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Selic em alta coloca o Brasil entre os líderes de juros reais no mundo

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Você já parou pra pensar por que o Brasil insiste em manter os juros lá em cima, enquanto o resto do mundo começa a afrouxar o freio? Pois é. Com a Selic batendo 14,75% ao ano, o país volta a ser destaque, e não é por um bom motivo: estamos entre as maiores taxas de juros reais do planeta, atrás apenas da Turquia e da Rússia. Essa decisão recente do Copom, que marcou a sexta alta consecutiva, não é apenas um dado técnico, ela mexe diretamente com seus investimentos, com o custo do crédito e até com as suas chances de emprego.

Na prática, o Brasil está remando contra a maré. Enquanto Estados Unidos e Europa cortam juros para tentar impulsionar o crescimento, por aqui o aperto continua firme. O argumento? A tal da inflação persistente, somada a um câmbio instável e um cenário fiscal que segue em banho-maria. Resultado: o juro real brasileiro foi a 8,65%, consolidando o país no top 3 global, e bem longe de vizinhos como Colômbia ou México, que já enxergam espaço para aliviar a pressão.

E a pergunta que não quer calar: até quando vamos sustentar esse ciclo? Se você investe, empreende ou simplesmente acompanha os rumos da economia, vale entender o que está por trás dessa escolha e, claro, o que ela significa pro seu bolso.

Comparativo: ranking mundial de juros reais e posição do Brasil

PosiçãoPaísJuros reais (%)
Turquia10,47%
Rússia9,17%
Brasil8,65%
África do Sul6,61%
Colômbia4,68%
México4,43%
Indonésia4,15%
Argentina3,92%
Índia2,66%
10°Filipinas2,34%

O cenário inflacionário local segue incerto, com destaque para a pressão dos alimentos e questões fiscais. A inflação medida pelo IPCA-15 acumulou 5,49% nos últimos 12 meses, acima da meta do Banco Central.

Selic em alta: o que muda para quem investe em renda fixa e variável

Com a Selic em 14,75%, aplicações em renda fixa voltam a ganhar atratividade, especialmente produtos pós-fixados como CDBs, LCIs, LCAs, Tesouro Selic e fundos DI. Os títulos prefixados, como o Tesouro 2032 ou 2035, também se tornaram interessantes, oferecendo taxas acima de 13,9% ao ano, mas com riscos maiores para quem vender antes do vencimento.

Na Bolsa de Valores, setores defensivos como energia, bancos e seguradoras se destacam, por oferecerem fluxo de caixa estável e dividendos consistentes. Mesmo com juro real alto, fator que geralmente inibe investimentos em renda variável, analistas destacam boas oportunidades em empresas descontadas e resilientes.

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Como evoluiu a taxa Selic desde janeiro de 2024?

Abaixo, o gráfico mostra a trajetória da Selic entre jan/2024 e mai/2025. Após um período de estabilidade e ligeira queda no primeiro semestre de 2024, o Copom inverteu a tendência em setembro do mesmo ano, com aumentos sucessivos até atingir 14,75%.

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Gráfico da evolução da taxa Selic entre janeiro de 2024 e maio de 2025, destacando o ciclo de alta iniciado no segundo semestre de 2024 | Fonte: Banco Central do Brasil

Essa escalada da taxa básica de juros tem impactos relevantes não apenas no cenário macroeconômico, mas principalmente no comportamento dos investidores e no custo do crédito para empresas e consumidores.

Indústria e emprego sentem o peso dos juros altos

A alta da Selic tem impactos diretos na indústria brasileira, que já enfrenta desaceleração. O aumento dos juros eleva o custo do crédito, dificultando investimentos em expansão e o financiamento de custos operacionais. Isso afeta a competitividade da indústria, pois muitas empresas dependem de crédito barato para se manterem no mercado.

Além disso, a redução da atividade econômica impacta diretamente o mercado de trabalho. Com o consumo e os investimentos mais baixos, a criação de empregos tende a diminuir, principalmente em setores que dependem de financiamento, como construção civil e comércio. A Confederação Nacional da Indústria prevê um crescimento do PIB de apenas 2,3% em 2025, e a indústria deve crescer apenas 2%, refletindo uma desaceleração na geração de novos postos de trabalho.

Portanto, com a taxa de juros elevada, as empresas podem reduzir suas projeções de produção e contratar menos, o que pode resultar em mais desemprego e menor crescimento no setor industrial.

Brasil vai na contramão dos EUA e da Europa na política monetária

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano. A decisão ocorre em meio a incertezas sobre os efeitos da política tarifária do presidente Donald Trump e a possibilidade de estagflação, cenário de inflação alta com crescimento fraco e aumento do desemprego. O Fed sinalizou que segue em modo de espera e só voltará a cortar os juros se o mercado de trabalho se enfraquecer de forma mais consistente.

O Brasil e os Estados Unidos seguem diferentes trajetórias em relação às suas políticas monetárias. Enquanto o Fed mantém uma postura mais cautelosa, com juros já elevados, o Banco Central do Brasil opta por continuar aumentando a Selic para combater a inflação e estabilizar a economia, o que coloca o Brasil em uma posição única no cenário global. 

Em termos de redução de juros, devido à crescente incerteza econômica causada pela guerra comercial, o Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juros pela sétima vez consecutiva, reduzindo a taxa de referência para 2,25%. A decisão, tomada em resposta a um cenário de inflação em desaceleração e perspectivas de crescimento deterioradas, reflete a preocupação com os efeitos negativos das tensões comerciais globais. O BCE sinalizou que pode continuar a reduzir os juros se a guerra comercial se intensificar, com novas quedas previstas para os próximos meses. Ou seja, o Brasil segue na contramão da política monetária das principais economias mundiais.

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