Bolsa
Como investidores, apenas conhecemos períodos de quedas de mercado prolongadas no tempo. De fato, talvez a queda mais brusca que muitos lembrem seja o crash de 2008, mas o certo é que, por qualquer motivo, de tempos em tempos ocorrem, são mais bruscas e duram menos tempo.
Por isso, hoje veremos 3 alternativas de como investir para aproveitar a cada vez mais escassa janela de oportunidade que deixam os mercados em baixa.
Mas a realidade é a que é, e é que sem perceber entramos em um novo mercado de baixa. E é aqui que me pergunto: Como investir na bolsa se ela não para de cair? O certo é que contamos com várias alternativas, apresento a você as mais destacadas:
Quando os mercados estão em queda, muitos investidores tendem a se sentir inseguros e, em vez de aproveitar os preços mais baixos, preferem comprar quando os preços estão nas máximas históricas, mesmo que isso signifique pagar um pouco mais caro.
No entanto, existe uma estratégia simples e poderosa que pode ajudá-lo a tirar proveito dessas quedas: o Dollar Cost Averaging (DCA). Essa abordagem consiste em investir uma quantia fixa de dinheiro de forma regular (por exemplo, todo mês), independentemente de o mercado estar em alta ou baixa.
A grande vantagem do DCA é sua eficácia em mercados em queda. Quando o preço das ações ou fundos está baixo, você consegue comprar mais unidades com o mesmo valor, o que faz com que o preço médio das suas aquisições seja reduzido. Com o tempo, à medida que o mercado se recupera, você se beneficia de um ponto de entrada mais vantajoso para o próximo ciclo de alta.
Para ilustrar, imagine que um investidor tivesse colocado seu dinheiro no pico da bolha do crash de 1929. Nesse caso, ele demoraria 20 anos para recuperar o valor investido. No entanto, se ele tivesse adotado o DCA e feito aportes mensais após a queda, ele teria recuperado seu investimento em apenas 5 anos. Esse é o poder do DCA e a razão pela qual ele é minha estratégia de investimento favorita.
Uma abordagem mais especulativa, direcionada a investidores com maior tolerância ao risco e conhecimento do mercado, é a utilização de ETFs (Exchange Traded Funds) ou Fundos Inversos, também conhecidos como Bear ETFs. Esses instrumentos financeiros são projetados para gerar lucro quando o índice de referência ao qual estão atrelados apresenta queda.
Os ETFs inversos utilizam derivativos e outras técnicas para replicar o desempenho oposto de um índice específico, como o S&P 500 ou o Ibovespa. Por exemplo, se um ETF inverso do S&P 500 (com alavancagem de 1x) é adquirido e o S&P 500 cai 1%, espera-se que o valor desse ETF aumente em aproximadamente 1% (descontadas as taxas e outros custos).
Essa estratégia pode ser útil para proteger sua carteira sem a necessidade de vender ativos como ações ou fundos, o que também pode evitar o impacto de impostos sobre a venda. Em outras palavras, você pode tirar proveito de uma queda temporária enquanto mantém sua estratégia de longo prazo intacta.
No mercado internacional, existem ETFs como o SH (Short S&P500) que busca rentabilidade inversa ao S&P 500. É importante pesquisar a disponibilidade de produtos similares no mercado brasileiro ou internacional, verificando seus prospectos e entendendo seus mecanismos de funcionamento.
Em terceiro lugar, quando os mercados estão em queda, não é sempre necessário vender seus ativos para proteger sua carteira ou buscar lucros. Uma alternativa mais especulativa é abrir posições curtas com futuros ou utilizar estratégias de opções, como os spreads, para se beneficiar das quedas, sem precisar se desfazer dos seus investimentos e, ainda por cima, evitar tributações sobre a venda.
O trading com futuros permite apostar na queda de um índice ou ativo. Quando o mercado despenca, o valor da sua posição vendida aumenta, proporcionando ganhos rápidos, sem a necessidade de vender as ações que você já possui.
Essa estratégia pode ser muito vantajosa, pois possibilita cobrir sua carteira e, ao mesmo tempo, lucrar com as quedas do mercado de maneira eficiente e ágil.
Por exemplo, corretoras como AvaTrade oferecem a possibilidade de vender futuros (ou abrir posições vendidas) sobre os principais índices americanos a preços acessíveis.
Futuro | Movimento do preço por ponto | Comissão | |||
Futuro E-Mini SP500 | 50 USD | 1,75 USD | |||
Futuro Micro E-Mini SP500 | 5 USD | 0,75 USD | |||
Futuro E-Mini Nasdaq | 20 USD | 1,75 USD | |||
Futuro Micro E-Mini Nasdaq | 2 USD | 0,75 USD |
63% das contas de clientes perdem dinheiro negociando CFDs com este broker.
Em momentos de queda e incerteza, a tentação de simplesmente ignorar a situação e esperar que o mercado se recupere sozinho pode parecer reconfortante. No entanto, não agir é, em si, uma decisão financeira – e uma decisão de alto risco.
Ao permanecer inativo, você deixa sua carteira totalmente exposta às flutuações negativas do mercado. Não há garantia de que a recuperação será rápida, e seus investimentos podem permanecer desvalorizados por um período considerável.
Ao permanecer inativo, você deixa sua carteira vulnerável às flutuações do mercado. Não há garantias de que a recuperação será rápida, e, em alguns casos, você pode passar anos vendo seus investimentos perderem valor ou estagnarem. Afinal, quando você escolhe não agir, duas coisas acontecem:
Em resumo, não fazer nada não é uma estratégia de proteção de capital; é uma forma de permitir que o mercado controle seus investimentos sem qualquer direção estratégica.
A história do mercado de ações moderno, com mais de um século de registros, revela diversos eventos que justificaram mercados em baixa com retrações superiores a 20%: guerras, crises financeiras, pandemias e outros choques econômicos.
A análise histórica dos últimos 40 anos (desde 1980) revela algumas tendências importantes:
De fato, se tomarmos os últimos 40 anos (desde 1980), na tabela a seguir reunimos as maiores quedas da bolsa, e quanto tempo duraram:
Evento | Queda | Duração | |||
Crash da segunda-feira negra (1987) | 33% | Apenas um par de meses. | |||
Bolha das pontocom (2000–2002) | 49% | 30 meses. | |||
Crise financeira (2007 - 2009) | 57% | 17 meses | |||
COVID (2020) | 34% | Apenas 1 mês e meio | |||
Inflação e taxas de juros (2022) | 25% | 10 meses | |||
Tarifas de Trump (2025) | +20% | ??? |
Com tudo, a tabela nos dá a entender que nos últimos 40 anos, a queda média do índice S&P 500 foi em torno de 33%, com uma duração média de 12 meses.
Enfrentar a volatilidade e as quedas da bolsa faz parte da jornada do investidor. Em vez de temer esses períodos, podemos nos preparar e adotar estratégias que nos permitam proteger nosso capital, aproveitar preços mais baixos e, em alguns casos, até mesmo gerar lucro.
As três estratégias apresentadas – o Dollar Cost Averaging, a exploração de ETFs inversos e a utilização de derivativos – oferecem diferentes abordagens, cada uma com seus próprios riscos e recompensas. A escolha ideal dependerá do seu perfil de investidor, seus objetivos financeiros e seu nível de conhecimento do mercado.
Lembre-se sempre de realizar uma pesquisa aprofundada, buscar conhecimento e, se necessário, consultar um profissional financeiro antes de tomar qualquer decisão de investimento, especialmente em mercados voláteis. Estar preparado e ter um plano pode fazer toda a diferença para transformar quedas em oportunidades de crescimento do seu patrimônio.
Investir em produtos financeiros implica um certo nível de risco.