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Se você chegou até aqui é porque está interessado em conhecer o investimento por dividendos. Uma estratégia de investimento centenária que continua em plena forma. Neste guia para iniciantes você terá uma ideia mais clara do que é o investimento por dividendos.
Mas, o que são exatamente os dividendos? Quando comprar as ações para receber o dividendo? Posso receber o dividendo e depois vender? Quais direitos eu tenho como acionista? Aqui reunimos algumas das dúvidas mais frequentes, esperamos que sejam úteis para você!
A estratégia de investimento por dividendos consiste em investir em ações de empresas que distribuem dividendos periodicamente, sem comprometer o negócio, para gerar uma renda sem depender apenas da valorização das ações.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada define dividendo como:
Dito de outra forma, o dividendo é uma parte do lucro da empresa que é distribuído aos investidores ou acionistas de uma empresa que cotiza em bolsa. É uma espécie de remuneração por ser “dono” da empresa.
O objetivo de toda empresa é maximizar os lucros que gera, e pode fazer isso de diferentes maneiras:
O fato de a empresa querer retribuir ao acionista por meio de dividendos se deve a três razões principais que se retroalimentam mutuamente:
Tanto o valor quanto a data do dividendo precisam ser aprovados na Assembleia Geral de Acionistas, a proposta do Conselho de Administração. No Brasil, o pagamento do dividendo geralmente é feito uma vez por ano, enquanto nos EUA geralmente é a cada 3 meses e na Europa, o pagamento do dividendo geralmente é feito uma ou duas vezes por ano.
A empresa tem duas maneiras de pagar o dividendo:
Focado no pagamento em dinheiro, existem dois tipos de dividendos:
Isso depende da empresa: existem empresas que distribuem dividendos apenas uma vez por ano, outras que o fazem a cada trimestre. A maioria das empresas brasileiras anuncia com antecedência o dia exato do pagamento dos dividendos, e para saber basta acessar a página da B3 (Brasil Bolsa Balcão).
Todos os acionistas que mantêm as ações na data predeterminada poderão receber o dividendo. Para isso, existem quatro datas-chave na cobrança do dividendo:
Uma ação é uma parte do capital de uma empresa, o que confere ao acionista dois tipos de direitos:
Não há mínimo, economicamente falando; quando você possuir uma ação, terá direito ao recebimento dos dividendos que essa ação gerar. Outra coisa totalmente diferente são os direitos políticos, pois pode haver um mínimo de ações necessárias para participar de uma assembleia. Quando estas são provenientes de aumentos não é uma remuneração: se não participar, a porcentagem que se tinha da empresa antes do aumento diminui.
Para investir em dividendos é necessário conhecer minimamente alguns conceitos financeiros para poder determinar se a empresa na qual se vai investir é uma boa opção. Assim, dois parâmetros fundamentais são o retorno sobre o dividendo e o Payout.
E chegamos a um dos pontos mais importantes deste guia definitivo. Como posso começar a investir em dividendos de forma prática?
Bem, quando se fala sobre o investimento em dividendos sempre se associa à criação de uma carteira de ações individuais por parte do investidor.
Isso vem do fato de que a estratégia de investir em dividendos é centenária e é porque a única maneira de investir, independentemente da estratégia, era comprando ações individualmente. Mas hoje em dia a indústria financeira evoluiu e oferece outras alternativas. Vamos vê-las!
É o veículo de investimento por excelência dentro do investimento em dividendos. Neste caso, é o próprio investidor que compra ações de empresas que distribuem dividendos através de um único intermediário, a corretora.
Sua grande vantagem reside no fato de que o investidor é quem tem 100% de controle sobre a gestão da carteira. Ou seja, decide sobre:
No entanto, para realizar toda essa gestão, o investidor precisa ter conhecimentos de contabilidade e tempo, para poder analisar as empresas e determinar a viabilidade do dividendo. Além disso, deve possuir uma forte psicologia para enfrentar as oscilações do mercado de ações.
E justamente por isso, e pensando naqueles que não podem ou não querem criar um portfólio de investimentos selecionando eles mesmos as empresas, a indústria financeira oferece outras alternativas.
No imenso mundo dos fundos de investimento existem fundos adaptados ao perfil do investidor em dividendos, são os fundos de investimento em dividendos.
A forma de proceder desses fundos é a seguinte:
Exemplos de fundos de dividendos:
A desvantagem de usar fundos é que a rentabilidade é um pouco menor devido às comissões e pode ser difícil encontrar um fundo adequado ao perfil do investidor.
Existe uma terceira opção: os ETFs, também conhecidos como ETFs que pagam dividendos. Um ETF permite ter uma carteira de empresas a um custo baixo com maior facilidade de negociação em comparação com fundos tradicionais.
Exemplos de ETFs de dividendos:
Mais desconhecidos, os Closed End Funds (CEFs) são uma excelente alternativa para obter dividendos com alta rentabilidade (8-10%). Mas têm maior volatilidade e, em geral, taxas mais altas.
Um CEF é um fundo fechado, com um número limitado de ações, negociadas no mercado secundário. A gestão é ativa, e o fundo pode conter ações, títulos, caixa ou até criptomoedas.
Distribuições podem vir de:
CEFs reconhecidos:
Foco em empresas que aumentam seus dividendos ano após ano, gerando uma renda crescente e estável ao longo do tempo.
Embora o guia esteja focado no investimento em dividendos selecionando diretamente as empresas, existem outras maneiras de investir em dividendos:
Praticamente todos os índices são ex-dividendos, o que significa que o dividendo é descontado do preço da ação no dia em que é distribuído, pois esse dinheiro já não pertence à empresa e, portanto, não deve fazer parte de sua capitalização. Vamos dar um exemplo: uma empresa distribui dividendos no dia 19, fecha no dia 18 a R$ 12,20 e distribui um dividendo de R$ 0,20 por ação; no dia seguinte, abrirá com uma redução de R$ 0,20 no preço das ações, se não houver mudanças, no dia 19 abrirá a R$ 12,00.
Por este motivo, não é muito eficaz a estratégia de alguns investidores de comprar as ações alguns dias antes e vender no dia da distribuição, pois essa estratégia não traz rentabilidade extra.
Aunque os dividendos sejam isentos de tributação, o contribuinte precisa informar à Receita os proventos das empresas em que investe. Para declarar dividendos de ações no Imposto de Renda, deve acessar a ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” e selecionar o campo “09 – Lucros e dividendos recebidos”. Depois, é necessário clicar em “Novo” e informar se é o titular ou dependente, o CNPJ e a razão social da empresa que pagou os dividendos (fonte pagadora), assim como o valor recebido. Esse processo deve ser repetido para cada ação que o contribuinte tenha na carteira.
Como todo investimento tem seus prós e contras. Por isso, vamos detalhar na tabela a seguir as vantagens e desvantagens de investir em empresas com dividendos:
Investir em produtos financeiros implica um certo nível de risco.