Ações
Uma das premissas básicas para o investidor de valor na Bolsa de Valores que busca lucrar com ganho de capital e dividendos na sua carteira é monitorar ações de boas empresas e aproveitar momentos em que seus preços estão descontados, alocando capital de forma inteligente.
Essa costuma ser uma busca constante: aumentar a quantidade de ações reduzindo o preço médio da posição. Em muitos casos, vale a máxima do “caiu, comprou”, desde que com fundamentos.
Para este mês de agosto de 2025, apesar de o Brasil atravessar turbulências no campo político e econômico, destacamos 3 ações promissoras que podem se beneficiar de movimentos de recuperação após semanas de desvalorização.
Com base na análise de fundamentos, cenário macroeconômico e projeções de mercado, selecionamos três ações que se destacam pela solidez, potencial de valorização ou geração consistente de renda. A seguir, detalhamos os principais destaques de cada uma delas:
Uma das “queridinhas”, devido a sua estabilidade e bom pagamento de dividendos. O setor de bancos tende a ser “blindado” no mercado financeiro podendo trazer um menor risco ao portfólio. O Banco do Brasil é uma das maiores e mais antigas instituições financeiras da América Latina, fundado em 1808, por Dom João VI.
É controlado pelo governo federal e atua com uma ampla gama de serviços financeiros, como contas, crédito, câmbio, investimentos, seguros, previdência, agro e gestão de ativos, tanto no Brasil, quanto no exterior. Possui liderança no financiamento ao agronegócio, com mais de 60% de participação no setor (market share).
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No gráfico semanal a seguir, notamos como a cotação se desvalorizou -33% desde as máximas históricas, atingidas em maio de 2025, na região dos R$ 29,60 (retângulo vermelho).
O mercado chega para testar o nível de preços em R$ 19,80, não atingido desde agosto de 2023 (há dois anos atrás). Este patamar poderá despertar o interesse de investidores atentos às eventuais “promoções” na Bolsa.
Se caso tivermos uma entrada dos compradores neste nível de preços, para uma potencial valorização projetada até a máxima histórica novamente, pode-se existir espaço para um rali de +43% aproximadamente.
Os balanços do 1º trimestre de 2025 vieram aquém do esperado. Apontaram, também, para um maior aumento da inadimplência do agro brasileiro. Uma SELIC em 15% pode dificultar o pagamento de juros das dívidas.
Porém, nos últimos 10 anos, o Banco do Brasil trouxe uma rentabilidade real, considerando o ganho de capital, dividendos e descontado-se a inflação, de 101,03%. Mostra que tende a ser uma posição lucrativa no longo prazo.
1 Mês | -4,04% / -4,04% | ||
3 Meses | -27,04% / -27,40% | ||
1 Ano | -20,26% / -24,02% | ||
2 Anos | -2,03% / -10,67% | ||
5 Anos | 73,24% / 26,61% | ||
10 Anos | 238,96% / 101,03% |
Período | Rentabilidade / Rentabilidade Real |
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1 Mês | -4,04% / -4,04% |
3 Meses | -27,04% / -27,40% |
1 Ano | -20,26% / -24,02% |
2 Anos | -2,03% / -10,67% |
5 Anos | 73,24% / 26,61% |
10 Anos | 238,96% / 101,03% |
Além disso, o seu P/L (Preço/Lucro) atual é de 5,24. Abaixo da média da empresa de 5,28 e, também, abaixo da média do setor, que é de 7,80. Este múltiplo pode indicar que a cotação está relativamente abaixo do histórico de “preço justo” de mercado.
O Banco não possui dívidas e, nos demonstrativos de resultado de longo prazo para os últimos 10 anos, uma geração consistente de receitas e lucros. Se o investidor focar somente no balanço do 1º trimestre de 2025 que recuou um pouco, poderá ver só a ponta do iceberg.
Mas, se tiver uma visão de longo prazo, poderá apurar a consistência da empresa. A sua resiliência e aproveitar estas correções do mercado muito afetadas pelo psicológico do “efeito-manada”.
A nossa próxima escolha são as ações da TAESA (TAEE11). A companhia pode surfar o “filé-mignon” da nossa B3, já que é uma transmissora de energia elétrica.
Dentro do setor, pode atuar no melhor segmento. Com operacional mais facilitado e menos custoso. O trabalho da TAESA é levar a energia das usinas até os centros de distribuição. O setor de energia elétrica também tende a ser um dos blindados do nosso mercado financeiro. Geralmente, é composto por empresas maduras, sólidas e lucrativas que tendem a compartilhar bons dividendos.
O faturamento das empresas deste setor também são mais previsíveis. A luz é um item de necessidade básica dentro das casas. Mesmo em momentos de crises, o consumidor tende a honrar os seus pagamentos. Poderia ser um dos últimos serviços à inadimplência.
Além disso, o mercado consumidor é mais previsível, sem grandes oscilações. É possível projetar uma média de consumo X receitas. Isto pode permitir uma estabilidade no caixa podendo assumir financiamentos mais longevos.
No gráfico semanal da TAEE11, notamos como os preços se desenvolvem em uma tendência de alta, desde dezembro de 2022. No momento da análise, houve um recuo de -9% desde as máximas em R$ 36,80 (maio 2025). Este nível de preços em R$ 33,50 pode gerar uma inversão de polaridade do mercado.
De dezembro de 2023 até março de 2025 funcionou como resistência despertando o interesse dos vendedores. Uma vez rompida e testada de cima para baixo poderá funcionar como suporte despertando o interesse dos compradores.
Se caso o mercado encontrar compradores em R$ 33,50, para um alvo projetado até as máximas novamente, estima-se uma valorização das ações de +9% aproximadamente. Nos últimos 10 anos, a Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. trouxe uma rentabilidade real, considerando o ganho de capital, dividendos e descontando-se a inflação, de 172,72%.
1 Mês | -1,78% / -1,78% | ||
3 Meses | -3,10% / -3,58% | ||
1 Ano | 6,99% / 1,94% | ||
2 Anos | 8,88% / -0,72% | ||
5 Anos | 99,07% / 45,49% | ||
10 Anos | 359,85% / 172,72% |
Período | Rentabilidade / Rentabilidade Real |
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1 Mês | -1,78% / -1,78% |
3 Meses | -3,10% / -3,58% |
1 Ano | 6,99% / 1,94% |
2 Anos | 8,88% / -0,72% |
5 Anos | 99,07% / 45,49% |
10 Anos | 359,85% / 172,72% |
Investir em boas empresas no longo prazo tende a ser lucrativo, pois excluem-se as oscilações de curto prazo e foca-se na geração de valor para o acionista.
Em termos de múltiplos, negocia em 6,92 o P/L (Preço/Lucro). Muito próximo a sua média histórica de 6,80 e abaixo da média do setor: 7,77. Via de regra, P/Ls abaixo de 10 tendem a despertar a atenção dos investidores para cotações próximas aos valores justos de mercado.
Para o investidor que gosta de renda passiva via dividendos, a TAESA também é uma boa pagadora de proventos. Nos últimos 10 anos, observamos como a média foi de 10,41% e, atualmente, em 8,09%. Ambos os níveis acima do setor e acima do padrão buscado pelo mercado de +6% yield (proteção à inflação).
Um outro número que o investidor de longo prazo precisa olhar é para o endividamento da companhia. Empresas muito alavancadas podem aumentar o seu risco de solvência, bem como engessar o caixa para novos investimentos ou distribuição de proventos. As receitas tendem a ir para o pagamento de juros.
Neste quesito, quando olhamos para a Dívida Bruta em relação ao Patrimônio, observamos valores ligeiramente acima do 1x1. Porém, nada exagerado, haja visto a previsão de faturamento do setor elétrico, como mencionado anteriormente que podem ampliar os financiamentos (valores e prazos).
Por fim, olhando para os resultados dos últimos anos, esta curva pode saltar aos olhos do mercado. Pode ser a ideia de você ser um pequeno acionista de um grande negócio. Colocar o seu dinheiro para trabalhar de forma inteligente. De 2015 pra cá houve um aumento consistente das receitas e dos lucros, sem sustos.
A nossa última escolhida para o mês de agosto de 2025 são as ações da BrasilAgro (AGRO3). A empresa é especializada na aquisição, desenvolvimento e comercialização de propriedades rurais.
Seu modelo de negócios se baseia na valorização de terras por meio de investimentos em tecnologia e infraestrutura. Cultiva culturas como soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, feijão e também atua com pecuária. Entre 2021 e 2024 expandiu operações, diversificou culturas e adotou práticas ambientais e sociais.
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No gráfico semanal notamos como os preços vêm numa tendência de queda no último ano, desde o último teste das máximas em R$ 26,75 (julho 2024). De lá pra cá, o papel já se desvalorizou -24%, mas chega para testar um suporte importante formado entre setembro de 2022 até agosto de 2023, entre os níveis de preços de R$ 19,25 até R$ 18,65 (retângulo verde).
Em termos de resultados, observamos como no longo prazo a companhia apresenta um bom desempenho. Somente em 2016 apresentou prejuízo. Da pandemia pra cá, conseguiu aumentar receitas e lucros de forma consistente.
Porém, quando olhamos com lupa os números mais recentes, vemos como os resultados dos últimos balanços trimestrais, da metade de 2024 pra cá recuaram e isso pode ter contribuído para o movimento de queda do papel.
Outro ponto interessante que o investidor de longo pode observar ao buscar ações de boas empresas para alocação do seu capital é na questão do endividamento.
Já diz aquele ditado: “quem não deve, não quebra!”. A Dívida Bruta / Patrimônio pode nos dar uma ideia de alavancagem da companhia. Eu prefiro que este indicador não ultrapasse o 1,0. No gráfico abaixo vemos como, desde 2015, este patamar de 1,0 não foi ultrapassado, o que nos leva a entender que a AGRO3 fez a sua lição de casa. Atualmente, está em 0,77 (abaixo da concorrência).
Em termos de múltiplos, que podem nos dar uma aproximação da cotação em relação ao valor justo de mercado, o P/L (Preço/Lucro) está 6,73, abaixo da média da empresa, o que pode indicar que ela está sendo negociada com um desconto em relação ao seu próprio histórico.
Este indicador também compara-se à média do setor em 5,98. A AGRO3 não está assim tão mais cara do que os seus concorrentes.
Se o foco dos seus investimentos na Bolsa de Valores são em ações geradoras de proventos, a BrasilAgro também poderá saltar aos seus olhos. Atualmente, o seu Yield está em 7,67% e a sua média é de 9,37%. Ambos superam o setor e o nível de corte médio de yield acima de 6% para uma proteção contra a inflação.
Em relação ao desempenho, o papel trouxe uma valorização média simples real de +13% ao ano desde 2015 considerando o ganho de capital, proventos e descontando-se a inflação. No longo prazo, tem sido uma boa seleção.
1 Mês | 1,00% / 1,00% | ||
3 Meses | -5,84% / -6,31% | ||
1 Ano | -19,35% / -23,16% | ||
2 Anos | -4,25% / -12,70% | ||
5 Anos | 49,00% / 8,90% | ||
10 Anos | 288,38% / 130,34% |
Período | Rentabilidade / Rentabilidade Real |
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1 Mês | 1,00% / 1,00% |
3 Meses | -5,84% / -6,31% |
1 Ano | -19,35% / -23,16% |
2 Anos | -4,25% / -12,70% |
5 Anos | 49,00% / 8,90% |
10 Anos | 288,38% / 130,34% |
Investir em produtos financeiros implica um certo nível de risco.