IPOs se tornaram casos emblemáticos a nível internacional:

  • Meta (antes Facebook): Seu IPO em 2012 arrecadou mais de 16 bilhões de dólares. Embora inicialmente sua ação tenha sido volátil, com o tempo a empresa se consolidou como uma das mais valiosas do mundo.
  • WeWork (2019): Um exemplo de como um IPO pode fracassar se o modelo de negócio não convencer. A WeWork teve que cancelar sua entrada na bolsa devido a preocupações financeiras.

Na América Latina, alguns dos IPOs mais destacados são:

  • Nubank (Brasil, 2021): Captou mais de 2,6 bilhões de dólares, tornando-se um dos neobancos mais grandes do mundo.
  • MercadoLibre (Argentina, 2007): Embora não seja recente, continua sendo um dos casos de IPO mais bem-sucedidos na região.

Estratégias pós-IPO para investidores

Se você decidir investir em um IPO, é fundamental ter uma estratégia clara. Aqui estão alguns pontos-chave:

  • Diversificação: Não concentre todo o seu capital em um único IPO. Distribua o risco investindo em diferentes empresas ou setores.
  • Análise da empresa: Avalie o modelo de negócio, as projeções financeiras e a experiência da equipe de gestão. Certifique-se de entender como a empresa gera receita e quais são seus riscos.
  • Acompanhamento do mercado: Observe o desempenho da ação após a estreia na bolsa. A volatilidade inicial é comum, mas pode apresentar oportunidades para ajustar sua estratégia.
  • Investimento a longo prazo: Muitos IPOs têm quedas iniciais. No entanto, empresas com fundamentos sólidos tendem a recuperar e superar seu valor com o tempo.
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