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O que é e como funcionam os ETFs?

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Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos negociados em bolsa que replicam o desempenho de um índice de mercado. Em vez de comprar cada ação ou título separadamente, o investidor adquire cotas de um fundo que contém uma cesta de ativos, por exemplo, todo o Ibovespa ou uma carteira de títulos públicos. Essa estrutura permite obter exposição a vários ativos de uma só vez, simplificando a diversificação da carteira.

No Brasil, a popularidade dos ETFs tem crescido muito: segundo a B3, o patrimônio em ETFs alcançou R$ 55,5 bilhões em 2025 (crescimento de 20% em 1 ano), e hoje já existem quase 90 ETFs listados na bolsa brasileira.

Como funcionam os ETFs

Os ETFs têm gestão passiva, ou seja, não tentam superar o mercado, apenas replicam a composição de um índice de referência. A gestora monta uma carteira espelhando um índice (como Ibovespa ou S&P 500) e mantém os ativos nas mesmas proporções daquele índice.

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Isso significa que a rentabilidade do ETF acompanhará muito de perto o índice subjacente. Por exemplo, em vez de comprar todas as ações do S&P 500 individualmente, basta adquirir um ETF que siga o S&P 500 (como o IVVB11) e os gestores cuidarão de replicar a carteira para você.

Devido à gestão passiva, os ETFs têm taxas de administração baixas. Esse custo reduzido decorre do fato de não haver análise ativa dos ativos: o fundo apenas acompanha automaticamente o índice. As cotas do ETF são listadas na B3 e negociadas a qualquer momento durante o pregão, como se fossem ações.

Ao comprar uma cota de ETF, o investidor passa a ter participação proporcional em todos os ativos do índice, sem precisar decidir quais ações comprar individualmente. Note que, no caso de ETFs de renda fixa, a liquidação das operações é feita em 1 dia útil, enquanto para ETFs de renda variável a liquidação ocorre em 2 dias úteis após a compra.

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Vantagens e riscos dos ETFs

Vantagens dos ETFs

  • Diversificação instantânea: com um único ETF, o investidor expõe seu capital a uma ampla gama de ativos (ações ou títulos) de um índice.
  • Baixo custo: ETFs normalmente cobram taxas de administração muito inferiores às de fundos tradicionais. Enquanto fundos de ações podem ter taxas de 2% a 3% ao ano, as taxas de ETFs variam em torno de 0,2% a 0,6%.
  • Liquidez e praticidade: sendo negociados em bolsa, os ETFs oferecem alta liquidez. O investidor pode comprar e vender cotas a qualquer momento durante o pregão.
  • Acesso internacional e temático: os ETFs permitem expor a ativos globais e setores específicos de forma simples.
  • Transparência: a composição do ETF é pública e divulgada periodicamente. O investidor sabe exatamente em quais ativos está investindo e em qual proporção.

Contras dos ETFs

  • Risco de mercado: como qualquer ativo de renda variável, um ETF pode cair se o índice que replica cair.
  • Risco de liquidez: ETFs muito pequenos (baixo patrimônio ou volume) podem sofrer oscilações maiores de preço em períodos de pouca negociação.
  • Risco cambial: ETFs que investem no exterior estão sujeitos à variação do câmbio.
  • Tributação e custos fiscais: diferentemente das ações, os ETFs não têm isenção mensal de IR para vendas de até R$20 mil.

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Tipos de ETFs e exemplos no Brasil

Na B3 já há ETFs para diversos segmentos. Abaixo alguns principais tipos e exemplos:

  • Índices de ações brasileiros: replicam índices como o Ibovespa. Exemplos: BOVA11 (iShares Ibovespa, gestora BlackRock); BOVV11 (Itaú); BOVB11 (Bradesco); BOVX11 (XP), todos seguem o Ibovespa. Há também SMAL11, que segue o índice Small Caps, de empresas de menor capitalização.
  • Renda fixa: ETFs que seguem índices de títulos públicos. Exemplos: IMAB11, IB5M11 e IRFM11 são fundos da Itaú que seguem índices Anbima de Tesouro IPCA+ e prefixados. O FIXA11 (Mirae Asset) segue títulos prefixados de longo prazo. Esses fundos permitem ao investidor obter retorno de renda fixa através da Bolsa.
  • Internacionais: ETFs que expõem a mercados estrangeiros. No Brasil há ETFs que seguem o S&P 500, por exemplo: IVVB11 (iShares, BlackRock) e SPXI11 (Itaú). Esses fundos são negociados em reais mas espelham índices de ações dos EUA. Outro exemplo moderno é o HASH11, um ETF de criptomoedas (bitcoin, ethereum) gerido pela Hashdex.
  • ETFs Temáticos e setoriais: ETFs baseados em temas ou setores específicos. Por exemplo, há fundos dedicados a ações de dividendos, saúde, commodities etc. No Brasil surgiram recentemente ETFs Smart Beta e temáticos, como o NSDV11 e NDIV11 (criados pelo Nubank, focados em índices de dividendos), e ETFs de volatilidade (como o LVOL11 e HIGH11). Esses produtos permitem escolher características específicas (ex.: menor volatilidade ou maior retorno de dividendos) em vez de índices gerais.
  • ETFs Alavancados e Smart Beta: ETFs alavancados replicam o dobro (2x) ou o oposto de um índice e são usados para apostas de curto prazo; ainda não há muitos ETFs alavancados listados no Brasil, mas são comuns em mercados externos. Os ETFs smart beta seguem índices ponderados por regras alternativas (fatores como dividendos ou baixa volatilidade) e estão ganhando espaço no exterior. No futuro podem surgir ETFs alavancados ou smart beta no Brasil, abrindo mais possibilidades de estratégia.
  • ETFs inversos: ProShares UltraPro Short QQQ (SQQQ), ProShares Short S&P 500 (SH).
  • ETFs por regiões: IWDA - iShares Core MSCI World UCITS ETF, EMIM - iShares Core MSCI Emerging Markets IMI UCITS ETF, VanEck AFK Africa Index ETF.

Como investir em ETFs

👉 5 passos para saber como investir em ETFs no Brasil

  1. Abra uma conta em corretora: para negociar ETFs você deve ter conta em uma corretora de valores.
  2. Transfira recursos: envie o dinheiro da sua conta bancária para a sua conta na corretora.
  3. Use o home broker: acesse o sistema de negociação online (home broker) da sua corretora.
  4. Compre o ETF: pesquise pelo código de negociação do ETF que deseja (por exemplo, BOVA11), informe a quantidade de cotas e envie a ordem de compra. Você pode comprar a partir de uma cota (lote-padrão atual).
  5. Liquidação: após a ordem ser executada, as cotas ficam sob custódia na sua corretora. A liquidação financeira das ETFs de renda variável ocorre em D+2 (dois dias úteis após a compra.

Para facilitar a diversificação, você pode programar aportes periódicos (estratégia de dollar cost averaging) comprando o mesmo ETF todo mês. Também é possível usar ETFs internacionais paa expor parte da carteira ao dólar (como o IVVB11) ou ETFs de renda fixa para balancear o risco, criando uma alocação 60/40, por exemplo.

Use o ETF como “tomada de risco” na sua carteira para potencializar ganhos, mas sem abandonar totalmente aplicações mais conservadoras.

Tributação dos ETFs

A tributação varia conforme o tipo de ETF:

  • ETFs de renda variável (ações): segui a mesma regra das ações. Há 15% de IR sobre o ganho de capital (alíquota fixa para swing trade) e 20% para operações day trade. Ao contrário das ações, não há isenção para vendas mensais de até R$20 mil. Ou seja, todo lucro obtido com venda de ETFs é tributado. Deve-se apurar o ganho de capital e recolher IR via DARF mensalmente.
  • ETFs de renda fixa (títulos): o imposto segue a tabela regressiva de renda fixa (quanto maior o prazo médio do ETF, menor a alíquota). Por exemplo, alíquotas típicas são 25% (até 180 dias), 20% (até 720 dias) e 15% (acima de 720 dias), sendo o imposto retido na fonte. Na prática, a maioria dos ETFs de renda fixa atuais tem prazo médio acima de 720 dias e, portanto, alíquota efetiva de 15% sobre o ganho.

Além do IR, o cotista paga taxa de administração embutida nas cotas, corretagem, custódia e emolumentos da B3. Esses custos reduzem ainda mais o retorno líquido dos ETFs.

👉 Quais são os ETFs mais populares entre os investidores brasileiros?

Estratégias com ETFs

Os ETFs são ferramentas versáteis para várias estratégias de investimento:

  • Carteira diversificada: podem compor o “núcleo” (core) de um portfólio passivo. Por exemplo, um investidor pode manter 70% em um ETF amplo de renda variável (Ibovespa) e 30% em um ETF de renda fixa, e rebalancear anualmente. Assim, acompanha o mercado sem precisar escolher ações individuais.
  • Investimento sistemático: usar aportes mensais em ETFs ajuda a suavizar o preço médio de compra (método de dollar cost averaging). Por exemplo, aplicando todo mês um valor fixo em BOVA11 ou IVVB11.
  • Exposição internacional: utilizando ETFs estrangeiros na sua carteira (como IVVB11 para S&P 500 ou outros ETFs globais), você diversifica geograficamente sem complicação cambial direta.
  • Estratégias de risco: ETFs alavancados e inversos (quando disponíveis) podem ser usados para alavancar posições ou proteger a carteira em curto prazo. Por exemplo, o investidor agressivo pode usar um ETF alavancado para duplicar ganhos em uma tendência de mercado. No Brasil ainda há poucos, mas no exterior esses ETFs são comuns.
  • Temas e fator: você pode escolher ETFs temáticos (tecnologia, commodities, ETFs ESG) ou smart beta (índices de dividendos, baixa volatilidade etc.) para implementar estratégias específicas. Esses temas avançados permitem, por exemplo, focar em ações de empresas sustentáveis ou no índice de dividendos da B3.

Cada investidor deve adequar o uso de ETFs ao seu perfil e objetivos, usando-os para balancear risco, obter retornos de longo prazo ou acessar mercados específicos.

Outros temas interessantes sobre ETFs:

Explore esses artigos para entender mais sobre como os ETFs podem diversificar e fortalecer sua carteira de investimentos.

Perguntas Frequentes (FAQs)

  • Baixas comissões de trading.
  • Ampla gama de produtos.
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