Trading de Criptos
A tecnologia transformou profundamente nossa vida cotidiana: comunicações, entretenimento, transporte… e também o dinheiro.
O nascimento do Bitcoin em 2009 marcou a origem de uma nova forma de dinheiro digital, baseada em criptografia e registrada em blockchain: as criptomoedas.
Esses ativos revolucionaram conceitos como segurança, descentralização, globalização e privacidade, tornando-se uma alternativa real frente ao sistema financeiro tradicional. A seguir, vamos explorar as principais vantagens das criptomoedas para o investidor brasileiro.
A segurança sempre foi um ponto sensível quando falamos em dinheiro. No sistema bancário tradicional, depósitos dependem da solidez das instituições financeiras e estão sujeitos a regulamentações governamentais. Já no universo das criptomoedas, a base é a tecnologia blockchain, que funciona como um livro-razão digital público, descentralizado e praticamente impossível de ser adulterado.
Cada transação realizada em uma blockchain é validada por milhares de computadores ao redor do mundo. Isso elimina a figura de um “guardião central”, como o Banco Central ou uma instituição financeira, reduzindo o risco de manipulações e ataques direcionados. Uma vez registrada, a transação não pode ser alterada nem excluída.
A privacidade também é um diferencial. Em vez de nome e CPF, as operações são associadas a endereços alfanuméricos, garantindo um nível de anonimato superior ao das transferências bancárias. É o que chamamos de pseudonimato: os movimentos são públicos, mas não revelam a identidade do usuário.
Algumas criptomoedas foram ainda mais longe nesse quesito. É o caso da Monero (XMR), criada para ocultar tanto os valores quanto as partes envolvidas, garantindo anonimato quase absoluto. Para brasileiros que precisam movimentar recursos sem a exposição comum dos bancos, esse pode ser um diferencial decisivo.
👉 Você sabe quais são os tipos de Criptomoedas?
No sistema financeiro tradicional, o poder de emissão e controle das moedas está nas mãos dos bancos centrais. No Brasil, por exemplo, o Banco Central regula a política monetária, define regras de liquidez e pode intervir diretamente no valor do real.
Com as criptomoedas, a lógica é outra. Não existe uma autoridade central que tome decisões sobre sua emissão ou uso. Tudo é definido por códigos de programação e consenso entre usuários da rede. Esse modelo descentralizado garante maior liberdade: ninguém pode impedir ou censurar uma transação válida.
Essa característica é especialmente relevante em situações de instabilidade econômica. Quando um governo decide imprimir mais dinheiro, como medida emergencial, o valor da moeda nacional tende a cair. Já no caso do Bitcoin, a oferta é limitada a 21 milhões de unidades, o que o torna um ativo escasso e resistente a decisões políticas.
Emissão | Controlada por bancos centrais | Definida por código | |||
Intermediários | Bancos, corretoras, processadores | Nenhum | |||
Censura a transações | Possível | Impossível | |||
Oferta monetária | Ilimitada | Limitada (ex.: BTC) |
Característica | Dinheiro tradicional | Criptomoedas |
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Emissão | Controlada por bancos centrais | Definida por código |
Intermediários | Bancos, corretoras, processadores | Nenhum |
Censura a transações | Possível | Impossível |
Oferta monetária | Ilimitada | Limitada (ex.: BTC) |
O Pix foi uma revolução no Brasil, tornando transferências instantâneas e gratuitas no território nacional. Mas, quando falamos de remessas internacionais, a realidade é outra: os bancos ainda cobram taxas altas, adicionam spreads cambiais e podem levar dias para concluir uma operação.
As criptomoedas oferecem uma alternativa mais simples e barata. Por eliminarem intermediários, permitem enviar recursos de forma rápida e com custos muito menores. Uma transferência internacional em Bitcoin pode custar menos de US$ 1 em taxas, independentemente do valor enviado. Outras redes, como Tron e Polygon, chegam a realizar operações por centavos.
Banco via SWIFT | 2 a 5 dias | 4% a 8% do valor | |||
PayPal | Instantâneo | Até 5% + câmbio | |||
Bitcoin / Litecoin | Minutos | < 1% do valor |
Método | Tempo médio | Custo estimado |
---|---|---|
Banco via SWIFT | 2 a 5 dias | 4% a 8% do valor |
PayPal | Instantâneo | Até 5% + câmbio |
Bitcoin / Litecoin | Minutos | < 1% do valor |
Isso é particularmente útil para brasileiros que recebem pagamentos do exterior, como freelancers e prestadores de serviços digitais. Enquanto bancos e plataformas tradicionais reduzem parte do valor com tarifas, no mundo cripto a transferência chega praticamente integral ao destinatário.
Um levantamento recente do Ranking idwall de Experiência Digital, realizado em parceria com a consultoria Cadarn e repercutido pela imprensa, mostrou que o Brasil atingiu em 2023 um marco histórico na inclusão financeira: foram contabilizadas mais de 1,2 bilhão de contas bancárias ativas, um crescimento de mais de 14% em relação ao ano anterior. Esse avanço significa que cerca de 89,8% da população brasileira já possui algum tipo de vínculo bancário.
Ainda assim, permanece um contingente próximo de 10% da população fora do sistema financeiro formal, o que representa exclusão de crédito, investimentos e até de serviços básicos.
As criptomoedas podem ser uma porta de entrada para essa população. Com apenas um celular conectado à internet, é possível baixar uma carteira digital e começar a transacionar em poucos minutos, sem burocracia ou comprovação de renda.
Esse acesso simples e universal é uma das razões pelas quais especialistas afirmam que os criptoativos estão democratizando as finanças. Além disso, eles permitem transações globais sem as barreiras tradicionais.
Imagine, por exemplo, um estudante brasileiro pagando por um curso online no exterior. No cartão de crédito, o valor é acrescido de IOF e tarifas internacionais. Já com criptomoedas, o pagamento pode ser feito diretamente, em segundos, sem custos adicionais.
A inflação é um fantasma recorrente para os brasileiros. Em 2024, o IPCA registrou alta de 4,83%, corroendo o poder de compra do real. Esse cenário é ainda mais crítico em países como Argentina, onde a inflação chegou a níveis de três dígitos.
Nesse contexto, o Bitcoin e outras criptomoedas surgem como alternativas de reserva de valor. Diferente das moedas fiduciárias, cuja emissão é ilimitada, o Bitcoin tem oferta máxima de 21 milhões de unidades, o que o torna um ativo escasso. A lógica é semelhante ao ouro: quanto mais limitado o recurso, maior tende a ser sua valorização diante da demanda.
Argentina | 117,8 % | ||
Venezuela | 85,0 % | ||
Bolívia | 9,97 % | ||
Uruguai | 5,83 % | ||
Colômbia | 5,20 % | ||
Brasil | 4,83 % | ||
Chile | 4,53 % | ||
México | 4,21 % |
País | Inflação 2024 (%) |
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Argentina | 117,8 % |
Venezuela | 85,0 % |
Bolívia | 9,97 % |
Uruguai | 5,83 % |
Colômbia | 5,20 % |
Brasil | 4,83 % |
Chile | 4,53 % |
México | 4,21 % |
Além disso, as stablecoins (como USDT e USDC) oferecem uma alternativa ainda mais estável, por estarem atreladas ao dólar americano. Para investidores brasileiros, representam uma forma prática de proteger a renda frente à desvalorização cambial.
Ao contrário do que muitos pensaram inicialmente, as criptomoedas não foram apenas uma moda passageira. Hoje, representam uma alternativa sólida, com aplicações que vão muito além do investimento especulativo.
No Brasil, elas já são usadas para:
Isso não significa que o dinheiro tradicional vá desaparecer. Mas é evidente que as criptomoedas já cumprem um papel complementar e, em alguns casos, substitutivo ao sistema financeiro convencional.
O futuro provavelmente será híbrido, com reais digitais coexistindo com criptoativos descentralizados. Para investidores e usuários, compreender as vantagens e limitações de cada modelo é essencial para tomar melhores decisões financeiras.