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Qual é o melhor ETF para investir em petróleo?

petróleo

Investir em petróleo deixou de ser algo restrito a grandes instituições. Hoje, qualquer investidor pode ter exposição a esta commodity por meio de ETFs de petróleo listados na B3, ETFs internacionais nos EUA e até ETNs especializados.

Como investir em ETFs de petróleo: guia rápido e estratégico

Investir em ETFs de petróleo vai além de simplesmente comprar cotas na corretora. Um investidor preparado considera não apenas qual fundo escolher, mas também o momento do ciclo do petróleo, os riscos estruturais e o papel desse ativo na sua carteira.

1. Entenda a sua motivação

Quer proteger-se contra inflação? Apostar numa recuperação pós-crise? Aproveitar um cenário de alta demanda energética? Cada objetivo exige um tipo diferente de ETF (spot, futuros de curto prazo, longo prazo, alavancados, etc.).

2. Escolha o tipo de exposição

  • ETFs de contratos futuros (ex.: USO, BNO): mais próximos do preço diário do petróleo, mas sujeitos ao impacto do contango.
  • ETFs de petróleo diversificados (ex.: DBO, USL): diluem o risco temporal distribuindo contratos de diferentes vencimentos.
  • ETNs de petróleo: replicam índices com menos erro de rastreamento, mas adicionam risco de contraparte.

3. Conecte-se ao mercado certo

  • Na B3: opções mais limitadas e, em geral, indiretas.
  • Nos EUA: maior diversidade, inclusive ETFs alavancados e inversos, acessíveis via corretoras internacionais.

4. Defina sua estratégia de entrada e saída

O petróleo é sensível a geopolítica, estoques e decisões da OPEP. Use indicadores como o spread Brent-WTI ou relatórios semanais de estoques da EIA para guiar movimentos.

👉 Petróleo Brent Futuros e CFDs: Como negociar e investir?

Investidores institucionais combinam ETFs de petróleo com ativos descorrelacionados (como ouro ou títulos públicos) para suavizar a volatilidade da carteira, algo que também pode ser replicado no varejo.

Melhores ETFs de petróleo

Os ETFs de petróleo funcionam como qualquer outro produto que cotiza na bolsa: seguindo um índice subjacente. Outra forma de investir em petróleo é através de ETNs, que mais do que fundos, são instrumentos de dívida sênior não garantidos emitidos por uma instituição financeira que se compromete a pagar aos investidores a rentabilidade de um fundo vinculado a um índice.

Se os preços do petróleo estiverem em contango, os fundos devem desenvolver estratégias para manter os contratos atualizados continuamente, assumindo custos maiores.

Fundo de Petróleo dos Estados UnidosUSOETFWTIContrato do mês corrente (rolagem frequente)Replicar movimentos de curto prazo do WTIRisco de contango elevadoTático/curto prazo
Fundo de Petróleo Brent dos Estados UnidosBNOETFBrentContrato do mês correnteExposição direta ao BrentContango elevadoTático/curto prazo, quem segue Brent
Fundo de Petróleo DBDBOETFWTIRolagem otimizada (busca o melhor vencimento)Mitigar contango sem perder rastreioMédio prazo
ETN Índice de Retorno Total de Petróleo GSCI S&POILETNWTI + T-BillsReplica índice (inclui caixa em T-Bills)Rastreio “limpo” do índiceContraparte do emissorQuem prioriza tracking
Petróleo dos Estados Unidos 12 MesesUSLETFWTI12 vencimentos simultâneosSuavizar impacto de contangoLongo prazo/carregamento
ETN Beta Puro de PetróleoOLEMETNWTIRolagem dinâmica (contrato mais eficiente)Reduzir custos de rolagemContraparteMédio a longo prazo
ETN de Longo Prazo de Petróleo DBOLOETNWTI + T-BillsÍndice com caixa em T-BillsExposição de prazo mais longoContraparteDiversificação da curva
ETN de Contango de Futuros de Petróleo E TRACSOILZETNWTIShort contratos próximos / Long distantesCombater contango ativamenteContraparte + complexidadeEstratégias específicas/hedge
Fundo de Petróleo WTICRUDETFWTIMulticontratos simultâneosDiversificar ao longo da curvaTático a médio prazo
ETN de Tendência de PetróleoTWTIETNWTI ou T-Bills (sinal de tendência)Sistema de média móvelCapturar tendências e evitar quedasContraparteSistêmico/regras claras

Como escolher ETFs de petróleo (em 5 decisões rápidas)

  1. WTI ou Brent? Se acompanha o mercado americano, vá de WTI (USO, DBO, USL). Se sua referência é internacional/refino europeu, considere Brent (BNO).
  2. Horizonte de investimento:
    • Curto prazo/trade tático: USO (WTI) ou BNO (Brent).
    • Médio/Longo prazo (carregar posição): USL (12 meses) ou DBO (rolagem otimizada).
  3. Sensibilidade ao contango:
    • Se quer mitigar contango, prefira USL, DBO, CRUD ou estruturas anti-contango como OILZ.
    • Se aceita o risco em troca de maior aderência ao spot, USO/BNO.
  4. Risco de contraparte (ETN) vs. simplicidade (ETF):
    • Se evita risco de emissor, fique nos ETFs.
    • Se prioriza tracking/metodologias específicas e entende o risco, ETNs (OIL, OLEM, OLO, OILZ, TWTI).
  5. Estilo de gestão:
    • Quer um modelo com regras para seguir tendência e reduzir drawdowns? TWTI.
    • Quer exposição bruta ao petróleo? USO/BNO.
    • Quer eficiência de rolagem sem complicar? DBO/USL.

ETFs de petróleo: fatores que impactam seus investimentos

Ao considerar um possível investimento em ETFs de petróleo, há vários fatores a serem considerados e entendidos pelos investidores:

  1. Estratégia de exposição: existem diferentes opções para se expor ao petróleo, através de ETFs que se baseiam em contratos de futuros, com ETFs que mantêm reservas de petróleo... é muito importante definir qual tipo de exposição se deseja ter.
  2. Impacto do contango: os investidores devem compreender que os ETFs de petróleo podem ser afetados por contango ou por backwardation; a inclinação da curva de futuros terá um impacto importante na rentabilidade do ETF.
  3. ETF vs ETN: quando se trata de investir em petróleo, a escolha da estrutura é uma questão significativa. A escolha entre ETF ou ETN pode afetar a tributação, a carga administrativa e os retornos. Alguns investidores são reticentes a usar ETNs, mas neste caso podem ser uma boa opção.
  4. Duração: a natureza dos contratos de futuros subjacentes pode ter um impacto importante nos retornos do fundo. Existem ETFs que compram apenas o primeiro vencimento, enquanto outros estão expostos a diferentes vencimentos, muitas vezes jogando no spread.
  5. Brent vs WTI: embora a maioria dos investidores esteja familiarizada com o West Texas Intermediate, o Brent é talvez o contrato de petróleo mais relevante. O petróleo Brent é acessível através do BNO.

ETFs de petróleo inversos e alavancados

No mercado de commodities há uma grande variedade de opções para os investidores que procuram obter uma exposição alavancada ou inversa aos preços do petróleo via ETFs. Estes são alguns dos ETFs inversos e alavancados para o petróleo:

DNOUnited States Short Oil FundSim-100%
SZODB Crude Oil Short ETNSim-200%
UCOUltra DJ-UBS Crude OilNão200%
SCOUltraShort DJ-UBS Crude OilSim-200%
DTODB Crude Oil Double Short ETNSim-200%
DWTI3x Inverse Crude ETNSim-300%
UWTI3x Long Crude ETNNão300%
FOL2x Oil Bull/S&P 500 BearNão200%

Os ETFs inversos e alavancados podem ser muito perigosos, por isso é recomendado ao investidor acompanhar de perto e colocar ordens de stop-loss.

ETF de petróleo indiretos

Os ETFs que descrevemos anteriormente, investem diretamente no petróleo via contratos de futuros. Existem algumas desvantagens para a investimento direto em petróleo através de ETFs, pois não sempre acompanham de perto os preços à vista e pode haver discrepâncias significativas entre o desempenho de um índice de contratos de futuros e o preço spot do ativo subjacente. Além disso, em certos ambientes, os preços das commodities costumam ser extremamente voláteis, tornando-os inadequados para alguns investidores.

Aqueles inversores que desejam se beneficiar dos aumentos nos preços do petróleo sem ter que investir em commodities, têm uma ampla variedade de ETFs de energia com alocações para empresas dedicadas à produção e distribuição de petróleo, como por exemplo Exxon Mobil, Chevron, ConocoPhillips, e para fornecedores de perfuração e outros serviços à indústria de energia tais como Schlumberger.

XLEEnergy Select Sector SPDR0,18%
VDEEnergy ETF0,19%
XOPSPDR S&P Oil & Gas Exploration & Production0,35%
IEODow Jones U.S. Oil & Gas Exploration & Production Index Fund0,48%
PXEDynamic Energy E&P0,60%
WCATTR/J CRB Wildcatters Exploration & Production Equity ETF0,65%
UNGUnited States Natural Gas Fund LP0,60%
UHNUnited States Heating Oil Fund LP0,60%

ETFs de petróleo na B3 e no Brasil: oportunidades e limitações reais

Muitos investidores iniciantes acreditam que encontrar um ETF de petróleo na B3 é tão simples quanto buscar “PETR” na plataforma da corretora, mas o cenário é mais restrito do que parece.

O que existe na B3 hoje

  • Exposição indireta: ações como PETR4 (Petrobras) e RRRP3 (3R Petroleum) reagem aos preços do petróleo, mas trazem riscos corporativos e políticos próprios.
  • ETFs setoriais: fundos que seguem índices de energia ou commodities, como o iShares Energy (via BDR), incluindo empresas globais de exploração e refino.

Como acessar ETFs internacionais

  • Via BDRs de ETFs: negociados em reais, mas espelhando ETFs listados nos EUA.
  • Via corretoras internacionais: permite operar fundos como USO, BNO, DBO ou mesmo alavancados como UCO e SCO.

A ausência de ETFs puros de petróleo na B3 pode parecer um obstáculo, mas também abre espaço para estratégias híbridas: combinar ETFs de energia global com empresas brasileiras do setor, criando uma exposição mais completa e geograficamente balanceada.

Alguns gestores brasileiros já usam essa abordagem, compondo portfólios que mesclam ativos dolarizados (via ETFs externos) com produtores nacionais para capturar ciclos positivos no câmbio e no petróleo ao mesmo tempo.

Melhor ETF de commodities para quem quer exposição ao petróleo sem perder equilíbrio

Para quem acredita no potencial do petróleo, mas entende que concentração demais aumenta o risco, os ETFs de commodities amplas oferecem um caminho inteligente: manter a commodity no radar enquanto se apoia em um cesto diversificado de ativos.

Por que considerar essa abordagem?

  • Resiliência: quedas acentuadas do petróleo podem ser compensadas por altas em outras commodities, como ouro ou cobre.
  • Proteção inflacionária ampla: a inflação não afeta apenas a energia; metais e grãos também respondem a esse cenário.
  • Ciclos diferentes: enquanto o petróleo sofre com decisões da OPEP ou tensões no Oriente Médio, commodities agrícolas seguem sua própria lógica climática e de demanda.

Um investidor que tivesse aplicado em 2020 apenas no USO teria sofrido perdas históricas. Já quem investiu em um ETF amplo de commodities (como o DBC) viu a queda do petróleo ser parcialmente neutralizada pela alta de metais preciosos.

Para investidores institucionais, esse tipo de diversificação não é “moda”, é gestão de risco pura, e pode ser adaptada ao investidor de varejo.

Impacto do contango nos ETFs e ETNs

O contango é um dos fatores mais críticos que podem corroer a rentabilidade de um ETF de petróleo ao longo do tempo. Por definição, contango ocorre quando os contratos futuros de vencimentos mais longos são mais caros que os contratos de curto prazo. Isso cria uma inclinação ascendente na curva de preços futuros e obriga o fundo a “rolar” posições, vendendo contratos mais baratos e comprando contratos mais caros, um processo que reduz o retorno líquido.

A principal causa por trás do contango são custos de armazenamento e seguro. Guardar barris de petróleo bruto ou gás natural não é barato, e esses custos acabam embutidos no preço dos contratos mais longos. O gráfico abaixo mostra um caso clássico:

  • Linha amarela (Spot): evolução do preço à vista do petróleo.
  • Linha azul (USO): desempenho do ETF United States Oil Fund, que compra contratos futuros de WTI de curto prazo.

Mesmo com o petróleo subindo cerca de 100% no período, o USO acumulou perdas próximas a 50% devido ao efeito do contango, que “comeu” parte da rentabilidade.

inclinação da curva de futuros

O que o investidor pode fazer?

  • Definir horizonte de investimento: ETFs expostos ao contango são mais adequados para estratégias de curto prazo e não para carregamento longo.
  • Escolher ETFs com rolagem otimizada (como o DBO) ou com contratos mais distribuídos no tempo (como o USL) para reduzir o impacto.
  • Monitorar a curva de futuros: quando está em backwardation, o custo de rolagem tende a ser menor ou até positivo.

Marco regulatório dos ETFs de petróleo

O tamanho de alguns ETFs de petróleo cresceu demais nos últimos anos, facilitando o comportamento especulativo e contribuindo para a volatilidade do mercado de commodities; como aconteceu com os contratos de futuros de gás natural do ETF UNG.

As autoridades reguladoras alertaram para esta situação e estão desenhando um marco regulatório que tenha impacto em todas as matérias-primas negociadas que usam contratos de futuros para acompanhar os preços. O cenário mais provável é a aplicação de limites às posições que proíbem a um único fundo de possuir mais de um determinado número de contratos. Dependendo de um limiar determinado, isso pode impedir que os fundos de matérias-primas se expandam demais, e até mesmo pode obrigar alguns a reduzir suas posições.

Fatores que movem o preço dos ETFs de petróleo

No curto prazo, é impossível prever as variações de preço dos ETFs de petróleo devido à presença de especuladores nos mercados, o impacto das notícias atuais... pois isso significa uma volatilidade significativa na cotação do ETF. No entanto, no longo prazo, os fatores que afetam os preços dos ETFs de petróleo são os seguintes:

  • Níveis de produção da OPEP: as aplicações subjacentes dos ETFs estarão expostas às decisões do cartel da OPEP em relação aos preços do petróleo e aos níveis de produção.
  • Produção de energia alternativa: a demanda por petróleo cru e gás natural dependerá, no futuro, do desenvolvimento das indústrias de energia alternativa. Se a energia solar e a energia eólica se tornarem fontes viáveis de energia limpa e renovável, a demanda por petróleo pode diminuir, afetando assim o preço do petróleo.
  • Tensões geopolíticas: grande parte das reservas mundiais de petróleo estão localizadas no Golfo Pérsico, portanto, o nível da produção mundial depende em grande parte da estabilidade desta região. Em caso de interrupções na produção de petróleo cru, as operações das empresas do setor de energia podem ser afetadas.
  • Desastres naturais: os desastres naturais, especialmente os furacões, podem ter um grande impacto nos preços do petróleo e do gás natural.
  • Baixas comissões de trading.
  • Ampla gama de produtos.
  • Juros de até 4,83% em contas em USD e 3,49% em euros.
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Investir em produtos financeiros implica um certo nível de risco.

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