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Como avaliar o desempenho de um ETF

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De nada nos serve que haja tanta variedade nos ETFs e com tão boas estratégias para usá-los, se não somos capazes de analisá-los bem. Nem todos os ETFs são iguais, nem todos são bons ou diversificados; e tampouco todos são ruins para todos em geral, dependerá muito do nosso perfil e estratégia.

Às vezes pode parecer uma tarefa titânica e avassaladora para quem começa neste mundo, mas realmente não é difícil. Apenas é preciso evitar os erros mais comuns e não confundir simples com simplista.

Neste artigo tentarei fazer um guia rápido dos principais indicadores que devemos analisar para avaliar o desempenho de um ETF.

Principais indicadores para avaliar o desempenho de um ETF

Analisar o desempenho de um ETF é uma tarefa simples, mas não simplista, e com isso quero dizer que é fácil entender e listar as variáveis que precisamos revisar, mas muitos caem no erro de generalizar utilizando uma única variável ou um par delas. Isso é ser simplista.

Por exemplo, dizer que o ETF com a comissão mais baixa é sempre o melhor. Isso é um erro simplista porque essa frase só é válida quando estamos comparando ETFs muito similares, como dois ETFs que seguem o SP500. É incorreto dizê-la se estamos comparando um ETF que segue o SP500 e outro o SP500 com cobertura cambial. Obviamente o segundo terá uma comissão maior devido à cobertura, então o que devemos analisar é se essa cobertura vale a pena.

Aqui explico algumas das variáveis principais e às vezes pouco mencionadas para avaliar o desempenho de um ETF.

Tracking error ou erro de acompanhamento

O tracking error é um dos indicadores mais cruciais para avaliar o desempenho de um ETF. Mede o desvio padrão das diferenças entre o rendimento do ETF e o rendimento de seu índice. Em outras palavras, mostra quão próximo o ETF segue o índice que tenta replicar.

Um tracking error baixo sugere que o ETF está replicando o índice de maneira próxima e eficiente, o que é o ideal para os investidores que buscam comprar e manter. Por outro lado, um tracking error alto pode indicar problemas na gestão do ETF, por exemplo, custos operacionais elevados, ou ineficiências na réplica do índice.

Com a nova saída dos ETFs de Gestão ativa, é importante entender que um tracking error baixo nem sempre é positivo, já que esse tipo de ETFs busca superar o desempenho do índice através de estratégias de gestão ativa. Nesses casos, um maior tracking error pode ser aceitável se o fundo conseguir entregar um "alfa" positivo, ou seja, um desempenho superior ao do índice ajustado por risco (que mais precisamente é volatilidade).

Método de réplica

O método de réplica utilizado por um ETF é fundamental para entender seu desempenho. Existem basicamente duas metodologias, a de réplica física (que tem diferentes variantes) e a réplica sintética.

  1. Réplica Física Completa: Consiste em adquirir todos ou uma amostra dos valores do índice de referência. Este método garante uma réplica precisa ou muito próxima do índice, mas pode ser custoso e menos eficiente quando há muitos subjacentes e/ou pouco líquidos e/ou em mercados pouco profundos.
  2. Réplica Sintética: Utiliza contratos de swap em vez de possuir os valores subjacentes do índice. Este método pode ser mais eficiente em termos de custos e liquidez, mas introduz riscos adicionais, como o risco de contraparte. Apesar desses riscos, a réplica sintética permite replicar índices que de outra forma seriam difíceis ou custosos de replicar fisicamente.

Comissão anual (Total Expense Ratio - TER)

O Total Expense Ratio (TER) é um indicador que reflete o custo total anual de um ETF, expresso como uma porcentagem dos ativos totais sob gestão (AUM). Este indicador inclui todos os custos operacionais do ETF, como comissões de gestão, custos administrativos e outras despesas associadas.

John Bogle, o fundador da Vanguard, enfatizou repetidamente a importância dos custos no investimento, referindo-se a isso como "a tirania dos custos". Em um ETF, o TER afeta diretamente o rendimento líquido que recebemos, e uma diferença aparentemente pequena no TER pode ter um impacto significativo a longo prazo devido ao efeito do juro composto.

Retorno e sua distribuição histórica

O análise do retorno de um ETF não deve se limitar a observar o desempenho histórico recente. É crucial considerar os retornos móveis, que são mais robustos porque nos dão a média de um maior número de cenários possíveis ao longo do tempo.

Essa abordagem ajuda a reduzir o viés do risco de retornos subsequentes, onde os investidores poderiam tomar decisões baseadas em um desempenho excepcionalmente bom ou ruim em um período recente e/ou estático. Analisar os retornos móveis permite uma melhor avaliação da consistência dos retornos do ETF.

Além disso, estudar a distribuição histórica de retornos nos permite saber como o ETF reagiu em diferentes cenários de mercado, e assim saber quais retornos, tanto positivos quanto negativos, poderíamos esperar sem nos assustar, e quais estariam indicando pontos extremos com altas probabilidades de reversão à média.

Avaliação qualitativa do ETF

Além dos indicadores quantitativos anteriores, uma avaliação qualitativa do ETF também pode ser útil, especialmente para fazer um filtro inicial, e apenas ficarmos com aqueles que estão em sintonia com nosso perfil e estratégia, e que tenham alguns sinais de qualidade em sua carteira e/ou de vantagens competitivas duradouras.

Aqui estão algumas variáveis qualitativas importantes a serem consideradas, embora isso corresponda mais à análise da composição da carteira de cada ETF:

  1. Franquia Natural: ETFs que replicam índices compostos por empresas com produtos e serviços desejados e muito necessários, que não têm substitutos próximos e que não estão sujeitos a controle de preços. Por exemplo, ETFs que seguem setores ou indústrias defensivas e/ou resistentes a recessões econômicas.
  2. Vantagem Tecnológica: ETFs que investem em empresas com fortes vantagens tecnológicas, mas que também têm altos margens e altos retornos sobre capital. Nem sempre devem ser do setor tecnológico, por exemplo, dentro da indústria de sistemas de pagamento que agora faz parte do setor financeiro, há muitas empresas com vantagens tecnológicas.
  3. Índices Concentrados vs. Amplos: ETFs que seguem índices amplos oferecem uma diversificação natural e menor dispersão em seus retornos, enquanto os que seguem índices concentrados têm maior dispersão e, portanto, maior volatilidade e risco.

Ferramentas e recursos para avaliar ETFs no Brasil

Para os investidores brasileiros, há diversas ferramentas e plataformas online que ajudam na análise e avaliação de ETFs listados na B3 e no exterior. Abaixo estão algumas das mais utilizadas:

  • Morningstar Brasil: Disponibiliza análises detalhadas de ETFs, incluindo desempenho históricoíndice de acompanhamento (tracking error), taxas e classificações por categoria.
  • Rankia Brasil: Comunidade ativa com artigos, tutoriais e comparativos sobre investimentos em ETFs. É um espaço onde os investidores compartilham experiências práticas e tiram dúvidas sobre fundos negociados em bolsa.
  • B3 (Brasil, Bolsa, Balcão): A própria bolsa brasileira oferece uma área dedicada aos ETFs com informações oficiais, como composição da carteira, histórico de rentabilidade e documentos regulatórios.
  • CVM (Comissão de Valores Mobiliários): É o órgão regulador do mercado de capitais no Brasil. No site da CVM, é possível acessar relatórios periódicos e documentos oficiais dos ETFs, como lâminas, regulamentos e demonstrações financeiras.
  • TradingView: Plataforma de análise gráfica amplamente usada no Brasil. Permite acompanhar o desempenho dos ETFs com gráficos interativos, aplicar indicadores técnicos e utilizar ferramentas como screeners e listas de observação.
  • ETF.com: Apesar de ser uma plataforma voltada para o mercado dos Estados Unidos, é útil para quem investe em ETFs internacionais, inclusive via corretoras brasileiras com acesso ao exterior. Oferece dados sobre estrutura, custos e comparação entre ETFs.
  • ETF Database (ETFdb.com): Outro portal muito usado por quem investe fora do Brasil. Permite comparar ETFs por categoria, ver rankings de desempenho e acessar análises aprofundadas.
  • JustETF.com: Ferramenta europeia que pode ser útil para investidores brasileiros interessados em ETFs UCITS listados na Europa, especialmente os ETFs de acumulação (que reinvestem dividendos automaticamente).
  • Baixas comissões de trading.
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