Trading
O spread é, em termos gerais, a diferença entre o preço de venda (bid) e o preço de compra (ask) de um determinado ativo ou derivado financeiro. Ou seja, o spread é calculado a partir da diferença entre o preço de oferta (bid) e o preço de demanda (ask).
Antes de entrar no assunto, devemos considerar que a bolsa de valores é como qualquer outro mercado, onde para uma operação poder ocorrer, deve sempre haver um vendedor de um ativo e um comprador, e ninguém poderá comprar, se antes alguém não tiver intenção de vender.
Com isso esclarecido, o intervalo de preços ou "spread" é a diferença de preços que existe entre a melhor ordem de compra e a melhor ordem de venda que existe no mercado de valores. Também pode ser chamado de margem ou diferencial de preços.
Após ver os diferentes tipos de ordens no mercado de valores, sabemos que quando compremos um ativo ou produto no mercado financeiro nos deparamos com dois preços, o melhor preço de compra e o melhor preço de venda.
Portanto, o intervalo de preços é a diferença de preços que vemos na cotação dos ativos e produtos negociados nas diferentes bolsas, podem ser ações, CFDs, futuros, índices, criptomoedas, derivativos, ETFs... Ou seja, quando compremos ou vender um ativo ou produto, nos deparamos com dois preços. Um preço onde os investidores colocaram ordens de venda a um preço determinado e outro preço onde os traders colocaram ordens de compra a um preço determinado.
Para entender bem o que é o spread, devemos explicar o que é o bid. Isso, supondo que sejamos investidores, operando através de uma corretora.
O bid é o melhor preço de venda, ou seja, o preço mais alto que o mercado está disposto a pagar. Visto de outro modo, o bid é o melhor preço ao qual o corretor, no caso apresentado, pode vender. Da mesma forma, o ask é o preço mais baixo ao qual os investidores estão dispostos a vender. Ou seja, é o melhor preço ao qual o corretor pode comprar o ativo em questão.
Normalmente, o ask é maior que o bid e isso é lógico, pois os investidores, ao vender, buscarão receber o preço mais alto. Em contrapartida, ao comprar, preferirão o menor preço possível.
O preço de compra sempre será inferior ao de venda. Isso ocorre porque quando queremos vender, queremos fazê-lo pelo preço mais alto possível, e quando queremos comprar, queremos fazê-lo pelo melhor preço possível (mais baixo).
O que vemos no gráfico é conhecido como "profundidade de mercado" sendo determinado pelas diferentes ordens de compra e venda que existem a diferentes preços.
Na coluna central (cinza) vemos à esquerda e à direita o preço de uma ação específica (neste caso, Telefônica). Na coluna à esquerda (verde), vemos o número de títulos de compra que existem para a Telefônica a diferentes preços. 13.500 títulos de compra a R$ 11,715, R$ 8.537 a R$ 11,710... Na coluna à direita, vemos os títulos que estão ordenados para venda a diferentes preços determinados.
Se quisermos comprar a mercado, faríamos isso na coluna à direita (ask), pelo preço que os investidores estão dispostos a vender, neste caso, seria R$ 11,720. Se quiséssemos vender ações da Telefônica, teríamos que fazê-lo na coluna à esquerda (Bid) pelos preços que os investidores estão dispostos a comprar.
No momento em que a um determinado preço ninguém está disposto a vender, os investidores começarão a ter que comprar a preços mais altos e, portanto, a cotação da Telefônica será maior. Por outro lado, se não houver investidores dispostos a comprar a um determinado preço, os vendedores terão que colocar ordens a preços mais baixos, até que encontrem algum comprador e, portanto, o preço da cotação será menor.
Assim, se dissemos que o spread era a diferença entre o melhor preço de compra e o melhor preço de venda, a fórmula do spread será a seguinte:
Spread = Preço Ask - Preço Bid
No entanto, em termos percentuais, que é como os corretores costumam expressar o spread que cobram, seria da seguinte maneira:
% Spread = (Preço Ask - Preço Bid) / Preço Ask
Obviamente, o bid sempre é menor que o ask, porque o comprador quer fazer isso nas melhores condições, e o vendedor nas dele, ou seja, vender mais caro. Vamos sintetizar isso com um exemplo.
Uma ação é mais líquida que outra enquanto há mais dinheiro sendo negociado diariamente. Com mais dinheiro, haverá mais compradores e vendedores interagindo no mercado. Se houver mais volume de negociação em um determinado título, este terá maior facilidade para trocar as ações a um preço determinado e sua variação diária será mais estável. Sendo relativamente fácil encontrar compradores e vendedores, a negociação é ágil e dinâmica.
Por outro lado, se um valor negocia poucos títulos ao longo do dia, será difícil para um investidor encontrar compradores e vendedores, e se uma ordem relativamente grande for lançada no mercado, terá que encontrar os poucos compradores ou vendedores que existem. Essa escassez de volume fará com que as oscilações de preço sejam maiores, e que o diferencial de preços (spread) seja maior do que em uma empresa com maior volume de negociação ou liquidez.
No entanto, ambos os termos, spread e liquidez, estão intimamente relacionados, e sempre é interessante que o spread seja pequeno, pois é um sinal inequívoco de liquidez. É evidente que se a liquidez é alta, há mais movimento e facilidade para comprar e vender.
Portanto, ao realizar suas operações, sempre verifique se o spread não possui uma margem muito alta, algo que você pode observar nas negociações de pares de moedas.
A volatilidade é sempre um fator de risco. No caso da relação entre o spread e a volatilidade, incluir este último conceito na equação sempre causa nervosismo e inquietação. Isso leva a um tipo de negociação muito mais agressiva e menos racional. Como resultado, há uma situação que não nos interessa, que é quando o spread aumenta de tamanho. Comentamos que um spread é bom quando é pequeno, ao ser um indicativo de alta liquidez e, portanto, de facilidade para as operações.
Consequentemente, quando a volatilidade é alta, devemos sempre agir com cautela, acalmando os nervos, e, se necessário, esperar até que o spread seja menor. A volatilidade sempre implica um tipo de operação muito mais arriscada e complexa que pode resultar em perdas rápidas.
De fato, em um mercado intradiário de forex, se a volatilidade for muito alta, sua rentabilidade pode ser reduzida, pois o spread também seria alto.
O spread pode ser usado em diferentes contextos, não apenas o indicado acima:
Ao negociar com spreads, desenvolver estratégias eficazes é crucial para maximizar os lucros e minimizar os riscos. Aqui estão quatro das principais estratégias que os traders podem empregar:
A análise técnica envolve o uso de gráficos e indicadores para prever movimentos futuros de preços com base em padrões históricos. Esta estratégia pode ajudar os traders a identificar pontos de entrada e saída ideais para suas negociações de spreads. Ferramentas como médias móveis (onde também é importante conhecer as estratégias de trading com médias móveis), bandas de Bollinger e índices de força relativa (RSI) são comumente usadas para detectar tendências e reversões.
As ordens limitadas permitem aos traders definir um preço específico para comprar ou vender um ativo. Isso ajuda a controlar os pontos de entrada e saída, garantindo que as negociações sejam executadas somente quando os preços atingirem níveis desejados. Utilizar ordens limitadas pode ser uma maneira eficaz de gerir riscos e evitar execuções a preços desfavoráveis.
Diversificar a carteira de investimentos é uma estratégia importante para reduzir a exposição ao risco. Ao distribuir os investimentos em diferentes ativos e mercados, os traders podem proteger-se contra flutuações adversas em um único mercado. A diversificação pode incluir uma combinação de ações, títulos, commodities e moedas.
A arbitragem de spread envolve a exploração de diferenças de preço entre dois ou mais mercados para obter lucro. Por exemplo, um trader pode comprar um ativo em um mercado onde está subvalorizado e vendê-lo em outro onde está supervalorizado. Esta estratégia requer uma análise rápida e precisa, bem como a capacidade de executar negociações rapidamente.
Implementar essas estratégias pode ajudar os traders a navegar nos mercados com mais confiança e alcançar seus objetivos financeiros de maneira mais eficiente.
O que é grátis não existe, especialmente na bolsa de valores e no mundo dos corretores. Um corretor sempre cobra uma comissão, e se ele diz que não está fazendo isso, é porque ele disfarçou com o spread. É um velho truque, que consiste em você ter que comprar o ask um pouco mais caro, e se quiser vender, fazer isso por um preço mais barato. Ou seja, há uma diferença entre o spread real do mercado e o que eles oferecem a você.
Essa diferença são lucros para o corretor, um velho truque que continua funcionando. Na verdade, você também não precisa se sentir enganado, pois eles precisam viver de algo, e esta é uma maneira bastante simples de fazer isso. Lembre-se de que o spread sempre será modificado pelo corretor para poder arranhar algo.
Ou seja, observe o spread que existe em um determinado momento e quanto custa para pagá-lo. Simplesmente, você terá que subtrair o ask do bid e multiplicar pelo número de ações ou contratos, esse será o custo por spread. Para calcular o custo real, adicione o valor que você obteve antes das comissões (se houver).
Em resumo, o spread é um valor sujeito a mudanças contínuas, embora geralmente não sejam muito grandes, no entanto, deve ser sempre considerado antes de começar a operar.
Agora que você já sabe o que é o spread e por que os preços estão em constante flutuação, diga-nos, você vai começar a investir em corretores que não cobram comissões?
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