Ações
As ações da Cosan (CSAN3) seguem em destaque na B3. O mercado acompanha de perto os próximos passos do grupo, que passa por uma fase de transição. Dois relatórios recentes ajudam a entender essa visão. O Bank of America (BofA) adota tom otimista, enquanto o Goldman Sachs prefere a cautela.
O Bank of America (BofA) classifica a Cosan (CSAN3) como uma “história única de recuperação e desalavancagem na América Latina”. O banco estabeleceu preço-alvo em R$ 11, o que representaria um potencial de valorização de 82% nas ações da Cosan em relação ao preço atual de mercado.
Para os analistas, mesmo com a combinação de dívida elevada e juros altos, a tendência é de melhora nos próximos trimestres. O grande gatilho seria um aumento de capital na Raízen, com a entrada de novos sócios que reforçariam a geração de caixa da subsidiária e, o desempenho de CSAN3 na B3.
Já o Goldman Sachs mantém postura neutra em relação às ações da Cosan, recomendando manutenção. O banco definiu preço-alvo em R$ 6,90, cerca de 27% acima da última cotação.
Para os analistas, CSAN3 hoje está relativamente bem precificada, refletindo riscos e oportunidades de forma equilibrada. O relatório ressalta a incerteza na estratégia de alocação de capital e destaca que uma reprecificação positiva dependerá de maior clareza sobre venda de ativos, reorganização financeira e evolução da política monetária no Brasil.
O Goldman Sachs também lembra que a Raízen, principal ativo da holding, passa por um processo de reestruturação que dificulta avaliar seu valor justo.
Além disso, aponta que a Rumo, braço logístico da Cosan, enfrenta desafios setoriais que pesam sobre a tese de investimento. Por isso, os analistas acreditam que será necessário observar sinais mais concretos de execução antes de revisar sua visão sobre CSAN3.
No geral, há consenso entre os dois bancos de que a alavancagem elevada continua sendo o maior obstáculo da Cosan no curto prazo. Ambos reconhecem que a entrada de novos sócios na Raízen poderia destravar valor significativo, mas divergem quanto ao nível de confiança nesse movimento.
Enquanto o BofA aposta em recuperação mais rápida das ações da Cosan (CSAN3), o Goldman Sachs prefere esperar evidências mais sólidas de execução antes de rever sua avaliação.
O ambiente macroeconômico pode ser decisivo para CSAN3. A expectativa de queda da taxa Selic tende a reduzir o custo da dívida e favorecer empresas alavancadas. Esse fator ajuda a explicar parte do otimismo do BofA, que projeta alívio financeiro gradual conforme os juros recuam.
No setor, a Cosan tem exposição a áreas estratégicas. A Raízen atua em energia renovável e biocombustíveis, segmentos que ganham espaço com a transição energética. A Rumo depende do agronegócio e das exportações brasileiras, que seguem fortes em volume, embora pressionadas por custos e competitividade.
Histórico recente de CSAN3
O comportamento da ação da Cosan (CSAN3) em 2025 reforça o quadro de riscos e oportunidades. Nos primeiros meses do ano, o papel acumulou queda acentuada, reflexo da dívida elevada e do desempenho fraco da Raízen.
Já no segundo semestre, CSAN3 reagiu com notícias sobre potenciais novos sócios e vendas de ativos, chegando a subir mais de 8% em um único pregão. Essa recuperação mostrou como o mercado responde rapidamente a sinais de reestruturação.
Comparada ao Ibovespa, que apresenta menor oscilação, a Cosan mostra volatilidade bem mais intensa. Para investidores, isso significa chance de ganhos expressivos em fases de alta, mas também necessidade de atenção redobrada ao risco. O acompanhamento de fatos relevantes e balanços trimestrais é essencial para avaliar o potencial da ação.
Investir em produtos financeiros implica um certo nível de risco.