Investir em ETFs Defensivos

O setor defensivo representa uma das alternativas de investimento mais conservadoras dentro da Renda Variável, e se caracteriza por uma maior estabilidade e menos volatilidade, o que em geral se reflete em um beta menor. Este tipo de setores inclui empresas que produzem bens e serviços básicos —como alimentos, energia e saúde—, que mantêm uma demanda constante mesmo em períodos de recessão ou desaceleração econômica.

Os ETFs com exposição a empresas defensivas são uma ótima forma de enfrentar momentos de alta volatilidade nos mercados. Isso não quer dizer que não vão cair, mas que geralmente caem menos que o restante em momentos difíceis. É por essa razão que são interessantes para quem busca ser conservador na parte de seu portfólio de RV.

Neste artigo falarei um pouco mais sobre seu desempenho em diferentes condições de mercado, bem como suas vantagens, desvantagens e exemplos de ETFs específicos para este setor.

O que é o setor defensivo?

O setor defensivo agrupa indústrias como o consumo básico, a atenção médica e os serviços públicos, que são essenciais e menos propensas a experimentar mudanças bruscas em sua demanda durante as flutuações econômicas. Esses setores tendem a permanecer mais estáveis, pois fornecem bens e serviços de primeira necessidade. Embora também caiam e possam ter retornos negativos, as ações defensivas são menos afetadas pelos ciclos econômicos, dado que os consumidores continuam comprando independentemente da situação econômica geral.

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Desempenho histórico do setor defensivo

O setor defensivo demonstrou um desempenho histórico resiliente, especialmente durante períodos de alta volatilidade. Durante a crise financeira de 2008, o setor defensivo ofereceu um nível de proteção superior ao de setores cíclicos como o tecnológico ou o industrial. Em particular, os setores de consumo básico e saúde registraram perdas muito menores que a média do mercado, protegendo em grande medida os investidores frente à instabilidade financeira.

Também na queda de março de 2020 devido ao COVID-19, o setor defensivo foi um dos que melhor resistiu à volatilidade extrema e às quedas abruptas nos mercados. Os investidores que tinham uma maior exposição a empresas defensivas conseguiram mitigar os impactos negativos, o que destaca a capacidade deste setor de servir como um refúgio seguro em tempos de crise. Este comportamento histórico torna o setor defensivo uma ferramenta confiável para aqueles que buscam estabilidade em seu portfólio.

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Mas é importante mencionar que nas recuperações nem sempre são os que oferecem o melhor retorno. No mercado em alta após a crise financeira global, sim, foi, mas no recente mercado em alta tem estado abaixo do SP500.

Durante as recuperações econômicas, o setor defensivo tende a mostrar um desempenho positivo, mas limitado, já que o capital dos investidores costuma se deslocar para setores de crescimento que prometem maiores retornos, como o tecnológico. No entanto, o setor defensivo continua sendo atraente para investidores que buscam estabilidade e preferem minimizar a exposição à volatilidade, e também a quedas extremas que demorarão mais tempo para se recuperar. Esta capacidade de se adaptar a diferentes ambientes econômicos sem perder sua essência conservadora é uma das principais razões pelas quais muitos investidores optam por uma exposição constante a setores defensivos.

Vantagens do setor defensivo

1. Estabilidade de renda: as empresas do setor defensivo tendem a manter rendas constantes e muito previsíveis, independentemente das condições econômicas. Esta estabilidade se traduz em menor volatilidade em suas ações.
2. Baixa correlação com o mercado geral: o beta dos setores defensivos costuma ser baixo, o que significa que as ações deste setor são menos sensíveis às flutuações do mercado em geral, tanto para cima quanto para baixo. Isso permite uma boa diversificação em muitos portfólios.
3. Dividendos: historicamente, os setores defensivos têm mostrado uma capacidade superior de continuar pagando dividendos aos investidores em momentos de recessão ou alta volatilidade. A baixa sensibilidade aos ciclos econômicos e seus fluxos constantes permitem até mesmo aumentar os dividendos de forma constante durante muitos anos e não cortá-los quando a maioria o faz.

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Desvantagens do setor Defensivo

1. Menor rendimento em expansões: durante períodos de crescimento econômico, os setores defensivos costumam ter um desempenho inferior ao de setores mais voláteis e cíclicos, como o de tecnologia ou consumo discricionário. Isso limita o potencial de crescimento em carteiras que se concentram principalmente em setores defensivos.
2. Regulação e controle governamental: setores como saúde e serviços públicos estão sujeitos a regulamentações governamentais mais rigorosas, o que pode limitar o potencial de rentabilidade e a flexibilidade dessas empresas para ajustar preços ou expandir.
3. Concorrência em mercados maduros: em mercados como o de alimentos e bebidas, as empresas defensivas frequentemente enfrentam uma concorrência feroz, o que limita suas margens de lucro. Além disso, como a demanda por esses produtos é inelástica, as empresas do setor defensivo têm menos espaço para crescer.

Em quais estratégias usá-lo

O setor defensivo pode ser particularmente útil em estratégias de investimento que buscam estabilidade a longo prazo e preservação de capital. Para investidores com um perfil conservador, geralmente na fase de rendimentos, os ETFs defensivos são uma boa ferramenta para evitar a volatilidade extrema, limitar as quedas máximas e receber dividendos. Esses setores também são eficazes em estratégias de rotação setorial, onde se aumenta a exposição a setores defensivos durante as fases de recessão e se reduz durante as expansões econômicas.

Exemplos de ETFs do setor defensivo

Aqui estão alguns exemplos de ETFs que oferecem exposição ao setor defensivo.

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Onde comprar ETFs do setor defensivo?

Para investir nesses ETFs dos EUA a partir do Brasil, você pode utilizar corretoras internacionais ou buscar versões disponíveis via BDRs na B3. Aqui estão algumas opções:

Corretoras Internacionais

Se deseja comprar os ETFs diretamente nos EUA, considere abrir conta em corretoras que oferecem acesso ao mercado americano, como XTB*. É uma corretora que oferece acesso fácil e confiável e sem corretajem* a ETFs e ações dos EUA. Com uma plataforma intuitiva e uma interface amigável, XTB permite que investidores brasileiros diversifiquem seu portfólio com ativos internacionais.

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BDRs na B3

Alguns ETFs americanos possuem BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na B3, permitindo investir sem precisar enviar dinheiro para o exterior. Consulte sua corretora brasileira para ver se há equivalentes disponíveis.

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