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Buybacks: melhores ETFs de empresas com recompra de ações

buybacks

Neste mundinho, os buybacks ou recompra de ações se tornaram uma estratégia chave para muitas empresas, especialmente em mercados desenvolvidos como EUA e Europa. A prática de uma empresa recomprar suas próprias ações do mercado é conhecida como "canibalização de ações", um termo frequentemente utilizado por Charlie Munger ou Mohnish Pabrai.

Esta ação refere-se à redução da quantidade de ações disponíveis e aumenta o percentual de propriedade dos acionistas existentes. Este fenômeno deu origem a ETFs especializados em empresas que realizam recompras agressivas, conhecidos como ETFs de buybacks.

A importância desses ETFs reside na sua capacidade de capturar o crescimento de empresas que implementam recompras constantes, o que pode se traduzir numa maior rentabilidade para os investidores a longo prazo. Historicamente, esses ETFs têm demonstrado um comportamento mais estável durante mercados em baixa em comparação com os ETFs de índices tradicionais.

O que são os buybacks e para que servem?

Os buybacks são o processo pelo qual uma empresa recompra as suas próprias ações no mercado. Isso é feito por diversas razões, entre elas:

  1. Aumentar o valor por ação: ao reduzir a quantidade de ações em circulação, o lucro por ação (LPA) tende a aumentar, o que pode elevar o preço da ação.
  2. Otimizar a estrutura de capital: algumas empresas utilizam buybacks para ajustar a sua estrutura financeira, reduzindo o capital acionário e melhorando índices financeiros como o ROE (Return on Equity). Outra razão menos positiva é que a companhia não está encontrando oportunidades atraentes para investir a sua caixa.
  3. Recompensar os acionistas: em vez de pagar dividendos, as empresas podem devolver capital aos acionistas por meio de recompras, o que pode ser mais eficiente em termos fiscais.
  4. Sinalização: uma recompra pode ser interpretada como um sinal de que a empresa acredita que suas ações estão subvalorizadas.
  5. Controle acionário: algumas empresas utilizam buybacks para evitar aquisições hostis ou diluição da participação dos acionistas existentes.
buybacks para que servem

Os buybacks existem há décadas, mas nos últimos anos ganharam maior relevância devido ao crescimento do mercado de ações e à preferência das empresas por essa estratégia, em vez de distribuir dividendos.

De acordo com S&P Dow Jones, as recompras superaram os dividendos como o principal método de distribuição de capital nos EUA desde 1997.

S&P 500 Dividendos VS. Buybacks
S&P 500 Dividendos VS. Buybacks

Isso se deve em grande parte à flexibilidade que as recompras oferecem em comparação com os dividendos tradicionais, que geram um compromisso recorrente por parte das empresas.

Além disso, os buybacks podem ser utilizados de maneira estratégica em diferentes ambientes de mercado. Por exemplo, em momentos de crise financeira, as empresas com balanços sólidos podem utilizar sua liquidez para recomprar ações a preços baixos, obtendo benefícios a longo prazo quando os preços se recuperam.

Vantagens e desvantagens de um ETF de empresas com recompra de ações (buybacks)

👍 Prós

  • Maior rendimento a longo prazo: diversos estudos demonstraram que os ETFs de buybacks superaram os índices tradicionais nos últimos 20 anos.
  • Eficiência fiscal: os buybacks podem ser mais eficientes que os dividendos em mercados com impostos elevados sobre rendimentos passivos.
  • Sinal de confiança: empresas com programas de recompra sustentados costumam mostrar confiança em seu negócio e gerar um efeito positivo no preço da ação.

👎 Contras

  • Falta de reinvestimento: excesso de buybacks pode significar que a empresa não está reinvestindo em crescimento porque já não pode, o que poderia afetar sua competitividade a longo prazo.
  • Endividamento excessivo: algumas empresas se endividam para financiar recompras, aumentando o risco financeiro.
  • Efeito cíclico: os buybacks tendem a aumentar em mercados de alta e a reduzir em crises, o que pode impactar a estabilidade do ETF e estar comprando caro.

Desempenho de empresas com recompra de ações

Segundo um estudo da S&P Global sobre os índices de buybacks, as empresas com programas de recompra têm mostrado melhores retornos em mercados de baixa e um desempenho superior no longo prazo. Por exemplo, o S&P 500 Buyback Index superou o S&P 500 em 16 dos últimos 20 anos.

desempenho_sp500_vs_buybacks
Desempenho SP500 vs buybacks

Melhores ETFs de empresas com buybacks

A seguir, listo alguns dos melhores ETFs disponíveis no Brasil com esta estratégia:

  • Invesco Global Buyback Achievers UCITS ETF
    • TER: 0.39%
    • 1Y em %: 23.87%
    • ISIN: IE00BLSNMW37
    • Ticker: BBCK
  • Amundi ETF S&P 500 Buyback UCITS ETF USD
    • 1Y em %: 21.38%
    • ISIN: LU1681048556
    • Ticker: AFIA

Invesco Global Buyback Achievers UCITS ETF

O Invesco Global Buyback Achievers UCITS ETF (BBCK) replica o NASDAQ Global Buyback Achievers Index, composto por empresas que reduziram sua quantidade de ações em circulação em pelo menos 5% nos últimos 12 meses.

  • TER: 0.39%
  • ISIN: IE00BLSNMW37
  • Ticker: BBCK

Exposição do ETF

O ETF oferece uma diversificação global, com uma notável exposição aos Estados Unidos, que representa aproximadamente 62% de seus investimentos, seguido pelo Reino Unido com 13% e a Eurozona com 10%.

Em termos setoriais, as principais ponderações incluem serviços financeiros (21.36%), consumo cíclico (20.58%) e energia (16.77%). Estas são suas principais posições:

NomePeso (%)
Shell4.93
Johnson & Johnson4.62
Alibaba3.88
Booking3.87
Total3.53
Comcast 'A'3.36
Fiserv2.58
Lockheed Martin2.55
T-Mobile US2.50
Deere2.50
Fonte: Invesco, 31 Dez 2024.

Rentabilidade

Este foi o desempenho histórico do Invesco Global Buyback Achievers UCITS ETF:

Desempenho histórico Invesco Global Buyback Achievers UCITS ETF
Desempenho histórico Invesco Global Buyback Achievers UCITS ETF
PeríodoRentabilidade
1 ano23.87%
3 anos40.24%
5 anos73.84%

ETF em análise

O Invesco Global Buyback Achievers UCITS ETF se apresenta como uma opção atraente para investidores que buscam exposição a empresas globais comprometidas com a recompra de ações. Replica um índice que seleciona companhias com históricos de buybacks, o que pode ser interpretado como um indicativo de solidez e disciplina financeira.

Sua exposição é distribuída em diferentes setores e regiões, oferecendo uma diversificação que equilibra oportunidades de crescimento e gestão de risco.

Em resumo, é uma opção interessante para aqueles que valorizam o retorno de capital por meio de buybacks e buscam aproveitar tendências globais, embora devam levar em conta a dependência do desempenho do índice de referência e a volatilidade inerente aos mercados internacionais.


Os ETFs de empresas canibais representam uma estratégia interessante para investidores que buscam adicionar um fator diferente aos tradicionais como o value ou smallcaps, e assim capitalizar sobre a eficiência financeira das recompras de ações. No entanto, é fundamental considerar os riscos associados e avaliar se essa estratégia se encaixa com a filosofia de investimento do portfólio e nosso perfil.

É importante destacar que, embora o ETF ofereça exposição a empresas com políticas ativas de recompra de ações, seu foco setorial e geográfico pode influenciar seu desempenho em diferentes condições de mercado. No passado recente, o mercado americano teve um bom desempenho e superou o resto do mundo, mas se ocorrer uma reversão à média, não é 100% seguro que esse tipo de estratégia continue se saindo melhor do que algo mais diversificado como o MSCI World ou ACWI.

Além disso, a prática de recompras pode ser interpretada de diversas maneiras; enquanto alguns investidores a veem como um sinal de confiança por parte da empresa, outros podem considerá-la uma falta de oportunidades de investimento interno. Isso nos diz que muitas das posições na carteira do ETF não são empresas de crescimento.

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