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Ticker de ações: o que é, como funciona e por que ele importa

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Na B3, a bolsa de valores do Brasil, assim como em outros mercados ao redor do mundo, cada ação é identificada por um código curto de letras, conhecido como ticker ou código de negociação.

Se você está começando a investir, é normal ficar confuso com a quantidade de códigos disponíveis no mercado. Alguns parecem siglas sem sentido e outros são muito parecidos entre si.

Por isso, neste artigo vamos te explicar o que é um ticker, como interpretá-lo e por que é importante entender esses códigos antes de comprar ou vender ações.

Para que serve um símbolo de ação?

Um ticker, ou código de negociação, é uma combinação de letras — geralmente com 4 caracteres — que identifica de forma única uma empresa listada na bolsa de valores.

Na B3, por exemplo, você encontra tickers como PETR4 (Petrobras), VALE3 (Vale) ou ITUB4 (Itaú Unibanco). Esses códigos são usados para representar as ações de maneira abreviada, facilitando a busca por empresas nas plataformas de negociação e em sites de dados financeiros.

Nos Estados Unidos, os tickers variam de acordo com a bolsa: empresas listadas na NYSE ou na AMEX costumam ter símbolos de até três letras, enquanto as listadas na Nasdaq usam quatro ou cinco. O número de letras no ticker não representa nenhuma diferença qualitativa — é apenas uma convenção para identificar rapidamente a empresa emissora.

De onde vêm e por que existem?

Os códigos de negociação (ou tickers) têm origem no século XIX, quando os operadores que atuavam no pregão das bolsas precisavam gritar ou escrever o nome completo das empresas para realizar as ordens. Com o aumento no número de companhias listadas, surgiu a necessidade de um sistema mais ágil e padronizado.

Foi assim que nasceram os códigos alfabéticos que usamos até hoje. Além de economizar tempo, esses códigos evitam confusões entre empresas com nomes semelhantes. Por exemplo, na bolsa dos Estados Unidos, CIT Group Inc. e Citigroup Inc. não têm nenhuma relação entre si, mas poderiam facilmente ser confundidas. Para isso, utilizam tickers diferentes: CIT e C, respectivamente.

No Brasil, algo parecido pode acontecer com empresas como Itaúsa (ITSA4) e Itaú Unibanco (ITUB4) — nomes semelhantes, mas empresas com naturezas diferentes e tickers distintos para facilitar a identificação.

Como identificar o ticker correto?

Também existem casos em que uma mesma companhia passa por uma cisão e dá origem a novas empresas, cada uma com seu próprio ticker.

Um exemplo conhecido foi o da Hewlett-Packard, que em 2015 se dividiu em duas companhias distintas:

  • Hewlett-Packard Enterprise (HPE): focada em servidores, redes e soluções corporativas.
  • HP Inc. (HPQ): que manteve o negócio de computadores pessoais e impressoras.

Apesar da origem comum, as duas empresas são independentes e têm tickers diferentes. Por isso, é fundamental que o investidor confira com atenção o código de negociação antes de realizar qualquer operação.

Se você pretende investir em ações americanas ou internacionais, não basta saber o nome da empresa. É importante confirmar o ticker oficial em plataformas confiáveis como:

  • Bloomberg
  • Google Finance
  • O site da corretora que você utiliza

Assim, você evita erros que podem custar caro, como comprar ações da empresa errada por uma confusão de nomes ou tickers semelhantes.

O que acontece quando uma empresa tem mais de uma classe de ações?

Quando uma empresa emite diferentes classes de ações, é comum que cada classe tenha seu próprio ticker, com um sufixo que indica o tipo de ação. Essa lógica é bastante comum em mercados como o dos Estados Unidos, mas também está presente no Brasil — principalmente na B3, com a diferenciação entre ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN). Por exemplo, na B3:

  • As ações ordinárias geralmente terminam com o número 3 (ex: PETR3, da Petrobras)
  • As ações preferenciais terminam com 4 (ex: PETR4)
  • Algumas empresas possuem mais de uma série de ações preferenciais, que podem aparecer como 5, 6, etc.

Essa numeração funciona como um “sufixo” que ajuda o investidor a identificar exatamente qual classe de ação está negociando. Se usássemos um exemplo fictício, como a empresa Cory Cachaça S.A., e ela emitisse ações preferenciais classe A, o ticker na B3 poderia ser algo como: CORY4.

Por que é importante conhecer a classe de ação?

Cada classe de ação pode oferecer direitos diferentes, especialmente em relação ao poder de voto e ao pagamento de dividendos. Por isso, entender o ticker completo é essencial para saber exatamente o que você está comprando.

Um exemplo clássico é o da Alphabet Inc., empresa controladora do Google, que negocia duas classes de ações na Nasdaq:

  • GOOG: ações classe C, sem direito a voto.
  • GOOGL: ações classe A, com direito a um voto por ação.

Outro caso famoso é o da Berkshire Hathaway, holding liderada por Warren Buffett. Na Bolsa de Nova York (NYSE), existem dois tipos de ações:

  • BRK.A: ações classe A, com direito de voto completo e valor elevado por ação.
  • BRK.B: ações classe B, com menos direitos de voto e preço mais acessível, voltadas para investidores de varejo.

Esses exemplos mostram como a classe da ação impacta diretamente o seu nível de participação na empresa, e por isso é importante verificar o ticker com atenção antes de investir — especialmente em bolsas internacionais.

Por que varia a forma como os símbolos são mostrados?

Dependendo do portal financeiro que você consultar, o mesmo símbolo pode aparecer com pequenas variações. Por exemplo, as ações preferenciais série D do Bank of America podem ser vistas assim:

  • BAC-PD no Yahoo Finanças
  • BACPRD na NYSE
  • BAC.PD no Marketwatch
  • BAC / PD na Bloomberg

Embora sejam escritas de forma diferente, em todos os casos se referem à mesma classe de ação. Por isso, é importante sempre verificar a fonte e confirmar que você está operando com o valor correto.

Quantas letras deve ter um símbolo de bolsa?

Em geral, as ações listadas na NYSE têm símbolos de uma a três letras. Por exemplo:

  • T: AT&T
  • C: Citigroup
  • F: Ford

Enquanto isso, as empresas que cotam na Nasdaq costumam ter quatro ou cinco letras, como:

  • AAPL: Apple Inc.
  • ADBE: Adobe Systems
  • GOOG / GOOGL: Alphabet Inc.

Embora haja exceções. Algumas empresas como Facebook (FB) ou MoneyGram (MGI) já operaram na Nasdaq com apenas duas ou três letras. Isso ocorre, por exemplo, quando uma empresa muda da NYSE para a Nasdaq e mantém seu símbolo anterior.

Então, como saber se estou vendo a ação correta? Simples: verifique sempre o ticker completo, incluindo classe ou sufixo, principalmente ao investir em ações internacionais. Diferenças como GOOG vs. GOOGL ou BRK.A vs. BRK.B podem parecer pequenas, mas representam condições muito diferentes para o investidor, especialmente em relação a direitos de voto, liquidez e acessibilidade.

O que significam os símbolos adicionais em uma ação?

Além de identificar uma empresa, os símbolos de ações também podem dar pistas sobre seu estado comercial. Isso é mais comumente visto nos mercados dos Estados Unidos, onde letras específicas são adicionadas ao símbolo principal para comunicar informações chave.

Por exemplo, na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), uma letra é adicionada após um ponto para indicar situações particulares. No Nasdaq, por outro lado, uma quinta letra é adicionada ao símbolo quando a ação não atende a certos requisitos.

Letras que mudam o significado do símbolo

Imagine que você está revisando uma ação com o símbolo ACERW. As primeiras quatro letras (ACER) correspondem a Acer Therapeutics Inc. O W final indica que essas ações têm garantias (warrants) associadas.

Isso não é o mesmo que uma ação comum. Ao investir em um valor com um sufixo adicional, como W, Q ou Y, você precisa saber exatamente o que significa, pois pode mudar completamente o perfil de risco do ativo. Aqui estão alguns exemplos típicos que você pode encontrar:

  • Q: a empresa está em processo de falência.
  • W: as ações têm warrants anexados.
  • Y: trata-se de uma empresa estrangeira que opera no mercado americano.
  • F: ações estrangeiras que pagam dividendos em moeda estrangeira.
  • E: a empresa está atrasada em seus relatórios financeiros.
  • D: a ação está em processo de reorganização após um evento corporativo, como um desdobramento.

E no Brasil também acontece isso?

Na B3, esse tipo de sufixo não é utilizado da mesma forma. No entanto, se você investe em ações internacionais por meio de corretoras brasileiras com acesso ao mercado americano, ou por BDRs (Brazilian Depositary Receipts), pode se deparar com esses códigos — principalmente em plataformas como Yahoo Finance, Bloomberg ou TradingView.

Por isso, antes de operar, sempre verifique o ticker completo e certifique-se de entender o que ele representa.
Uma única letra pode significar a diferença entre investir em uma ação ordinária ou em um papel com risco, liquidez ou regras totalmente diferentes.

Como posso saber o que cada letra significa?

Sítios como Yahoo Finanças, Nasdaq, Bloomberg ou NYSE.com explicam o significado desses sufixos. Você também pode consultá-los diretamente na plataforma da sua corretora ou com seu assessor financeiro.

No final do dia, o que é conveniente para você é fazer sua análise completa. Não basta ver o nome da empresa: é preciso entender o instrumento, sua liquidez, sua estrutura legal e seu estado financeiro.

Um lembrete antes de investir. Muitos investidores se deixam enganar pelo nome ou pelo preço baixo de uma ação sem notar que ela tem um sufixo como “Q” (falência) ou “E” (problemas regulatórios). Por isso, antes de fazer um pedido, confirme que o símbolo é o correto e que está alinhado com sua estratégia de investimento.

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