GOAT11: renda fixa brasileira e ações dos EUA em um só ETF

O GOAT11 é o primeiro ETF híbrido do Brasil, combinando 80% de renda fixa indexada ao IPCA e 20% de exposição ao S&P 500. Com tributação simplificada, aplicação mínima acessível e uma estratégia pensada para quem busca diversificação e proteção de longo prazo, o fundo surge como alternativa para investidores que querem começar a se expor ao exterior sem sair da B3.

A Itaú Asset lançou oficialmente o GOAT11, primeiro ETF híbrido do Brasil. A sigla faz referência à expressão “Greatest of All Times”, e o nome não é por acaso: a proposta do fundo é reunir “o melhor dos dois mundos” em um único ativo.

O GOAT11 é composto por 80% de títulos públicos atrelados ao IPCA, ou seja, o investidor se protege da inflação brasileira em reais, e 20% de exposição ao índice S&P 500, a principal referência da bolsa americana. Assim, o fundo oferece uma entrada acessível para brasileiros que desejam se expor ao mercado internacional com um produto simples e regulado no Brasil.

• Aplicação mínima: a partir de R$ 50, valor de uma cota.
• Liquidez: D+2.
• Taxa total: 0,5% ao ano, já incluindo gestão, administração e custódia.

ETF híbrido na B3: o que é?

Os ETFs no Brasil vinham, até aqui, seguindo duas lógicas principais: ou eram 100% renda variável (como o IVVB11, que replica o S&P 500), ou 100% renda fixa (como o IMAB11, que acompanha o IMA-B). Com o GOAT11, surge um modelo novo: o ETF multiativos, comum em mercados desenvolvidos e inédito por aqui.

Esse tipo de ETF é inspirado nos "balanced funds" norte-americanos, muito usados em carteiras de previdência ou estratégias de longo prazo. Ao incluir ativos de diferentes naturezas e mercados, o fundo busca um desempenho mais estável no tempo, reduzindo os efeitos da volatilidade de curto prazo.

GOAT11 composição: investir 80% no Tesouro IPCA+ e 20% no S&P 500?

O GOAT11 é formado por duas classes de ativos:

• 80% da carteira é alocada em títulos públicos indexados ao IPCA, via IMA-B, índice da Anbima que representa o desempenho dos papéis Tesouro IPCA+ disponíveis no mercado.
• 20% da carteira é exposta ao S&P 500, o principal índice das bolsas americanas, com grande peso em empresas como Apple, Microsoft, Amazon, Nvidia e Alphabet.

Essa estrutura entrega dois benefícios complementares:

1. Proteção inflacionária e em reais, com a parte do Tesouro IPCA+, que garante retorno real acima da inflação.
2. Crescimento internacional com hedge cambial, via ações dolarizadas nos EUA, sem precisar comprar dólar nem abrir conta no exterior.

Além disso, a descorrrelação entre esses ativos ajuda a suavizar o impacto de crises. Por exemplo:

• Em 2022, o S&P 500 caiu -23,56%, mas o IMA-B subiu +6,37%.
• Em 2013, a renda fixa recuou -10,02%, enquanto o S&P 500 avançou impressionantes +49,46%.

E vale lembrar: apesar da alocação em ações, o produto ainda se comporta majoritariamente como renda fixa. Isso o torna atrativo inclusive para perfis mais conservadores que desejam começar a ampliar horizontes sem abrir mão de segurança.

GOAT11: para quem serve?

Esse ETF é ideal para três perfis de investidor:

• Iniciantes que querem uma primeira exposição internacional sem abrir conta fora do Brasil.
• Conservadores que buscam proteção contra inflação e diversificação com risco limitado.
• Moderados que desejam um fundo simples, balanceado e eficiente fiscalmente.

Além disso, o GOAT11 pode ser incluído em carteiras previdenciárias ou ser usado em estratégias de aportes mensais (DCA), dada sua liquidez, baixo valor de entrada e simplicidade operacional.

GOAT11 vs IVVB11 vs IMAB11: qual ETF faz mais sentido para sua carteira?

Se você já investe em ETFs, talvez se pergunte: por que escolher o GOAT11 se já posso combinar IVVB11 (exposição ao S&P 500) com IMAB11 (renda fixa atrelada ao IPCA)? A resposta está na simplicidade, tributação e eficiência tática.

O GOAT11 entrega uma alocação balanceada em um único ativo, com vantagem tributária e custo total competitivo. Abaixo, uma comparação entre os três ETFs:

Enquanto IVVB11 e IMAB11 funcionam bem como blocos separados de uma carteira diversificada, o GOAT11 entrega uma alocação pensada de forma integrada, com descorrelação entre os ativos, sem a necessidade de rebalancear manualmente entre renda fixa e variável.

Além disso, a vantagem tributária do GOAT11 pode gerar ganhos líquidos mais altos ao longo do tempo, especialmente para quem faz aportes recorrentes e mantém o ativo por vários anos.

Como investir no GOAT11: passo a passo para aplicar no ETF híbrido

Investir no GOAT11 é tão simples quanto comprar uma ação na bolsa. Como ele é negociado na B3, você pode adquirir cotas por meio de qualquer corretora habilitada, direto pelo home broker ou app da instituição.

Veja o passo a passo:

1. Tenha conta em uma corretora credenciada à B3.
2. Deposite recursos na conta da corretora.
3. Acesse o home broker e busque pelo ticker GOAT11.
4. Digite a quantidade de cotas que deseja comprar e envie a ordem.
5. Pronto! Você já está exposto à renda fixa IPCA+ e ao S&P 500 em um único ativo.

O que observar antes de investir:

• O valor da cota oscila diariamente conforme os mercados de renda fixa e variável.
• A aplicação mínima é o valor de 1 cota, que gira em torno de R$ 50, podendo variar.
• O resgate segue a regra de liquidez D+2: após vender as cotas, o dinheiro entra na conta da corretora em dois dias úteis.
• Como qualquer ETF, não há garantias de rentabilidade, e o desempenho pode variar ao longo do tempo.

Essa praticidade torna o GOAT11 uma ótima porta de entrada para quem quer internacionalizar parte da carteira sem sair do Brasil, sem burocracia e com tributação simplificada.

Tributação GOAT11: fundo híbrido, imposto de renda fixa

Apesar de conter ações americanas, o GOAT11 é classificado pela Receita Federal como um fundo de renda fixa. Isso garante ao investidor uma tributação mais simples e leve, especialmente no longo prazo:

• Alíquota única de 15% de IR sobre os lucros, independentemente do prazo de aplicação.
• Sem come-cotas, ou seja, o rendimento não sofre antecipação de IR a cada semestre como em fundos multimercado.
• O investidor só precisa emitir o DARF no momento do resgate com lucro, um procedimento simples via home broker ou plataformas que emitem o documento automaticamente.

Essa estrutura favorece quem investe com horizonte de médio e longo prazo, e evita a complexidade de fundos de ações ou fundos cambiais, que possuem regras distintas.

GOAT11 vale a pena?

O GOAT11 representa uma inovação para o investidor brasileiro, permitindo acessar ativos globais com a praticidade de um produto local. Ele simplifica o processo de montar uma carteira balanceada, entregando proteção real (IPCA), crescimento em dólar (S&P 500) e uma tributação que favorece o longo prazo.

O GOAT11 é, de fato, um marco no mercado brasileiro: representa a primeira tentativa concreta de criar um ETF multiativos nacional, com acesso facilitado ao exterior e tributação amigável.

Quer entender outras formas de se expor a ativos internacionais ou como montar uma carteira mais eficiente em tempos de juros altos? Então aproveita e dá uma olhada no nosso guia completo sobre os melhores ETFs internacionais para brasileiros.