Renda Fixa
Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) ainda não são tão populares entre os investidores brasileiros quanto ações, títulos públicos ou CDBs. No entanto, vêm ganhando espaço. Em Dezembro de 2024, o estoque de COEs chegou ao valor de R$83,5 bilhões, com uma média de 1.092 operações diárias registradas na B3, registrando um aumento de 16% face ao ano de 2023. São a versão brasileira das “structured notes”, ou seja, notas estruturadas, produto muito negociado no mercado americano e europeu.
Mesmo sendo considerados produtos complexos, os COEs têm sido cada vez mais oferecidos por bancos e plataformas, especialmente para investidores iniciantes ou em busca de diversificação.
Um COE é uma aplicação estruturada que combina características da renda fixa e da renda variável. Ele funciona como uma cesta de ativos, montada por bancos e instituições financeiras, para simular diferentes cenários de mercado, como a alta de um índice, valorização do dólar, inflação ou até mesmo o desempenho de uma ação internacional.
A maioria dos COEs vendidos no Brasil (cerca de 97%) é do tipo capital protegido, ou seja, devolvem ao menos o valor investido no vencimento, mesmo que o cenário esperado não se concretize. Mas essa “proteção” exige que o investidor permaneça no produto até o vencimento, que costuma variar entre 2 a 6 anos, o que pode ser um obstáculo para muitos dos investidores, dada a baixa liquidez e alto custo de oportunidade (ou seja, o “custo” gerado pelo fato do valor poder ser aportado em outros ativos igualmente ou mais rentáveis), além de o valor final não ser corrigido pela inflação, o que pode ser visto como uma perda real do valor investido.
Como explicitado no gráfico acima, o mercado de COEs está crescendo muito no Brasil. Contudo, esse ativo ainda ocupa uma parcela reduzida na carteira do investidor brasileiro quando comparado aos outros ativos, como o CDB e as letras de crédito (LCI e LCA).
CDB | 44,7% | ||
Ações | 14,9% | ||
LCI | 13,% | ||
LCA | 8,5% | ||
Títulos Públicos | 7,2% | ||
Outros | 5,0% | ||
Debêntures | 3,1% | ||
COE | 2,6% |
Ativo | Participação |
---|---|
CDB | 44,7% |
Ações | 14,9% |
LCI | 13,% |
LCA | 8,5% |
Títulos Públicos | 7,2% |
Outros | 5,0% |
Debêntures | 3,1% |
COE | 2,6% |
Os COEs podem estar atrelados a:
Existem diversas estruturas, como:
Risco: se o Brasil der um “calote”, o investidor pode perder parte ou todo o capital.
O Imposto de Renda segue a tabela regressiva da renda fixa:
Até 180 dias | 22,5% | ||
De 181 a 360 dias | 20% | ||
De 361 a 720 dias | 17,5% | ||
Acima de 720 dias | 15% |
Prazo de Aplicação | Alíquota do IR |
---|---|
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
COE pode ser uma alternativa de diversificação para quem:
Pelo fato de ser um ativo complexo e com diferentes riscos, é necessária uma análise adequada de riscos, haja vista a quantidade de críticas e preocupações dos investidores neste mercado. Portanto, por se tratar de um ativo que congela o patrimônio investido por alguns anos e por não ser garantido pelo FGC, há que tomar muito mais cuidado.
Depende. Para quem busca diversificação com capital protegido, aceita ficar com o dinheiro parado por anos e entende os riscos e limitações, os COEs podem ser uma alternativa interessante, sobretudo em momentos de incerteza econômica ou de juros baixos. Em um momento inicial, e de modo a testar o produto e diversificar a carteira, aportar em COE pode fazer sentido em pequenas fatias do portfólio, não ocupando logo uma grande percentagem.
Por outro lado, quem busca liquidez, transparência e controle sobre o investimento pode encontrar opções melhores em ETFs, Tesouro Direto, CDBs ou fundos de renda variável.