Educação financeira
A participação das mulheres no universo financeiro brasileiro vem aumentando, mas ainda enfrenta lacunas importantes. Segundo o último levantamento Raio X do Investidor (ANBIMA/Datafolha), apenas 8% das mulheres alocaram recursos em produtos financeiros em 2024, contra 14% dos homens.
Mesmo considerando aplicações passadas, apenas 33% das brasileiras são investidoras (27 milhões de pessoas), ante 41% dos homens. No mercado de ações da B3, as mulheres já representam cerca de 25% dos investidores (mais de 1,5 milhão de CPFs). Esses números ilustram um cenário de avanços, o número de investidoras cresceu 296% em cinco anos, mas ainda refletem apenas cerca de 1,5% da população feminina total.
Apesar das barreiras históricas, o quadro vem mudando gradativamente. O Raio X do Investidor mostrou que a proporção de mulheres investidoras cresceu, ainda que esteja bem abaixo da masculina. Hoje, cerca de 33% das mulheres investem financeiramente em alguma modalidade, contra 41% dos homens.
No segmento de renda variável, as investidoras vêm se destacando: a B3 aponta que novatas mulheres em ações abriram posições com saldos médios três vezes maiores que os homens (R$26 mil versus R$9,8 mil).
Esses dados sugerem que, quando investem, as mulheres tendem a ser cuidadosas e focadas em longo prazo. Mesmo assim, dados recentes indicam que elas ainda correspondem a apenas 23-25% do total de investidores pessoa física na bolsa.
Além disso, a participação feminina no setor financeiro organizado (bancos, corretoras, fundos) ainda é baixa. Por exemplo, pesquisas mostram que apenas 11% dos profissionais com certificação CFA no Brasil são mulheres. Essa sub-representação também ocorre em posições de liderança: mundialmente, apenas ~19% das vagas de CEO nos maiores bancos são ocupadas por mulheres.
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Essa falta de representatividade reforça a ideia, ainda presente na sociedade, de que as finanças são área de homens. Em resumo, o atual cenário financeiro das mulheres no Brasil é de crescimento consistente, mas ainda distante da equiparação de gênero, exigindo ações coordenadas para avançar.
População investidora total (ANBIMA) | 33% | 41% | |||
Ações na B3 | 25% | 75% | |||
Crescimento últimos 5 anos (B3) | +296% | +189% | |||
Aporte médio inicial em ações | R$ 26 mil | R$ 9,8 mil |
Indicador | Mulheres | Homens |
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População investidora total (ANBIMA) | 33% | 41% |
Ações na B3 | 25% | 75% |
Crescimento últimos 5 anos (B3) | +296% | +189% |
Aporte médio inicial em ações | R$ 26 mil | R$ 9,8 mil |
Essa tabela evidencia como a presença das mulheres investidoras cresceu em ritmo acelerado, mas ainda não alcançou a mesma representatividade masculina no mercado.
Para reduzir a desigualdade na participação feminina no mercado financeiro, surgem várias iniciativas públicas e privadas de educação financeira para mulheres. O destaque é o Educa+Mulher (Banco do Brasil + Tesouro Nacional), que incentiva a primeira aplicação em Tesouro Direto e já elevou em mais de 30% o volume investido por mulheres em títulos públicos.
Entre os bancos privados, o Itaú promove o Investindo com Elas, encontros quinzenais de mentoria que já impactaram mais de 1,3 milhão de mulheres investidoras na bolsa, embora elas ainda representem menos de 30% do total.
No setor de fintechs, o Instituto Mulheres no Mercado Financeiro (MMF) organiza um clube de investimentos exclusivo, com cursos e mentorias. Já a B3, junto à BlackRock e Inspiring Girls, criou o Clube de Finanças para jovens do ensino médio, reforçando a educação desde cedo.
Comunidades independentes também crescem, como a Women Invest (WI), que reúne mais de 5 mil participantes em cursos e fóruns. Em todas essas frentes, o objetivo é o mesmo: apoiar as mulheres a conquistar autonomia financeira e investir com segurança.
Essas medidas ajudam a quebrar estereótipos, fortalecem a autonomia econômica das mulheres e criam impacto social positivo: quando prosperam financeiramente, elas reinvestem em família, educação e comunidade, gerando um ciclo virtuoso de desenvolvimento.