Ações
Atualmente, em 2025, as tendências do mercado de ações estão sendo moldadas por inovações tecnológicas, mudanças econômicas globais e dinâmicas específicas do Brasil. Avanços como a Inteligência Artificial (IA), a expansão dos investimentos sustentáveis (ESG), a popularização de pagamentos digitais e criptomoedas, além do foco crescente em segurança cibernética, figuram entre os principais motores de transformação.
Ao mesmo tempo, o cenário brasileiro apresenta juros elevados (Selic em torno de 15%, o nível mais alto desde 2006) e inflação moderadamente acima da meta, fatores que influenciam as estratégias dos investidores locais. Apesar dos desafios (como a taxa Selic alta para conter a inflação de ~5,3% ao ano), cada vez mais brasileiros ingressam na Bolsa em busca de oportunidades de longo prazo, o número de investidores pessoa física superou 6 milhões em 2024
No âmbito global, 2025 vem sendo marcado por uma retomada em setores antes impactados, como tecnologia e infraestrutura, e por avanços em sustentabilidade. Economias desenvolvidas ainda lidam com juros altos para conter a inflação, o que influencia fluxos de capital para mercados emergentes.
No Brasil, a expectativa no início do ano era de alguma estabilização econômica, mas pressões inflacionárias levaram o Banco Central a elevação da taxa básica de juros para 15% ao ano em junho de 2025. Esse cenário de juros elevados, acompanhado de projeções de crescimento do PIB na casa de 2,4% em 2025, cria oportunidades e desafios:
👉 LCI, LCA ou CDB: qual rende mais LÍQUIDO em 2025?
Em suma, o cenário econômico de 2025 traz um paradoxo: juros altos favorecem investimentos conservadores, mas perspectivas de recuperação em setores específicos tornam a bolsa atraente para diversificação.
A Inteligência Artificial (IA) e o Machine Learning (ML) revolucionaram o mercado financeiro, alterando profundamente a forma como operações são realizadas e decisões de investimento são tomadas. Essas tecnologias permitem analisar montanhas de dados em segundos e identificar padrões antes imperceptíveis, trazendo uma precisão preditiva sem precedentes.
👉 6 Melhores Ações de IA para Investir
Hoje, mais de 80% dos bancos já utilizam IA generativa para criar conteúdo, interagir com clientes e otimizar processos internos. De forma prática, a IA e o ML impulsionam diversas inovações financeiras: desde consultores-robô que montam carteiras personalizadas até sistemas automatizados de trading que executam ordens em alta frequência conforme critérios pré-estabelecidos.
Em resumo, a IA inaugurou uma nova era no mercado financeiro, mais inteligente e eficaz. No Brasil, essa tendência acompanha o resto do mundo: bancos tradicionais e fintechs adotam IA para ganhar eficiência e oferecer novos serviços.
Outra tendência marcante é o crescimento dos investimentos sustentáveis, guiados pelos critérios ESG (Environmental, Social and Governance). Esse enfoque representa integrar preocupações ambientais, sociais e de governança nas decisões de investimento, buscando não só retorno financeiro, mas também impacto positivo no mundo.
Em 2025, essa filosofia de investimento continua em ascensão, com empresas comprometidas em sustentabilidade atraindo cada vez mais investidores, uma projeção é de que fundos e ativos ESG ganhem participação significativa nas carteiras ao longo do ano.
👉 Como investir no mercado de green bonds ou títulos verdes
Para investidores iniciantes, vale entender que ao aplicar em ativos ESG, você apoia empresas que respeitam o meio ambiente, têm responsabilidade social (com funcionários, clientes e comunidade) e mantêm boa governança corporativa. A busca por investimentos alinhados a esses valores tem aumentado, especialmente entre os jovens investidores que desejam alinhar seus princípios éticos aos objetivos financeiros.
O apelo dos investimentos sustentáveis também se justifica pelos números: estudos indicam que empresas com alta pontuação ESG costumam ter menor volatilidade e melhor desempenho de longo prazo, por estarem preparadas para riscos ambientais/regulatórios e gozarem de boa reputação.
Entramos cada vez mais na era digital das finanças, em que pagamentos online, fintechs e criptomoedas redefinem a forma de transacionar e investir. Há poucos anos, para comprar ações era preciso ir ao banco ou ligar para a corretora; hoje, qualquer pessoa pode investir pelo smartphone ou computador, com alguns cliques.
👉 Como a inteligência artificial é usada no trading de criptomoedas?
Essa democratização veio acompanhada por inovações importantes no Brasil, como o PIX, sistema de pagamentos instantâneos lançado em 2020, que se tornou ubiquo em 2025, permitindo transferências 24/7 gratuitas entre contas.
Ao mesmo tempo, as criptomoedas evoluíram de um nicho para o mainstream financeiro. Desde o lançamento do Bitcoin em 2009 até a ascensão de plataformas como a Binance (2017) para trading, o universo cripto ganhou milhões de adeptos.
No Brasil, estima-se que uma parcela relevante de investidores pessoa física já possua alguma criptomoeda em carteira ou invista via fundos de criptoativos. Apesar da volatilidade, ativos digitais permanecem no radar de muitos investidores em 2025. O mercado hoje oferece até fundos híbridos que combinam cripto com renda fixa, buscando equilibrar ganhos potenciais com redução de riscos.
👉 BTGD: O ETF Que Une Bitcoin e Ouro: Bom Investimento?
Essa revolução digital não para nas criptomoedas. Conceitos de Finanças Descentralizadas (DeFi) estão criando novas formas de crédito e investimento sem intermediários tradicionais, enquanto smart contracts (contratos inteligentes em blockchain) automatizam acordos financeiros.
Em resumo, a digitalização das finanças trouxe inclusão e conveniência sem precedentes. Hoje, qualquer brasileiro com um celular e internet consegue investir em ações, fundos imobiliários ou mesmo em Bitcoin, de forma rápida e barata.
Seguindo a temática da sustentabilidade, um conceito emergente em 2025 é o de finanças regenerativas. Diferentemente do ESG tradicional, que busca mitigar impactos negativos, as finanças regenerativas focam em criar valor ambiental e social positivo ativo por meio dos investimentos.
Na prática, isso significa que projetos e empresas com modelos regenerativos, por exemplo, uma empresa que financia o reflorestamento em larga escala ou iniciativas de agricultura regenerativa, estão ganhando atenção. Com o aumento da conscientização sobre as mudanças climáticas e a necessidade de preservar o meio ambiente, empresas que adotam práticas regenerativas vêm sendo mais valorizadas pelos investidores.
👉 Energias limpas e o impacto das políticas dos EUA
No Brasil, iniciativas de finanças regenerativas ainda estão dando os primeiros passos, mas já vemos exemplos como títulos verdes para projetos de energia limpa e fundos de impacto que direcionam recursos a startups socioambientais.
👉 Melhores ETFs de Energias Renováveis Brasil
A tendência é que as finanças evoluam de uma lógica puramente extrativista (tirar valor) para uma lógica regenerativa (gerar valor positivo). Para o investidor comum, isso se traduz na possibilidade de “fazer o bem, indo bem”, apoiar negócios inovadores que ajudam a recuperar o meio ambiente, ao mesmo tempo em que se beneficia do crescimento deles.
Com a digitalização massiva dos serviços financeiros, torna-se imprescindível falar de segurança cibernética. Em 2025, praticamente todas as operações bancárias e de investimento podem ser feitas online, de transferências a aplicações em fundos.
Para investidores individuais, a segurança cibernética é tão importante quanto a educação financeira. Medidas básicas, como uso de senhas fortes, autenticação em duas etapas, cuidado com phishing (mails ou links falsos) e manutenção de antivírus atualizado, são essenciais ao realizar transações online.
É recomendável que o investidor se informe sobre as camadas de segurança oferecidas pela instituição financeira que utiliza, garantindo que seus recursos e dados estejam protegidos.
Do ponto de vista do mercado de ações, a cibersegurança também desponta como um setor promissor para se investir. Empresas especializadas em segurança digital vêm registrando aumento de demanda ano após ano, dado o cenário de ameaças crescentes.
👉 Melhores ETFs sobre Cibersegurança
Globalmente, o mercado de cibersegurança movimenta bilhões de dólares e deve continuar em expansão acelerada nesta década. Para quem busca oportunidades, ações de empresas de tecnologia focadas em proteção de dados e prevenção de fraudes podem ser uma aposta alinhada à tendência.
Afinal, a necessidade de segurança digital é uma “nova normalidade”, assim como locks e alarmes físicos foram no passado, firewalls, criptografia e inteligência contra ataques são agora itens de primeira necessidade.
Mesmo com todas as tendências globais e tecnológicas citadas, é importante olhar para quais setores, na prática, estão se destacando na Bolsa brasileira em 2025. A tabela a seguir resume alguns setores em alta e os motivos pelos quais atraíram os investidores, com exemplos de empresas e performances recentes:
Educação | Retomada pós-pandemia e reestruturação de empresas do setor, com expectativa de aumento nas matrículas e melhorias operacionais em 2024, revertendo quedas acumuladas. | Ações como Cogna (COGN3) subiram ~92% no 1º tri de 2025 após indicadores de recuperação. Yduqs (YDUQ3) também teve alta (~35%). | |||
Varejo e E-commerce | Consumo interno em recuperação; melhora da renda disponível dos consumidores e recuperação de margens das varejistas após ajustes. Além disso, muitas empresas estavam com múltiplos depreciados, atraindo investidores em busca de pechinchas. | Magazine Luiza (MGLU3) valorizou +56% no 1º tri de 2025. Empresas de e-commerce e varejo físico mostram forte recuperação de preços. | |||
Turismo e Lazer | Retomada de viagens e turismo pós-pandemia; demanda reprimida por serviços de lazer. Setor se beneficia da normalização das atividades e reorganização financeira de empresas. | CVC (CVCB3), operadora de turismo, subiu +53% no 1º tri de 2025. Setor aéreo e hoteleiro também aponta melhora nos resultados. | |||
Imobiliário (Construção) | Expectativa (ainda que adiada) de queda dos juros beneficiando financiamentos; empresas incorporadoras reduziram dívidas e lançaram projetos visando um ciclo de recuperação. | Cyrela (CYRE3) teve alta de +41% no 1º tri de 2025. Outras construtoras e fundos imobiliários ganharam fôlego na esperança de crédito mais barato em breve. | |||
Tecnologia e Finanças Digitais | Crescimento de fintechs e digitalização de serviços; empresas de software e TI ganham com demanda corporativa por transformação digital. Investidores brasileiros também acessam o boom tech global via BDRs. | Totvs (TOTS3), líder em softwares de gestão, subiu ~25% no começo de 2025. Bancos digitais como Nubank (NU na NYSE) seguem captando clientes e expandindo serviços. | |||
Energia e Commodities | Preços de commodities estáveis em patamar remunerador (petróleo, minério) e políticas de dividendos generosas mantêm esses papéis atraentes, especialmente para investidores em busca de renda. | Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) seguem entre as maiores do Ibovespa. Embora não tenham liderado os ganhos no ano, distribuíram dividendos robustos e oferecem hedge contra inflação global. |
Setor em Destaque (2025) | Motivos do Interesse | Exemplos e Desempenho |
---|---|---|
Educação | Retomada pós-pandemia e reestruturação de empresas do setor, com expectativa de aumento nas matrículas e melhorias operacionais em 2024, revertendo quedas acumuladas. | Ações como Cogna (COGN3) subiram ~92% no 1º tri de 2025 após indicadores de recuperação. Yduqs (YDUQ3) também teve alta (~35%). |
Varejo e E-commerce | Consumo interno em recuperação; melhora da renda disponível dos consumidores e recuperação de margens das varejistas após ajustes. Além disso, muitas empresas estavam com múltiplos depreciados, atraindo investidores em busca de pechinchas. | Magazine Luiza (MGLU3) valorizou +56% no 1º tri de 2025. Empresas de e-commerce e varejo físico mostram forte recuperação de preços. |
Turismo e Lazer | Retomada de viagens e turismo pós-pandemia; demanda reprimida por serviços de lazer. Setor se beneficia da normalização das atividades e reorganização financeira de empresas. | CVC (CVCB3), operadora de turismo, subiu +53% no 1º tri de 2025. Setor aéreo e hoteleiro também aponta melhora nos resultados. |
Imobiliário (Construção) | Expectativa (ainda que adiada) de queda dos juros beneficiando financiamentos; empresas incorporadoras reduziram dívidas e lançaram projetos visando um ciclo de recuperação. | Cyrela (CYRE3) teve alta de +41% no 1º tri de 2025. Outras construtoras e fundos imobiliários ganharam fôlego na esperança de crédito mais barato em breve. |
Tecnologia e Finanças Digitais | Crescimento de fintechs e digitalização de serviços; empresas de software e TI ganham com demanda corporativa por transformação digital. Investidores brasileiros também acessam o boom tech global via BDRs. | Totvs (TOTS3), líder em softwares de gestão, subiu ~25% no começo de 2025. Bancos digitais como Nubank (NU na NYSE) seguem captando clientes e expandindo serviços. |
Energia e Commodities | Preços de commodities estáveis em patamar remunerador (petróleo, minério) e políticas de dividendos generosas mantêm esses papéis atraentes, especialmente para investidores em busca de renda. | Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) seguem entre as maiores do Ibovespa. Embora não tenham liderado os ganhos no ano, distribuíram dividendos robustos e oferecem hedge contra inflação global. |
Como vemos, muitos setores de “economia interna” brilharam no início de 2025, caso de educação, varejo e turismo, justamente por estarem se recuperando de bases deprimidas.
Em suma, as tendências do mercado de ações em 2025 passam por inovação, sustentabilidade, adaptação a um ambiente financeiro digital e prudência frente aos desafios macroeconômicos. O horizonte reserva desafios, mas também novos horizontes de crescimento, e aqueles que acompanharem de perto as tendências certamente estarão um passo à frente na construção de seus objetivos financeiros.
Investir em produtos financeiros implica um certo nível de risco.