Renda Fixa
Neste artigo, veremos o significado de uma curva de juros invertida, porque ocorre, quais tipos existem, como é interpretada, qual é a sua grande importância e como os mercados se comportam após isso.
O senso comum estabelece que emprestar a longo prazo tende quase sempre a ser um investimento mais interessante em termos de rendimento e rentabilidade do que emprestar a curto prazo, entre outras razões por que quanto mais tempo passa, mais possibilidade existe de ocorrer algum evento negativo.
Isso é algo evidente. Se comparamos títulos de 10 e 30 anos, ninguém questiona que em um período de 30 anos podem ocorrer coisas desfavoráveis com uma maior probabilidade estatística do que em um período de 10 anos. Por este motivo, é comum que o rendimento de um título de 30 anos seja maior do que o rendimento de um título de 10 anos.
Uma curva ascendente ou positiva ocorre em momentos de expansão da economia, com o PIB crescendo 2-3 trimestres consecutivos, criando empregos e aumentando a confiança dos consumidores.
É por isso que o lógico é que a curva de juros tenha uma inclinação ascendente, sendo um exemplo o gráfico a seguir.
Quando se fala que a curva de rendimento está invertida, refere-se ao fato de que o rendimento dos títulos de curto prazo é superior ao dos títulos com prazo mais longo. Nesses casos, a representação da curva invertida seria como a do gráfico a seguir.
Mesmo se o rendimento dos títulos de diferentes prazos for idêntico ou muito semelhante, teríamos uma curva de juros plana ou lateral, praticamente linear. Neste caso, o Estado paga o mesmo para se endividar ou pedir dinheiro por seis meses, ou dez anos. Este tipo de curva é muito incomum.
Vimos que ocorre uma inversão da curva de juros quando o rendimento dos títulos de curto prazo é superior ao rendimento dos títulos de prazos mais longos.
A razão pela qual ocorre a inversão da curva de juros é simplesmente devido a uma falta de confiança no futuro da economia. Ao fato de que surge a incerteza, os medos, o desconhecimento do que acontecerá ou o medo do pior (a possível chegada de uma crise econômica, de uma recessão, etc.).
Portanto, trata-se de uma espécie de “anomalia” porque os investidores não têm confiança na economia e exigem uma maior compensação econômica do emissor da dívida pública no curto prazo.
Como mencionei anteriormente, quando estamos diante de uma curva invertida de tipos, significa que existe uma falta de confiança no futuro que se aproxima, a incerteza toma conta do sentimento emocional dos investidores.
E não é para menos, porque se algo que a história nos ensinou ao longo do tempo é que o surgimento de uma curva invertida de tipos é um sinal bastante sério e confiável de que se aproxima a chegada de uma recessão econômica do país em questão.
Insisto na confiabilidade, principalmente porque nos últimos 52 anos praticamente foi assim, avisou da chegada de várias recessões. E outro dado mais amplo no tempo é o elaborado pelo Reserva de São Francisco em um relatório que diz que nos últimos 60 anos assistimos a dez inversões da curva e que sempre alertou para uma recessão próxima.
Mas em relação a este tema, uma curva invertida de juros apresenta uma boa notícia e uma má notícia:
No gráfico a seguir, podemos ver efetivamente essa simbiose que existe entre a curva invertida e as recessões econômicas (as linhas grossas de cor cinza ao fundo indicam as recessões e a linha de cor azul que sobe e desce é a curva de rendimento).
A curva de tipos mais seguida no mundo é a dos Estados Unidos e pode ser vista no site da Stockcharts. No caso de querer seguir a curva da Europa, pode ser feito no site do Banco Central Europeu.
No final de 2022, foi possível observar que o diferencial entre o rendimento do título de 10 anos (3,81%) e o de 12 meses (4,72%) inverte 91 pontos base, aproximando-se rapidamente de um ponto percentual completo. Isso só foi visto (100 pontos base ou mais) no verão de 1973 e 1974 e também no final de 1979-início de 1980.
Entre as diferentes curvas de tipos, podemos destacar duas como importantes e relevantes:
Poderia se pensar que uma curva invertida não é um fato positivo e, portanto, não favoreceria os mercados de ações.
Mas a realidade é exatamente o oposto. Se pegarmos o índice de ações mais importante do mundo, o S&P 500, podemos ver que o investimento na curva não só não o fez cair, mas subiu uma média de 8% ao longo dos onze meses seguintes. Apenas em um caso o S&P 500 não continuou em alta e esse caso foi em 1973.
Outro tema muito importante é quais setores são beneficiados e quais não são. Normalmente, uma curva invertida é seguida por um longo período de aumento das taxas – por parte do banco central -. Consequentemente, é importante saber como as taxas de juros afetam os investimentos em ações.
Em qualquer caso, há um trabalho realizado pela Marketwatch que chega à conclusão de que o S&P 500 em média subiu:
Neste quadro que Robeco elaborou, podemos ver a média do retorno anual dos principais ativos (Bolsa americana, Bolsa mundial, commodities, ouro) após a curva invertida entre os anos 1978 e 2008
Em resumo, uma curva de juros invertida, alerta – e com bastante precisão – do risco de estagnação e até mesmo recessão a médio prazo. No entanto, ela é acompanhada por altas no mercado, já que os mercados começam a descontar quanto ela subirá, uma vez que a fase de recessão econômica passou.
XTB
A negociação na XTB International envolve risco de perda de capital. Avalie com cautela.
Investir em produtos financeiros implica um certo nível de risco.
FXTM
Investir envolve riscos. Perca pode exceder o valor investido. Avalie cuidadosamente.
Investir envolve riscos. Perca pode exceder o valor investido. Avalie cuidadosamente.
63% das contas de clientes perdem dinheiro negociando CFDs com este broker.
XTB
A negociação na XTB International envolve risco de perda de capital. Avalie com cautela.
Investir em produtos financeiros implica um certo nível de risco.
FXTM
Investir envolve riscos. Perca pode exceder o valor investido. Avalie cuidadosamente.
Investir envolve riscos. Perca pode exceder o valor investido. Avalie cuidadosamente.
63% das contas de clientes perdem dinheiro negociando CFDs com este broker.