logo RankiaBrasil

Como Investir em Ouro: ações, ETFs, fundos e ouro físico

oro

Investir em ouro sempre foi visto como uma forma segura de proteger o patrimônio, especialmente em tempos de crise ou alta da inflação. Antigamente, isso significava comprar barras físicas do metal e guardá-las, mas hoje você pode investir em ouro de forma prática através de uma corretora de valores.

Por que investir em ouro?

O ouro é considerado um dos investimentos mais tradicionais e resilientes do mercado. Antes de falarmos das formas de investir, vale entender as vantagens de ter ouro na carteira:

  • Proteção contra inflação e crises: O ouro funciona historicamente como um porto seguro. Em momentos de crise econômica ou alta inflação, a demanda pelo ouro costuma aumentar, elevando seu preço. Ele serve de hedge (proteção) quando outros investimentos caem.
  • Reserva de valor de longo prazo: Por ser um recurso natural escasso e que não pode ser fabricado, o ouro tende a manter seu valor ao longo do tempo. Diferentemente de moedas que podem ser emitidas pelos bancos centrais, uma barra de ouro continuará valendo de acordo com seu peso e pureza, mesmo após décadas.
  • Diversificação do portfólio: O ouro tem baixa correlação com ativos como ações e títulos. Isso significa que ele não sobe ou desce necessariamente junto com a Bolsa. Incluir ouro na sua carteira ajuda a deixá-la mais equilibrada, reduzindo riscos concentrados em um só mercado.
  • Alta liquidez internacional: O ouro é um ativo aceito mundialmente. Os investimentos em ouro feitos via corretora podem ser facilmente convertidos em dinheiro. Mesmo o ouro físico é amplamente negociado no mundo todo, embora com menos praticidade.

Em resumo, ter uma parcela do patrimônio em ouro pode trazer estabilidade e proteção. Muitos especialistas recomendam alocar em torno de 5% a 10% da carteira em ouro para aproveitar esses benefícios, dependendo do seu perfil de investidor.

👉 Ouro em Alta: Por que Está Subindo e Como Aproveitar

Prós de investir em ouro

  • Valor de refúgio: Em períodos de incerteza econômica, o ouro tende a manter ou aumentar seu valor devido à confiança histórica no metal como proteção contra crises.
  • Estabilidade: o ouro possui um valor intrínseco reconhecido mundialmente.
  • Diversificação: Investir uma parte do patrimônio em ouro melhora a diversificação da carteira.
  • Alta demanda em crises: quanto maior a incerteza econômica global, mais investidores buscam ouro.

Contras de investir em ouro

  • Custo de oportunidade: Investir em ouro pode significar perder oportunidades de ganhos maiores em outros investimentos durante ciclos econômicos expansivos, quando ações e renda variável sobem.
  • Deflação: O ouro é mais eficiente como proteção em períodos inflacionários.
  • Custos de armazenamento: Ouro físico possui custos adicionais com segurança e custódia.
  • Não gera fluxo de caixa: Diferentemente de imóveis e ações, o ouro não distribui dividendos ou aluguéis.

Formas de investir em ouro através de uma corretora

Hoje não é mais preciso comprar ouro e guardá-lo em casa para investir no metal. As corretoras de valores oferecem vários produtos financeiros lastreados em ouro, permitindo que qualquer pessoa invista de forma simples pela internet. Conheça as principais maneiras de investir em ouro via corretora:

ETFs para investir em ouro

Uma das maneiras mais práticas e populares de investir em ouro na Bolsa brasileira (B3) é por meio dos ETFs (Exchange Traded Funds). Os ETFs são fundos de índice negociados como ações, permitindo que o investidor tenha exposição ao desempenho do ouro e outros ativos de maneira simples, rápida e acessível.

👉 Investindo em ETFs de ouro no Brasil: estratégias e dicas

CódigoComposição PrincipalFoco do ETFPerfil de InvestidorTaxa de AdministraçãoNegociação na B3
GOLD11Ouro físico internacionalProteção e reserva de valorConservador a moderado~0,30% a.a.Sim
BTGD1180% ouro, 20% bitcoinReserva de valor + criptoModerado a arrojado~0,50% a.a.Sim
MATB11Empresas de materiais básicosExposição a commoditiesModerado~0,60% a.a.Sim
IVVB11Ações do S&P 500 (em dólar)Exposição internacional amplaModerado a arrojado~0,23% a.a.Sim
SPXI11Índice S&P 500 (em reais)Ações americanas em reaisModerado~0,21% a.a.Sim

ETF de ouro (GOLD11)

O ETF mais conhecido e direto para investir em ouro é o GOLD11. Esse fundo replica o preço do ouro no mercado internacional, seguindo o desempenho do iShares Gold Trust (IAU), um fundo global lastreado diretamente em ouro físico.

Com taxa de administração em torno de 0,30% ao ano, é uma opção bastante acessível, com cotas negociadas em reais e lote mínimo de apenas uma cota. Muitas corretoras brasileiras, como a Toro Investimentos, oferecem taxa zero de corretagem para esse ETF, tornando-o uma excelente alternativa para investidores iniciantes que buscam proteção e diversificação com baixo custo.

ETF híbrido: ouro e bitcoin (BTGD11)

Para investidores que desejam exposição ao ouro, mas também buscam participar do potencial de valorização das criptomoedas, o ETF BTGD11 pode ser uma alternativa interessante. Este fundo híbrido investe aproximadamente 80% do patrimônio em ouro e 20% em bitcoin, oferecendo ao investidor exposição simultânea a dois ativos considerados reservas de valor em cenários econômicos distintos.

Outros ETFs relacionados a commodities e ativos internacionais

Além dos ETFs especificamente focados no ouro, existem opções que oferecem exposição diversificada a commodities ou metais preciosos em geral, como prata e cobre, além de ETFs internacionais.

Exemplos são os fundos como o SPXI11 (que replica o índice americano S&P 500), o IVVB11 (exposição ao mercado americano em dólares) e ETFs ligados a commodities em geral, como o MATB11, que investe em empresas ligadas à produção de materiais básicos.

Fundos de investimento em ouro

Diversas corretoras disponibilizam fundos de investimento focados em ouro ou em commodities. Geralmente são fundos multimercado que aplicam em contratos de ouro ou em derivativos atrelados ao metal, podendo ter ou não proteção cambial (dólar).

👉 Melhores fundos de investimento para investir em ouro

A vantagem de investir via fundos é contar com gestão profissional, um gestor monta a estratégia e faz a manutenção da posição em ouro para você. Com valores mínimos relativamente acessíveis (alguns fundos permitem aplicação inicial em torno de R$ 1000 ou menos), os fundos de ouro facilitam a vida de quem prefere não operar diretamente na Bolsa.

Em troca, há a taxa de administração (que costuma variar, por exemplo, de ~0,5% até 1,5% a.a., dependendo do fundo). As cotas desses fundos podem ser adquiridas pela plataforma da corretora, semelhante à aplicação em outros fundos.

Ações de mineradoras e BDRs de ouro

Outra maneira de se expor ao ouro indiretamente é investindo em empresas ligadas ao metal. Por exemplo, você pode comprar ações de mineradoras de ouro listadas no exterior por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na B3. Um exemplo é o BDR AURA33, da Aura Minerals (uma mineradora de ouro canadense).

Ao adquirir esse BDR, você está virando sócio de uma mineradora; se o preço do ouro sobe, espera-se que a empresa lucre mais e suas ações valorizem. Outra opção é o BDR BIAU39, que representa cotas do mesmo fundo IAU (de ouro) citado acima, funcionando como um espelho do ETF internacional. Investir via BDRs traz a vantagem de dolarizar parte do investimento, mas vale lembrar que BDRs podem ter menor liquidez que o ETF nacional.

Contratos de ouro na Bolsa (futuros)

Para investidores mais experientes ou que desejam operar ativamente, existe a possibilidade de investir em ouro via mercado futuro na Bolsa. Os contratos futuros de ouro são negociados na B3 através de códigos específicos e representam um certo lote de ouro a um preço de mercado para liquidação futura.

Por exemplo, o contrato padrão OZ1D equivale a 250 gramas de ouro fino; já existem minicontratos menores, como de 10 gramas. A negociação é semelhante à de mini contratos de dólar ou índice.

Uma característica importante é que é possível escolher liquidar esses contratos financeiramente (recebendo a diferença em dinheiro) ou até fisicamente, solicitando a entrega do ouro custodidado pela Bolsa, caso você mantenha o contrato até o vencimento e queira as barras (embora isso não seja comum).

Compra de ouro físico via corretora ou banco

Para quem busca a posse direta do ouro, a compra física ainda é uma alternativa viável no Brasil, embora menos comum entre investidores iniciantes. Esse tipo de investimento pode ser feito através de corretoras especializadas ou bancos autorizados, como o Banco do Brasil, que atuam como Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs).

Como funciona a compra de ouro físico

  1. Escolha de uma instituição autorizada: A compra deve ser feita por meio de instituições registradas junto ao Banco Central e à CVM. Bancos como o Banco do Brasil e corretoras especializadas oferecem essa opção.
  2. Tipos de ouro disponíveis: O ouro físico é negociado na forma de barras ou lâminas padronizadas (ex: 10g, 100g, 250g). No Brasil, o padrão de pureza aceito é de 99,99%, classificado como "ouro fino".
  3. Formas de custódia: O investidor pode optar por:
    • Custódia na própria instituição: O ouro fica armazenado em segurança na corretora ou banco, com cobrança de uma taxa mensal de custódia (geralmente entre 0,05% e 0,10% ao mês sobre o valor guardado).
    • Retirada física: Algumas instituições permitem a retirada do ouro, o que exige cuidados logísticos e de segurança por parte do investidor.
  4. Liquidez e revenda: A liquidez do ouro físico é menor do que a dos produtos financeiros como ETFs. Para vender, o investidor deve procurar a própria instituição onde comprou ou revendedores autorizados. A recompra pode ter spreads.
  5. Tributação: A venda com lucro de ouro físico está sujeita à cobrança de Imposto de Renda (15% sobre o ganho de capital), com necessidade de apuração manual por parte do investidor.

Para quem é indicado

A compra de ouro físico é mais adequada para investidores que:

  • Desejam possuir o ativo fisicamente por razões patrimoniais ou estratégicas.
  • Buscam diversificação fora do sistema financeiro tradicional.
  • Estão dispostos a arcar com os custos logísticos e de custódia.

Embora menos prática, a compra de ouro físico continua sendo uma forma legítima de proteção patrimonial. No entanto, para a maioria dos investidores brasileiros, os ETFs e fundos seguem como alternativas mais simples, seguras e acessíveis para se expor ao ouro.

É lucrativo investir em ouro?

A lucratividade de investir em ouro depende, principalmente, do objetivo e do horizonte de tempo do investidor. O ouro não é um ativo voltado à geração de renda recorrente, como dividendos de ações ou aluguéis de imóveis, mas sim um instrumento de preservação de valor e proteção contra crises.

Historicamente, o ouro apresenta bons desempenhos em cenários de instabilidade econômica, inflação elevada ou tensões geopolíticas. Nesses momentos, a demanda pelo metal cresce, fazendo com que seu preço aumente. No entanto, em períodos de crescimento econômico e mercados em alta, o desempenho do ouro pode ser inferior ao de outros ativos de risco.

Investidores que incluíram ouro em suas carteiras como parte de uma estratégia de diversificação conseguiram, ao longo do tempo, melhorar o equilíbrio entre risco e retorno. Dessa forma, mesmo que o ouro não seja o ativo mais rentável isoladamente, ele pode contribuir positivamente para a rentabilidade global da carteira.

Portanto, investir em ouro pode sim ser lucrativo, desde que alinhado com um bom planejamento, objetivos de longo prazo e uma alocação equilibrada dentro do portfólio. Seu papel como proteção e diversificação é o que o torna valioso e, em certos ciclos de mercado, também bastante rentável.

Publicidade
Artigos relacionados