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CRI e CRA: alta rentabilidade e isenção de impostos

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Em tempos de altas históricas das taxas de juro e investimentos menos agressivos, o investimento em títulos de renda fixa pode ser a chave para alcançar bons resultados financeiros em 2025. Nesse contexto, os títulos de CRI e CRA são uma ótima opção para quem busca ativos de renda fixa com elevados retornos.

O que são CRI e CRA?

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos de renda fixa que normalmente remuneram acima da média e atraem muitos investidores brasileiros.

Estes ativos são emitidos por securitizadoras, isto é, empresas privadas que convertem dívidas em títulos financeiros, e estão respaldados por operações de crédito dos setores imobiliário e agrícola.

Diferenças entre o CRI e o CRA

A principal distinção entre os CRIs e CRAs está na origem dos recebíveis securitizados. Os CRIs são lastreados em créditos do setor imobiliário, como financiamentos para imóveis residenciais e comerciais, empréstimos para construção e contratos de aluguel de longo prazo. Por outro lado, os CRAs têm como garantia créditos vinculados ao agronegócio, abrangendo financiamentos para produção, comercialização, processamento ou industrialização de produtos, materiais e maquinários agrícolas.

Remuneração dos títulos

Os títulos mencionados são de renda fixa e seguem o modelo tradicional. Há três tipos de remuneração:

  1. Remuneração prefixada: desde o momento da aquisição do certificado, o investidor já conhece a taxa de juros que receberá ao longo do período. Dessa forma, é viável calcular com precisão o retorno financeiro em reais até a data de vencimento do ativo.
  2. Remuneração pós-fixada: o retorno é atrelado a um indicador que serve de referência. Normalmente, são utilizados o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, taxa que acompanha a Selic) e a Taxa Selic (taxa de juros diretora da economia). Portanto, o retorno não é totalmente previsível e acompanha as variações nas taxas de juros atreladas.

    Em um momento de alta histórica da Selic (e, por consequência, do CDI), é uma ótima opção a se considerar. A remuneração é escrita em porcentagem da Selic ou CDI (exemplo: CRA remunera 95% da Selic ou 120% do CDI) ou em spread, como exemplo, CDI +1% ao ano.
  3. Remuneração vinculada à inflação: esses certificados possuem uma parte da rentabilidade fixa e outra variável. A porção fixa garante uma taxa mínima de juros, como 4% ou 5% ao ano. Já a parte variável acompanha a oscilação da inflação, geralmente medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ou pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado). Dessa forma, o retorno é medido em IPCA (ou IGP-M) + X%

Características gerais:

  • Liquidez: reduzida. São investimentos com vencimento a longo prazo (de pelo menos dois anos). Caso o investidor deseje se desfazer dos títulos, pode vender no mercado secundário. No entanto, ainda pode encontrar dificuldades, pois outros títulos são emitidos em maior quantidade.
  • Investimento mínimo: não há. Podem ser encontrados por menos de R$1 mil
  • Volume de transações: reduzido. Em 2019, o volume de debêntures emitidos atingiu R$173 bilhões, enquanto as notas promissórias (título cambiário) somaram R$35 bilhões. Em contraste, as emissões de CRIs ficaram abaixo de R$16 bilhões, e as de CRAs chegaram a aproximadamente R$14 bilhões.

Taxação do CRI e CRA - Isenção de IR

O maior benefício percebido destes ativos de renda fixa é o fato de serem isentos de Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de tal modo que a rentabilidade é já líquida. Somado a isso, normalmente não se cobram muitas taxas administrativas pela aquisição e gerenciamento desses títulos. 

Vantagens e Desvantagens do CRI e CRA

A seguir, uma lista de vantagens e desvantagens do CRI e CRA:

Vantagens

  • Alta rentabilidade: CRIs e CRAs costumam oferecer retornos superiores a outras opções tradicionais de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto.
  • Isenção de Imposto de Renda: por serem isentos de IR para pessoas físicas, toda a rentabilidade recebida já é líquida, sem descontos fiscais, o que torna o título muito atrativo.

Desvantagens

  • Baixa liquidez: caso o investidor precise resgatar o dinheiro antes do vencimento, pode encontrar dificuldades para vender o papel no mercado secundário.
  • Ausência de proteção do FGC: diferente de outras aplicações de renda fixa, CRIs e CRAs não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que pode representar um maior risco.

    Lembrando que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma entidade que protege investidores em algumas aplicações de renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs. Ele funciona como um seguro, garantindo a devolução do dinheiro investido (até um limite de R$250 mil por instituição e R$1 milhão por CPF a cada quatro anos) caso a instituição emissora quebre ou deixe de pagar os investidores.

Dessa forma, no caso dos CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), essa proteção não existe. Isso significa que, se a empresa emissora tiver problemas financeiros e não honrar os pagamentos, o investidor pode perder parte ou até mesmo todo o capital investido.

Esse risco é compensado, em parte, pelo fato de os CRIs e CRAs geralmente oferecerem retornos mais altos do que investimentos garantidos pelo FGC. No entanto, é essencial que o investidor analise bem a qualidade dos ativos e a solidez da instituição emissora antes de aplicar seu dinheiro nestes produtos.

Portanto, estes ativos são ótimos para investidores com um horizonte temporal mais alargado e que buscam remunerações acima da média e isentos de impostos. Contudo, por se tratar de um ativo não coberto pelo FGC e que depende da credibilidade e capacidade de pagamento do emissor, é estratégico constituir uma fração não tão elevada da carteira, caso o perfil do investidor seja menos agressivo. Ao analisar corretamente a instituição emissora e diversificar otimamente o portfólio, é possível auferir bons resultados no investimento em CRI e CRA, sobretudo em tempos de alta da Selic.

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